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O novo mapa eleitoral da microrregião das Vertentes

14 de Outubro de 2016, por José Venâncio de Resende

Prefeitura de São João del-Rei tem novo-velho inquilino.

A direção do PMDB mineiro deve estar lamentando a perda de Nivaldo Andrade, que voltou à prefeitura de São João del-Rei por um partido ilustre desconhecido, o PSL (Partido Social Liberal), em coligação com várias siglas, entre elas, o PDT do vice Jorge Hannas (de família resende-costense) e, ironicamente, o próprio PMDB.

O PT, que amargou um quarto lugar em São João del-Rei, perdeu a eleição no eixo Belo Horizonte - São João del-Rei – Resende Costa - São Tiago. A exceção na microrregião das Vertentes foi a reeleição de Sinara Campos em Santa Cruz de Minas. Às voltas com os escândalos de corrupção, a crise econômica e o impeachment de Dilma Rousseff, o partido foi o grande derrotado em Minas Gerais. Uma das baixas foi o prefeito de Ritápolis, Fábio José da Silva, que perdeu para Higino Zacarias de Sousa, do PSDB.

Na Câmara Municipal são-joanense, por exemplo, o PT não elegeu um vereador sequer. Já a coligação que apoiou Nivaldo Andrade conseguiu garantir a maioria parlamentar, com vereadores eleitos pelo PSL, PDT e PSC, este último com o vereador mais votado, o Cabo Zanola.

Os grandes vitoriosos na microrregião das Vertentes foram o PSDB e o PMDB, com respectivamente nove e seis prefeitos eleitos. PSD, de Aurélio Suenes, PT e PSL elegeram um prefeito cada.

Destaque para a volta ao poder de candidatos já testados na administração municipal, como os tucanos José Heitor em Nazareno, Denilson Reis em São Tiago e Altair Alvim, o Juju, em Conceição da Barra de Minas, e o peemedebista José Eustásio, o Tazinho, em Madre de Deus de Minas.

Em Tiradentes, José Antônio do Nascimento, o Zé Antônio do Pacu (PSDB), não enfrentou oposição porque o candidato do PMDB, Felipe Barbosa (Felipe do Pinto), teve sua candidatura indeferida. Na última hora, Felipe havia substituído seu pai Nilzio Barbosa, que renunciou porque foi condenado por improbidade administrativa em processo de 2009, com seus direitos políticos suspensos a partir de 24 de outubro de 2013.

Já em Carrancas o candidato José Raimundo dos Santos, o Zé do Mercado, concorreu sozinho à eleição, pela coligação PMDB/PSL/PCdoB, porque a oposição não lançou candidato.

Em Lagoa Dourada, ainda não foi desta vez que os pêgas (PMDB) foram apeados do poder pelos braquiárias (PSDB). Depois de duas administrações de Antônio Mangá, o partido, em coligação com o PT, elegeu Manoel Geraldo de Resende, o Canguru, para os próximos quatro anos.

Outro candidato de apelido engraçado é José Fernandes Neto, vulgo Cabaço, que se elegeu prefeito de Piedade do Rio Grande pelo PMDB.

Em Prados, a coligação PSDB/DEM/SD chegou ao poder, com Juninho do Lester, depois de três gestões petistas.

Mudança também em Coronel Xavier Chaves, com a eleição de Fúvio do Chico Prefeito (PSDB), depois de duas gestões de Helder Sávio Silva pelo PV, embora ele seja oriundo do ninho tucano.

Em Dores de Campos, terra das selas e arreios, onde a rivalidade entre DEM e PMDB vem dos tempos de UDN x PSD, os democratas foram apeados do poder por Marcilio Tadeu Teixeira Cotta, da coligação PMDB/PP.

Em Barroso, Reinaldo Aparecido Fonseca (PSDB), à frente de ampla coligação (que reuniu PT, PDT e PSD entre outras siglas), conseguiu desbancar do poder o PP e aliados de Eika Oka de Melo.

A partir desta edição, o JL passa a incluir em suas abordagens regionais os municípios de Itutinga e São Vicente de Minas, os mais recentes membros da AMVER (Associação dos Municípios da Microrregião dos Campos das Vertentes). Em Itutinga, o PSDB (coligado com o PR) venceu a eleição com Fabiano Ribeiro do Vale. Já em São Vicente de Minas, o vitorioso foi o PMDB (coligado com PT), com Jacinto Alair de Paula, o Lili do Gás.

 

Reforminha”. Esta eleição foi marcada por uma “reforminha eleitoral”, na opinião do cientista político e professor Carlos Melo. Caracterizou-se pela redução dos recursos, com a proibição de doações de empresas, e pelo menor tempo de propaganda no rádio e na TV. Mas foi favorecida pelas coligações eleitorais que estimulam o uso da máquina pública.

Para Melo, é preciso um processo de reforma política mais audacioso, que acabe por exemplo com a formação de coligações por cargos e recursos e priorize programas partidários. Outra medida associada a esta seria a volta à formação política de quadros partidários.

Além disso, é preciso enfatizar a necessidade de adoção do voto distrital com a correspondente redução no número de partidos políticos.

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