Dicas de saúde - Pública

É verão - férias, viagens etc. E a saúde?

10 de Janeiro de 2011, por Luiz Antônio Pinto 0

Existem problemas de saúde que se manifestam de acordo com as diversas estações do ano como, por exemplo, as gripes no inverno, entre outras. São as chamadas doenças sazonais. O clima do planeta está muito mudado atualmente, todos sabemos - e por isso, não temos mais uma divisão tão perfeita das doenças em "sazonais".  Mas algumas ainda acontecem mais ou menos assim.

Quando falamos de verão, queremos abordar um pouco mais do que simplesmente as "doenças dessa estação". É época de viagens, cachoeiras, churrascos, bebedeiras, alimentação irregular,  vida sem compromissos etc. Assim, decorrente disso tudo, alguns cuidados são necessários, para que atravessemos o verão sem maiores problemas para nossa saúde.

Primeiro, podemos falar, sim, de  doença sazonal comum no verão: as diarréias. Adultos, crianças - principalmente estas -  estamos propensos a termos viroses que se manifestam com vômitos, diarréia, dores na barriga, desidratação, febre etc. O calor e a ingestão inadequada de alimentos favorecem  esses vírus. Assim, é importante tomarmos sempre muitos líquidos,  conferirmos a origem daquilo que comemos,  verificarmos as condições de higiene do estabelecimento onde comemos, entre outras coisas. Ainda assim, se a diarréia nos pegar,  procurarmos o cuidado médico adequado, o mais precocemente possível.

Os pais que levarem as crianças na viagem deverão hidratá-las sempre e dar-lhes alimentação sem exageros, mais leves, entre outros cuidados. Deverão evitar expô-las demais ao sol de qualquer horário - a pele da criança é mais sensível.

Falando em viagens, sempre importante lembrar-se de carregarmos alguns medicamentos para dor, vômitos, febre, soro oral etc. Levar algum povidine para curativos, band aids, faixas, gases, entre outros. Nunca sabemos se teremos algum acidente, mesmo que seja o mais leve. Carregar uma bolsa térmica para compressas poderá ajudar muito.

Não aventurarmos em águas - rios, cachoeiras ou mar - elas são sempre mais poderosas que nós. São uma força da natureza e devemos temer sempre as águas. Respeitar o mar, o rio, não sujá-los, protegê-los, para que eles estejam sempre disponíveis para nós. Neste ponto é sempre bom lembrar que álcool não combina com água.  Aliás, o excesso de álcool não combina com nada.

Sol, calor, "pegar um bronze" - cuidado para não usar bronzeadores caseiros, de figo, por exemplo, e pegar uma bruta de uma queimadura. Bronzeador, somente os comercializados.  Cuidado com o sol -  evitá-lo de 10 às 16 horas. Quando for se expor a ele, usar também filtros solares, protetores etc. Assim, prevenimos o câncer de pele. Se já tivermos alguma lesão de pele, convém procurar o médico antes de se aventurar pelos raios solares.

Roupas e calçados adequados para viagens - roupas leves e claras evitam perda excessiva de líquidos e calçados adequados evitam acidentes, ferimentos, picadas de insetos e outros.

Alimentação - todo mundo gosta de um churrasco, um peixinho frito e outros alimentos típicos do verão. Também aqui é preciso cuidado - desde a origem e conservação dos alimentos até o cuidado no consumo - comer moderadamente, sem exageros. Carregar sempre algum digestivo ou medicamento para estômago: sal de frutas eno, ranitidina, buscopam etc.

Dentre as muitas observações necessárias, neste momento eu me lembrei apenas dessas. Porém uma, mais importante que todas as anteriores, não poderia ficar de fora: JUIZO  ao volante dos carros, durante as férias e sempre. Acidente  tira vidas, destrói famílias. Vamos curtir o verão.... COM SAÚDE.

Saúde mental – 2ª parte

14 de Dezembro de 2010, por Luiz Antônio Pinto 0

"De médicos e loucos, todos temos um pouco...". Na primeira parte, refletimos um pouco sobre a loucura ou o que muitos julgam que ela seja. Agora é necessário falar um pouco sobre a parte médica.

A doença mental é vasta, ampla. Vai de simples diagnósticos de ansiedade às mais temidas doenças mentais; aquelas que acabam por segregar as pessoas e muitas vezes
terminam por tirar a vida delas.

A psiquiatria, ao longo dos tempos, tem separado, agrupado, ou mesmo classificado as mais diversas patologias (doenças) mentais. Grosso modo podemos falar em grandes grupos de doenças, mais ou menos assim: ansiedades, retardos,  neuroses, transtornos obsessivos, compulsivos e de personalidade,  depressividades, psicoses, distúrbios bipolares, paranóias e esquizofrenias.

