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Resende Costa, ontem e hoje

14 de Julho de 2016, por Rosalvo Pinto

Desde priscas eras o ser humano é um animal gregário. Em todo o planeta, nascemos, vivemos e morremos em um determinado lugar e, tal como as plantas, também nos enraizamos nesse lugar. E desde criança passamos a amar esse lugar.

Os resende-costenses conhecem a história de nossa cidade, quem mais, quem menos. E eu garanto que seja “quem mais”, dado o fato de que aqui temos escolas de excelência para todos.  

Com licença dos nossos historiadores de plantão, poderíamos dividir nossa história em três etapas fundamentais: do Arraial da Lage (de seu nascimento em meados do século 18 até 1822, Independência); da Vila da Lage, da Independência até a sua emancipação, em 1912, quando passou ao nome de Resende Costa e de 1912 aos nossos dias. As cidades vizinhas percorreram, mais ou menos, o mesmo percurso.  Nesta 3ª etapa eu consideraria ainda duas subetapas, de 1912 até fins de 1950 e por fim, de 1950 até hoje.

Agora sim, chego ao meu “ontem e hoje”. O “ontem” se refere à subetapa 1912/fins de 1950. Foram tempos de dureza. Entre outros fatores, ao lado da beleza da natureza da qual nos orgulhamos, a geografia nos castigou. Foi o tempo em que até houve “movimentos” nas ruas, sonorizados com o refrão “... “Resende Costa, cidade que seduz, de dia falta água e de noite falta luz”. Curiosamente, foi um período de florescência cultural: orquestra, coral, teatro, cinema, banda de música, congados, circos etc. Nesse período começa um êxodo de resende-costenses da  zona rural para a cidade e de pessoas da cidade para São João del-Rei e Belo Horizonte, notadamente.

Mas, como há males que vêm para o bem, a necessidade de sobrevivência levou os resende-costenses, sobretudo os da zona rural, a começar a investir no artesanato de tear. Gradativamente, a partir da década de 1960 a cidade foi se transformando na “cidade do artesanato”. Nesse aspecto peculiar, pode-se dizer que a cidade tornou-se a “cidade do pano”. Basta percorrer todos os seus recantos. Vê-se uma cena diurna e curiosa: mulheres assentadas às portas de suas casas cortando e enrolando retalhos de tecido e, como de praxe, batendo bons papos. O que se vê na entrada da cidade vem do trabalho incansável dessas mulheres que, em seus esconderijos, constroem o progresso da cidade do “hoje”.

E assim o “hoje” continuou crescendo. Vários fatores foram fundamentais para o crescimento da cidade.

A meu ver, as estruturas educacionais e de saúde são os elementos mais importantes para o desenvolvimento do município. O antigo “Grupo Escolar” transformou-se na Escola Estadual Assis Resende, que vem crescendo sempre. Houve um esforço para a criação do antigo ginásio, que acabou fechando. Veio a seguir a Escola Municipal Conjurados de Resende Costa. Mais recente implantou-se a Escola Paula Assis, no povoado Ribeirão de Santo Antônio, hoje, uma escola de alto nível.

A estrutura de saúde é o segundo elemento fundamental à vida das pessoas e das comunidades. Hoje temos vários pontos dedicados à saúde dos resende-costenses, mas nossa pérola é mesmo o Hospital Nossa Senhora do Rosário, ponto de referência, inclusive dos nossos vizinhos das Vertentes.

O desempenho da política é outro vetor importante das cidades. Temos tido, nesta subetapa, administrações e Câmaras Municipais, em geral corretas. Isso nos dá, diante do que se vê hoje pelo Brasil afora, satisfação e orgulho.

O limite do meu texto não me permite ir mais longe. Por isso, passo a apontar resumidamente outros vetores que compõem a construção de uma comunidade sadia e saudável. Temos uma outra  pérola em ação: a APAE. Dispensa explicações. O esporte cresceu muito nestes anos, pela variedade e pela construção de locais adequados. As atividades culturais ativas: música (“banda de música”, congados, inúmeras “bandas” em ação), o teatro, a amiRCo, além das cavalgadas. O comércio é ativo e organizado.

Fico por aqui. Ah!, me esquecia: a cidade é limpa e bonita. Mas, sem muito gastos, poderia ser ainda mais ...

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