Carnaval 2017 segue modelo das edições anteriores, mas com menos foliões nas ruas

Emanuelle Ribeiro0

Em 2017, contando pré-carnaval e dias oficiais, a folia durou 10 dias em Resende Costa. O movimento nas ruas da cidade foi menor que o dos anos anteriores, mas quem saiu curtiu os tradicionais blocos e som na rua Gonçalves Pinto. A principal novidade, bastante elogiada pelos foliões, foi o Baile de Máscaras no Teatro Municipal. Ao som das marchinhas, pessoas de todas as idades curtiram a noite de segunda-feira, que teve a proposta de retomar o carnaval de antigamente. “No geral, o carnaval 2017 foi um sucesso. Tudo foi feito com muita qualidade e planejado com a melhor das intenções. Sabemos que há falhas, algumas que precisam ser repensadas e outras que não estão em nossas mãos”, afirma Lucas Lara, chefe do Setor de Cultura da Prefeitura Municipal.

Como tem acontecido nos últimos anos, o pré-carnaval atraiu mais foliões que os dias oficiais. Porém, tem continuado a diminuir o número de pessoas caracterizadas nas ruas em alguns blocos. Já nos dias principais de festa, a chuva, que quase não deu trégua, foi colocada como motivo do desânimo dos foliões. Mas será só isso? Há algum tempo, é discutida a possibilidade de mudança na estrutura do carnaval de Resende Costa. O Poder Público tem promovido alterações nas últimas edições do evento, mas que não foram totalmente aderidas pela população. Aliás, os foliões também têm se desiludido com a festa e muitos deixam Resende Costa para curtir em cidades vizinhas, que ironicamente oferecem praticamente o mesmo: som na rua. Mas, ainda assim, há algumas atividades diferenciadas que podem ser observadas por nós, como desfiles de blocos durante o dia e nos dias oficiais de carnaval.

Lucas acredita que a chuva contribuiu para o menor número de pessoas nas ruas: “Sempre digo que agradar a todos é impossível, ainda mais ao povo resende-costense, que sempre é muito criterioso, assim como eu. O carnaval de Resende Costa não acabou. O que acabou mesmo foi o interesse da galera, como também o conceito e essência do verdadeiro Carnaval aqui das terras lageanas. O que precisava ser feito foi feito, inclusive com uma ótima estrutura, o que é irrefutável. A avenida estava linda e super equipada. O que ‘prejudicou’ mesmo foi a chuva. Mas fica a experiência para que, nos próximos anos, rezemos mais para São Pedro”.

Frente a esse desânimo do folião resende-costense, é papel da organização buscar alternativas para trazer o público de volta para o nosso carnaval. O JL selecionou sugestões de foliões ouvidos durante o evento: Colocar mais tendas na avenida e melhorar a decoração (mesmo sem gastar muito); colocar dois DJs em setores diferentes com repertório para os públicos jovem e velho; deixar o som na avenida até mais tarde na sexta-feira de carnaval; incentivar ainda mais o uso de fantasias, inclusive nos dias oficiais; investir em blocos durante os dias principais de folia; colocar a bateria na rua e ampliar a ideia do baile no teatro, que foi muito bem aceita.

“Estamos aqui para ouvir e agradar a todos. O carnaval é a festa do povo e é assim que tem que ser. Esse ano fizemos algumas alterações que ficam como experiência. Como, por exemplo, a sonorização na avenida Alfredo Penido com os dias de "Esquenta" e o sucesso do carnaval 2017 com o retorno do Baile no Clube, que animou os foliões na Casa de Cultura. Enfim, um carnaval simplificado e mais tradicional. Mas, de fato, nem sempre são as mudanças o melhor para ‘reconquistar’ os foliões”, considera Lucas Lara.

O JL reconhece o trabalho da organização e parabeniza toda a comissão pelo esforço e dedicação. Parabéns, também, à bateria do Rifugo, que mais uma vez teve participação destacada na folia. Porém, não podemos fechar os olhos para essa queda na participação popular. Afinal, é o povo quem faz o carnaval. Então, precisamos do povo na rua!

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