Lojas de aluguel de roupas em SJdR são alternativas em tempos de crise


Economia

José Venâncio de Resende0

Imperial Noivas, mais antiga loja de aluguel de roupas em São João del Rei. Foto José Venâncio

Como qualquer outro setor da economia, o segmento de locação de roupas para casamentos e festas em geral também sofre o impacto da crise política e econômica do País. Porém, o que é crise está se tornando oportunidade para os empreendedores do setor.

Tanto que a Patrícia Noivas & Festas vai “inovar bastante” neste ano de crise, tanto na identidade visual quanto na introdução de novas grifes, segundo sua proprietária Patrícia Andrade de Almeida. Já a Laço de Noiva quer continuar proporcionando produtos cada vez mais competitivos, de acordo com Marco Aurélio Schmidt.

A Imperial Noivas adota uma estratégia de preços que inclui “pacotes” para casamentos, formaturas, debutantes etc. “Esta crise pegou todo mundo, mas nosso mercado é uma alternativa na crise”, explica Dulcinea Ferreira de Almeida, mais conhecida por Du Almeida. “Em geral, sai mais barato alugar e a pessoa não precisa de repetir a mesma roupa.”

Estima-se que existam cerca de 12 lojas de aluguel de roupas de portas abertas em São João del-Rei, além das informais. “Mas há mercado pra todo mundo”, garante Du Almeida.

 

Evolução. No ramo há cerca de 24 anos, no começo a Imperial só alugava vestidos de noiva, recorda Du Almeida. Hoje, trabalha com vestidos de noiva e dama, ternos de noivo e trajes de festas (casamentos, formaturas, bodas etc.).

Patrícia começou cerca de 20 anos atrás com confecção e aluguel de vestidos de noivas. Há oito anos, abriu a loja e passou a focar na locação de roupas, atendendo à diversificação da demanda. “Essa mudança ocorreu através das próprias noivas”, explica. Famílias, damas, padrinhos e convidados das noivas começaram a se interessar em alugar roupas não apenas para casamentos, mas também para outras ocasiões formais.

No mercado há pouco mais de um ano, a Laço de Noiva faz locação de vestidos e ternos, mas os acessórios são vendidos, explica Marco Aurélio.

 

Clientela. O perfil da clientela vem mudando ao longo do tempo, mas em época de crise essas mudanças se acentuam ainda mais.

“Trabalhamos com todas as classes sociais”, diz Du Almeida. Há vestidos de todos os preços para locação (o traje feminino inclui acessórios). Ao deixar de comprar um vestido, a pessoa pode alugar três ou mais vestidos para ir a festas no ano inteiro. E a noiva, que “sai daqui completa”, não vai ficar com o vestido encalhado. Para os homens, há grande variação de modelos de ternos, embora o preço de aluguel não varie muito. O traje completo inclui até sapato.

A clientela de Patrícia abrange os públicos que desejam produtos mais requintados (grifes exclusivas na região, na sua maioria de origem internacional). Para o público feminino, existe a opção de aluguel ou de compra de vestidos, mas sapatos (marca própria) e acessórios só mediante aquisição. Já os ternos masculinos são apenas para aluguel.

A Laço de Noiva trabalha com todos tipos de roupas, para desse modo atender a todos os segmentos interessados em locação. “Trabalhamos com marcas de valor mais acessível”, resume Marco Aurélio.

 

Região. As lojas de locação de roupas atuam não apenas em São João del-Rei mas também em outras cidades da região das Vertentes. “Tenho muitos clientes em Resende Costa, alguns deles assíduos”, revela Du Almeida.

Patrícia também tem clientes nas cidades da microrregião de São João del-Rei, como Resende Costa, Lagoa Dourada, Coronel Xavier Chaves e Nazareno, mas também em Barbacena, Lavras e Entre Rios.

 

Crise. “O número de casamentos, por exemplo, não diminuiu mas o poder de compra, sim”, resume Patrícia. De maneira geral, muita gente que comprava roupas para festas passou a alugar. Muitos que alugavam passaram a usar o que tem em casa. “O que houve foi uma substituição de clientes”, segundo Patrícia. Continua-se vendendo a mesma quantidade mas caíram os valores. Os produtos encareceram – a maioria é de importados – e ficou mais difícil repassar os preços. “O lucro ficou menor”, complementa Marco Aurélio. “Trabalha-se mais e ganha-se menos”, conclui.  

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