Voltar a todos os posts

SJDR e os primeiros movimentos da campanha eleitoral de 2016

13 de Janeiro de 2016, por José Venâncio de Resende

Os candidatos que estão de olho neste prédio...

As eleições municipais deste ano parecem distantes. Mas a movimentação entre partidos e candidatos a prefeito (e vereadores) já começou em São João del-Rei. Nada definitivo! É como uma nuvem que a cada instante está de um jeito, já dizia o velho político mineiro Magalhães Pinto.

Pelo panorama de hoje, o ex-reitor da UFSJ, Helvécio Reis, é candidatíssimo à reeleição pelo PT. Nivaldo Andrade e Jorge Hannas devem reeditar a dobradinha que já governou a cidade, desta vez pelo PDT. O professor do IPTAN Rômulo Viegas, numa ampla coligação liderada pelo PSDB, tentará emplacar a sua experiência administrativa e parlamentar. Outros nomes, como o de Adenor Simões (PSB), também postulam o cargo mas alguns estão propensos a participar de coligações.

Duas teorias estão na praça: a primeira é de que as candidaturas de Nivaldo Andrade e de Rômulo Viegas vão dividir votos e beneficiar o candidato do PT; a segunda é de que os dois principais candidatos de oposição vão “roubar” votos de Helvécio Reis.

A novidade é que o PMDB (protagonista nos governos federal e estadual do PT) acabou em São João del-Rei, com a migração do grupo de Jorge Hannas e Nivaldo Andrade para o PDT. Até mesmo o peemedebista histórico Roque Silva Filho abandonou o partido. Em Minas, o PDT é oposição e em Brasília está rachado, com parte inclusive defendendo o impedimento de Dilma Rousseff. Espera-se que, em Abril, os vereadores peemedebistas Stefânio, Gilberto e Rodrigues apaguem a luz e ingressem no PDT ou em alguma legenda aliada como o PSL.

O presidente do PT, Leonardo Silveira, está convicto da reeleição do professor Helvécio Reis. Confia no impacto da inclusão social e do acesso às políticas públicas e aos bens de consumo. Além disso, aposta nas “políticas estruturantes” nas áreas de saneamento, educação, segurança e saúde. Instado a dar exemplos, cita a licitação de três creches; processo (“em fase final”) do esgotamento e tratamento de esgoto da cidade; expansão da rede de iluminação pública; abertura de inscrição para o concurso da Guarda Municipal; aumento de médicos e de exames e consultas especializadas; e plano de cargos e salários.

Rômulo Viegas espera liderar uma ampla coligação com PSB, PTB, Solidariedade, PPS e PRTB, entre outras legendas. Pretende apresentar um projeto de “cidadania social” para São João del-Rei, com base na sua experiência de ex-prefeito, ex-deputado, ex-secretário de Governo, professor de engenharia e também no trabalho de uma equipe de especialistas. “Não quero simplesmente ser prefeito, não preciso disso no meu currículo. Quero ver a minha cidade evoluir.”

O PSB trabalha com a perspectiva de candidatura própria (Adenor Simões), mas não descarta a aliança histórica com os tucanos, segundo o vereador e presidente do partido Fábio da Silva. “Sempre estivemos próximos, como em Belo Horizonte, São Paulo e Pernambuco. Aqui em São João del-Rei, já houve apoio mútuo – o PSB apoiou o Sidinho (Sidney Antônio de Sousa) em 2004 e Adenor Simões recebeu o apoio do PSDB em 2008.”

Para Fábio, “o grande desafio será saber quem capta mais votos decorrentes do desgaste de quem está no poder”, no caso Helvécio Reis. Daí o vereador acreditar que o lançamento de dois candidatos fortes não prejudique a oposição na disputa pelos votos.

Já o professor Aluizio Barros acredita que as candidaturas de Rômulo e Nivaldo acabam favorecendo Helvécio Reis, mesmo com a alta rejeição do atual prefeito. “A decepção foi muito grande. Muitas reuniões e nenhum resultado.” Sem falar que até hoje não chegou a São João del-Rei o dinheiro do PAC das cidades históricas anunciado pela presidente Dilma. “O desgaste do prefeito já se consolidou, o que explica o entusiasmo de Nivaldo.” Aluizio não acredita em aliança entre Rômulo e Nivaldo – não existe “dívida política” entres eles - e aposta na experiência e sensibilidade do tucano.

Afinal, os dois candidatos da oposição, de maior densidade eleitoral, beneficiariam o (ou tirariam votos do) atual prefeito? Pessoas com quem conversei informalmente tem opiniões divergentes, o que reforça a dúvida. Um fator a ser considerado é que o desgaste do PT no âmbito nacional pode beneficiar os candidatos oposicionistas. A questão é saber qual deles! Como em política não dá pra fazer exercício de futurologia, resta aguardar a voz das urnas.
 
 

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário