Numerosa participação dos fiéis e resgate da cultura marcaram a festa de Nossa Senhora da Penha de 2016


Religião

André Eustáquio0

Foto da Orquestra Mater Dei tirada após a missa solene.O primeiro à dir. é o compositor do Domina de Pinna, Rafael (Foto arquivo pessoal de Wagner Barbosa)

Entre os dias 23 de agosto e 1º de setembro, a Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França celebrou a festa da padroeira de Resende Costa. Centenas de fiéis lotaram a igreja matriz durante a novena, que contou com a participação das comunidades rurais do município, bairros da cidade, escolas, associações, movimentos e pastorais da paróquia. A novena contou ainda com a presença de diversos sacerdotes da Diocese de São João del-Rei e filhos de Resende Costa, como o padre Rodiney Silva, pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Ibertioga, que pertence à Arquidiocese de Mariana (MG). No decorrer da festa, a animação tomou conta das barraquinhas montadas atrás da igreja. O público prestigiou a novena e também os shows de artistas resende-costenses.

O pároco de Resende Costa, padre Fábio Rômulo Reis, que depois de “algumas dezenas de anos”, como ele mesmo disse, voltou a participar da festa da padroeira de sua terra natal: “Foi bom retornar às origens. A imagem de Nossa Senhora da Penha e o dia da festa se conservaram, mas a dinâmica de celebrá-la é outra, com mais entusiasmo e alegria. Senti a comunidade mobilizada, unida, fervorosa, para promover os festejos da padroeira”.

Nos últimos anos, a presença das comunidades rurais e dos bairros da cidade na novena tem despertado maior participação dos fiéis e, assim, aumentado a devoção à padroeira de Resende Costa. “A Festa da padroeira é a festa da unidade paroquial. A comunidade paroquial de Resende Costa está de parabéns pelo belo testemunho de fé e amor filial a Nossa Senhora da Penha de França, Excelsa Padroeira. Procuramos valorizar as comunidades rurais como integrantes da comunidade paroquial. Nossa Senhora da Penha de França é padroeira da cidade e do município de Resende Costa”, destacou padre Fábio, que espera, para o próximo ano, participação ainda maior das comunidades rurais: “Normalmente as paróquias compreendem a extensão territorial municipal. Isso facilita na jurisdição do pároco, exarada pela Cúria Diocesana e na apresentação de documentos civis, necessários para a realização de alguns sacramentos. Acredito que o trabalho do padre Rodrigo (Coimbra Ladeira – vigário paroquial de Resende Costa) nas comunidades rurais contribuirá para uma melhor participação na festa do próximo ano. Os bairros, pastorais, movimentos, irmandades, catequese, escolas municipais e estadual marcaram, muito bem, suas presenças”.

 

Feriado municipal

A lei nº 1.205 de 16/06/1988 instituiu o dia 1º de setembro, dedicado a Nossa Senhora da Penha de França, Feriado Público Municipal. Neste dia, os devotos de Nossa Senhora se dedicam a homenageá-la. Desde a meia noite, o clima na cidade se torna festivo com o repicar dos sinos da igreja matriz. As 6h, a cidade é despertada com a alvorada festiva com a Banda Santa Cecília. Missas, Oração do Ângelus, repique de sinos, queima de fogos, ruas enfeitada, grande e piedosa procissão luminosa marcam o dia maior dedicado à padroeira de Resende Costa.

Neste ano, a tradicional missa solene das 10h, no dia 1º, foi presidida pelo bispo diocesano de São João del-Rei, dom Célio de Oliveira Goulart, e concelebrada por sacerdotes que vieram especialmente para prestigiar o dia maior da festa de Nossa Senhora da Penha. A Orquestra Mater Dei abrilhantou a celebração, executando o Kyrie e Gloria da Missa Coroa de Santa Cecília, do compositor Antônio de Pádua Falcão, o Credo, Sanctus e Agnus Dei da Missa de Santa Elisa, de Luigi Bordese, entre outras peças sacras.

 

Resgate e valorização da tradição

A grande novidade da Festa de Nossa Senhora da Penha deste ano foi o resgate da novena tradicional, rezada em latim, com a participação da Orquestra Mater Dei. Há dez anos esta preciosa tradição religiosa e cultural de Resende Costa estava perdida. Uma iniciativa de membros da orquestra, liderados pelo jovem e competente regente Wagner Barbosa e pelo pároco padre Fábio, resgatou a novena. “Percebi um grande interesse de se resgatar a novena tradicional por parte de padres resende-costenses, do seminarista do 2º ano de Teologia Lucas (Alerson), sacristães, maestro e membros da Orquestra Mater Dei, alguns, universitários. A Orquestra Mater Dei é composta por um grupo significativo de jovens, para não dizer quase a totalidade. Isso me despertou para considerar o resgate da tradição como um ganho cultural, uma vez que a proposta partia de jovens”, disse padre Fábio.

O pároco explicou a reforma e atualização realizada no ritual da novena, no intuito de favorecer o conhecimento e a participação dos fiéis: “É, contudo, desafiador retomar a tradição, marcada pela língua latina, quando a comunidade se acostumou com a liturgia em português. O primeiro passo foi organizar o Livro da Novena da Padroeira, bilíngue, para facilitar no acompanhamento e entendimento das orações e dos cantos. Procuramos atualizar os textos de meditação mantendo o conteúdo místico, muito rico. As orações, preparatória e oferecimento, foram mantidas em português e rezadas, pelo celebrante e assembleia. A Orquestra Mater Dei demonstrou carinho e responsabilidade na preparação e execução da novena”.

Padre Fábio conclui avaliando as mudanças ocorridas neste ano: “Parece-me que boa parte da comunidade superou o impacto e admitiu o resgate da tradição, como positiva, para se elevar o espírito. Quanto à missa solene das 10h, no dia 1º, com vários cantos em latim, muito bem executados pela Orquestra Mater Dei, é que precisamos conversar mais, procurando uma alternativa que valorize a participação da Orquestra com um número maior de fiéis. A participação da comunidade, contudo, foi um testemunho muito bonito de sua fé e amor filial a Nossa Senhora da Penha, nossa Mãe e Excelsa Padroeira”.

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