Os nomes são muitas vezes incompreensíveis aos leigos, mas a medicina sabe reconhecê-los individualmente e assim é necessário para que se encaminhem os diversos tratamentos que a complexidade deles exige.

Muitas das doenças são passageiras, desencadeadas por algum fato importante e outras vezes elas serão duradouras e até mesmo definitivas, com tratamentos os mais complexos, que incluem medicamentos, terapias ou até mesmo internações, em casos graves.

O comportamento variado das pessoas - aquilo que refletimos na primeira parte  - é que vai determinar o diagnóstico. Assim, o semblante frio, pesado e tristonho de um indivíduo ao andar pela rua pode esconder o diagnóstico de uma grave depressividade. Ou mesmo, os tremores e sudorese de quem tenta "tirar carteira" pode levar ao diagnóstico de uma ansiedade apenas passageira,  em função daquela situação.

Outras vezes os diagnósticos começam a ser feitos durante a fase de desenvolvimento da criança, quando os pais ou professores percebem que o comportamento de um estudante foge aos padrões do que se costuma chamar de normal. Ou mesmo durante a fase de "bebê", quando alguma coisa vai errada no desenvolvimento do filho.
Muitos de nós temos algum tipo de doença mental leve, com a qual convivemos e somente em caso de agravamento estaremos precisando de procurar o médico ou o terapeuta.
 
“Ansiedades” são as doenças mais comuns - todos têm algum tipo delas e na maioria das vezes não necessitamos de tratamento especifico. Há os “retardos mentais”, desde aqueles de nascimento até os decorrentes da senilidade e poderão ser leves, não atrapalhando o convívio do paciente, até aqueles que inviabilizam a atuação social do paciente.

Nas “neuroses”, já existe algum tipo de alteração mais delicada da personalidade. Os pacientes imaginam "coisas" irreais e as pessoas que os cercam começam a perceber que algo vai de errado com  eles. Às vezes essas neuroses evoluem para “obsessões, compulsões”, levando a comportamentos problemáticos que acabam por trazer prejuízos severos à saúde do paciente.  Aqui, o tratamento é sempre necessário.

Existem os quadros  “depressivos”, que vão desde aqueles causados por uma situação pequena e passageira - financeira, amorosa, por exemplo -, até mesmo as depressões graves, com total desinteresse pela vida, chegando em alguns casos ao suicídio.

As “psicoses” também sempre serão graves. Antigamente conhecidas como psicose maníaco-depressiva e agora como  “distúrbio bipolar”, nesse grupo de patologias os pacientes variam do quadro maníaco-humor excessivo à depressão grave. Aqui também se encaixam as psicoses derivadas do uso e dependência das mais diversas drogas. Nesse grupo, a personalidade original do individuo estará sempre prejudicada, durante as crises. Crises, porque essas pessoas poderão passar longas temporadas sem o menor sinal da doença.

Por fim, a “paranóia” e a  “esquizofrenia”. Alguns autores colocam a paranoia como um subgrupo da esquizofrenia. Nesses doentes, a personalidade está totalmente dissociada. O consciente pouco existe e o subconsciente está completa e radicalmente  dissociado da pessoa. O mundo externo não existe para esses pacientes. Suas atitudes e comportamentos são aberrantes. A evolução e o prognóstico aqui são sempre graves, chegando à morte prematura em muitos dos casos.

Os tratamentos são os mais diversos: terapias, psicanálise, medicamentos, internações em casos graves. A origem das doenças é muito polêmica. Há muitos autores, posições, teorias, hipóteses. O fato é que se constituem num grande grupo de doenças com as quais a medicina precisa trabalhar.

A psiquiatria é muito vasta e pouco falei aqui. Jamais teria a pretensão de querer esgotar o assunto. Apenas quis repartir com os leitores do JL alguns conceitos de doenças mentais e contribuir para que nossos doentes não sejam taxados de “loucos” A saúde publica e a medicina clínica precisam trilhar juntas os caminhos que desvendam a mente humana: para o bem de todos nós, de nossas famílias e de toda a humanidade.
 
(Novamente agradeço a sugestão do Rosalvo Pinto e espero ter alcançado o que ele sugeriu).

Saúde x doença mental - é bom saber um pouco... (1ª. parte)

12 de Novembro de 2010, por Luiz Antônio Pinto 0

"De médico e louco, todos temos um pouco". Quem nunca ouviu este ditado popular por aí? Pois bem, sobre ser médico, eu "pulo" Quanto ao "louco", acho ser verdade. Senão vejamos!

Experimente sentar em um banco de qualquer praça pública, por um dia, e observe todos que passarem: passará gente cantando, assobiando, gesticulando, fazendo caretas, esbravejando, conversando sozinho, uns em silêncio total, uns sérios, carrancudos e daí por diante. Isto faz parte da natureza humana. 

Observe em sua própria família: tem gente séria, brincalhona, preocupada, estressada, entre outros. E olha que são filhos dos mesmos pais e mães. Se em sua família existirem casamentos entre parentes - consanguineos - você observará então que  provavelmente alguém terá alguma doença psiquiátrica ou estará fazendo algum tipo de tratamento nesta área.

Nós não somos e jamais poderíamos ser iguais. Seria monótono demais.  E isto faz parte da natureza humana, do nosso comportamento.

Alguém dirá: “Resende Costa, Barbacena etc, têm muitos loucos” Barbacena tem tradição de hospitais psiquiátricos, por isto tem a fama. Resende Costa é uma cidade pequena, todos nos conhecemos ou somos parentes. Esta é a explicação.

Pois é, voltemos ao comportamento das pessoas. É normal sermos diferentes. É também normal agirmos diferentes em relação ao mundo e aos outros indivíduos. Talvez aí se possa falar em LIMITES. Quando se fala: "aquele é louco ou doido", significa que ele se comporta de alguma maneira diferente daquilo que aprendemos como  SER NORMAL.  E de onde sai esta normalidade? A sociedade, no evoluir de sua história, é que cria os critérios de normalidade. Se não existisse "o pecado de Adão e Eva", talvez fosse normal andarmos todos pelados por aí. Para  organizar esses conceitos é que surgiram as ciências que estudam o comportamento humano: antropologia, psicologia, psiquiatria etc.
A psiquiatria moderna tem várias linhas de pensamento, posições, defesas, tratamentos etc. Alguns falam em herança genética, outros em convívio social, outros em situações de miserabilidade - tudo como causas das doenças psiquiátricas. O Brasil atualmente, em sua política oficial de saúde publica, pratica a desospitalização da doença mental, seguindo modelos oriundos de França e Itália. Mas isto não importa, no momento.

É preciso entender que podemos conviver bem,  TODOS, mesmo com aqueles que possamos julgar loucos. O que se deve entender é que quando alguém tem comportamento diferente, este alguém pode viver bem assim. E lógico, que em alguns casos se torna necessário este ou aquele tipo de tratamento. Principalmente quando esta "loucura" começa a interferir na  saúde física do individuo ou em seu grupo de convívio - família, escola, sociedade de um modo geral. Este sim seria o  LIMITE. A partir daí, seria necessário terapia, medicamentos, internações etc.

Entraremos então, no campo dos diagnósticos e tratamentos. Bem, faremos isto na 2ª. parte, na próxima edição do JL.
 
Em tempo - agradeço as sugestões da enfermeira Larissa Rocha (Hospital) para o texto anterior (alcoolismo) e do Rosalvo, para este tema de hoje. Mas não desisto de escrever algo sobre as famosas "Pragas do Egito", que contaminam muitas pessoas e que têm cuidados simples em sua prevenção.

Alcoolismo: doença individual e coletiva

11 de Outubro de 2010, por Luiz Antônio Pinto 0

Não era este o tema que eu escreveria neste mês. Porém, após atender, no último plantão, cinco casos de alcoolismo, achei importante falar sobre o assunto. São gritantes as consequências do uso abusivo do álcool sobre a saúde individual das pessoas e também sobre a saúde pública. Muito se fala sobre isto. É comum o uso do álcool por homens e mulheres, nas mais diversas idades que, ao final das contas, não se consegue separar muito os efeitos do alcoolismo sobre o individual e o coletivo.

Em primeiro lugar, é preciso diferenciar alcoolismo - doença crônica, com diversas implicações sobre a mente e o corpo - do uso controlado da bebida. Não se pode falar em alcoolismo naquelas pessoas que ingerem bebidas alcoólicas com moderação e controle, sem que isto traga prejuízo para a sua saúde ou a de indivíduos à sua volta, como familiares e sociedade de modo geral.

Esta ingestão, em  momentos de folga, sem exageros, sem prejuízos para as atividades profissionais, certamente não trará repercussões importantes. Trata-se daquele individuo que ingere cerveja, por exemplo, em uma festa, ou final de semana, porém na segunda-feira retoma suas atividades habituais. Já o alcoolismo passa pelo uso continuado e sem controle das bebidas, refletindo inicialmente sobre o paciente em particular.

Há um processo de dependência em relação ao álcool, que leva o usuário a necessitar cada vez mais de quantidades maiores, todos os dias e sem controle. O corpo e a mente começam a manifestar sinais da dependência e dos estragos da droga  - delírios, tremores, procura por medicamentos cada vez mais frequentes, crises de dor no aparelho digestivo, inflamações etc. A alimentação fica para segundo plano, inicia-se um processo de desnutrição e carências vitamínicas progressivos.

Aí, começam as internações com  gastrites, hepatites, miocardites  e pancreatites alcoólicas, evoluindo para o grave comprometimento do fígado - a tão temida cirrose hepática -  um caminho sem volta. Sobre os danos na relação do álcool com o volante nem é preciso discorrer. Acidentes dos mais simples até aqueles com vítimas que perdem a vida.

Junto ao quadro clínico individual, aumentam os problemas - abandono de emprego, falência de casamentos, dificuldades familiares para com os cuidados com os doentes, internações frequentes com altíssimos custos para o sistema público de saúde e por aí adiante.

É nesse ponto que o individual e o coletivo se misturam - sofre o paciente com os danos sobre seu corpo e mente e sofrem os familiares e a sociedade com as repercussões da doença do alcoolismo. Tudo se agrava. Por fim, a família começa a se cansar e quase sempre abandona o paciente aos cuidados de outras pessoas e do serviço público de saúde.

Só quem vive neste meio pode dimensionar a totalidade dos problemas. Os fatores que predispõem o indivíduo ao alcoolismo são muitos, como por exemplo, fatores genéticos familiares, falta de estruturas de apoio/trabalho/lazer na sociedade, propaganda nos grandes meios de comunicação, entre outros tantos.

Cabe a nós, individualmente, cuidarmos da nossa saúde, sobre todos os aspectos, inclusive na prevenção do alcoolismo. Cabe à sociedade  - aqui incluído o serviço público - medidas globais de prevenção, controle e apoio, como tantas existentes em funcionamento.

Gravidez na adolescência

13 de Setembro de 2010, por Luiz Antônio Pinto 0

É muito comum nos depararmos com meninas adolescentes, nossas parentes, filhas ou simplesmente conhecidas, grávidas. E aí é um comentário geral. Engravidou cedo, a família não cuidou, faltou diálogo, entre  tantas outras observações. Mas o fato já aconteceu. E agora?

Uma vez conhecida a situação, o mais importante é cuidar daí para adiante. Cada vez mais a ocorrência de gravidez na adolescência tem aumentado. O que faz  com que este fato seja muito comum em nossa sociedade?

Várias são as explicações: famílias com pouco acesso aos meios de comunicação, carências em todos os sentidos  (lazer, trabalho etc.),  a imprensa, a televisão (com suas telenovelas) que estimulam a questão, pouco debate na sociedade, entidades que atuam na sociedade e que não veem a importância de discutir o tema, famílias desestruturadas etc.

Engana-se quem pensa que o problema ocorre mais entre famílias mais pobres. Sua ocorrência é generalizada. A diferença é que entre famílias de posse, o encaminhamento quase sempre é mais fácil.  Consultas, exames, tudo pode ser pago.

E aí vêm os problemas.

Todos nós sabemos que o corpo da mulher - menina, adolescente  - não está preparado fisicamente para a gestação. Sabemos também que no aspecto psicológico as meninas ainda estão em pleno desenvolvimento de sua personalidade. Sabemos ainda que a maior incidência de problemas na gestação acontece entre as gestantes novas - anemia, infecções, alterações de pressão arterial, partos prematuros etc.

Sabemos, por último, que a gravidez inesperada, nesta idade, vem, na maioria das vezes, atrapalhar a rotina normal do estudo das meninas. Assim, gravidez na adolescência é necessariamente um  problema. Cabe a nós - profissionais de saúde, autoridades, serviços de saúde (como, por exemplo, os PSFs), entidades de educação, ONGs,  instituições religiosas, entidades várias -, abordar a questão, sem medo, e procurar prevenir a gravidez em idade que não é adequada para ela.

Palestras, educação preventiva nas escolas, muito diálogo dentro da família, uso de preservativos e outros métodos contraceptivos orientados pelos pais, incremento em atividades culturais, de lazer etc.

A escola tem seu papel a cumprir. As instituições religiosas também têm seu papel. A família com certeza está no centro da questão. Não vale reprimir. O adolescente - menino ou menina - tem direito de receber todas as orientações sobre esta questão. É ilusão acharmos que o relacionamento sexual não acontecerá entre os adolescentes.

Os serviços de saúde deverão estar estruturados para isto - abordar os adolescentes ainda em casa, no sentido da orientação e da prevenção. Daí a importância do trabalho do  Programa de Saúde da  Família (PSF). Cada menina deverá ser orientada. Se o fato já estiver consumado, cada gestante adolescente deverá ser cuidada da melhor maneira possível, o mais precocemente possível.

Enfim, a gravidez na adolescência não é desejada e todos os meios deverão ser utilizados para preveni-la. Todos nós temos nossa parcela de responsabilidade no cuidado com essa questão. Todos nós, cidadãos e cidadãs.

Em tempo: agradeço à professora municipal, Suely Oliveira Lima, pela sugestão do tema. Ela está fazendo sua parte. Em seu trabalho de alfabetização de adultos, envolveu as acadêmicas do Internato Rural e está abordando a questão. Parabéns!