Durante todo o curso de Jornalismo, os professores passam a orientação da imparcialidade e da omissão de opinião. Um dos critérios para o jornalismo ser bem-feito é a isenção perante os assuntos. A tarefa não é fácil. É duro não omitir opinião em alguns textos. Em outros, agradecemos por não precisarmos de nos pronunciar perante tal fato.
O JL deixa as opiniões reservadas para o editorial, como deve ser feito. Mas neste texto, que me desculpem as normas jornalísticas, vou ousar a emitir minha opinião sobre os 100 anos da E.E. Assis Resende. Foi no Assis que descobri que queria ser jornalista, foi lá também que descobri que não entendia muito sobre física. E acredito que os sete anos – do ensino fundamental ao médio – são fundamentais para as descobertas. Descobrimos que não somos bons em tudo, mas podemos ser bons em muitas coisas. Recordo-me da insistência da direção, dos professores e dos funcionários em propor novas atividades, em levar para atividades extraclasses, fazer viagens com turmas de adolescentes, driblando a falta de espaço físico e as limitações de trabalhar com uma turma com até 50 alunos com perfis muito diferentes.
O Assis foi para mim, assim como é para muitos resende-costenses, a instituição responsável pela educação fundamental e média. E o carinho pela instituição é grande. Sempre que passo de fora, enxergo lá dentro os bons anos de estudo. Com os amigos que moram fora da cidade, sempre aponto: Ali é o Assis Resende, escola onde estudei. Para os amigos que dividiram comigo o espaço, sempre há o que relembrar. Seja da merenda oferecida pelas “tias” da cantina, aos causos do porão ou dos barracões.
Atualmente, 47 professores, apoiados por 26 funcionários, são os responsáveis por lapidar talentos, ensinar e orientar 789 alunos, divididos em 24 turmas. Em homenagem aos 100 anos da Escola Estadual Assis Resende, ficam alguns relatos representando a instituição de ensino.
Maria Luzia Resende, professora aposentada, lecionou na escola Língua Portuguesa e Literaturas. Foi vice-diretora na gestão de Iêda Melo e diretora eleita pela comunidade em três mandatos (1997- 2011).
“Durante a minha gestão, procurei sempre levar uma educação comprometida com os princípios básicos de qualidade, igualdade, cooperação, respeito, buscas, indagações e aproveitamento de todas as oportunidades para engrandecer o conhecimento dentro da escola. Meu trabalho teve envolvimento coletivo contando com as famílias, corpo docente e discente, funcionários e comunidade geral. Foi um tempo de formação contínua devido aos inúmeros projetos da S.E.E. e que foram implantados, dando acesso a muitos alunos. Esse trabalho foi muito importante dentro da minha gestão. Os cem anos da escola representam a verdadeira colcha de retalhos costurada por muitas mãos, em ciclos diferentes, que guardam toda história da educação em Resende Costa. Fico feliz por ser fio dessa trama, que mostra muitas lembranças de cada tecelão educador. Assis Resende é uma escola que carrega bonita história e histórias bonitas não podem ficar esquecidas, precisam ser lembradas, aplaudidas e até mesmo sofridas pela dor da saudade, mas uma dor gostosa, com sabor do dever cumprido, de luta vitoriosa. Feliz vida nesta escola e que venham mais anos e anos de uma boa educação!” |
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Ana Luiza Reis Passos, aluna do 3° ano do ensino médio
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José Geraldo Costa, ex-aluno e funcionário da escola de 2007 aos dias atuais
“Falar da Escola Assis Resende é chover no molhado. Foi aqui que me formei e, depois de alguns anos, entrei para o quadro de funcionários como porteiro. Já são quase doze anos nessa função. Nesse período, entraram centenas de alunos e saíram cidadãos para o mundo. A meu ver, o Assis Resende é de suma importância para a nossa cidade, pois com sua dedicação saem daqui futuros médicos, professores, advogados, enfermeiros, engenheiros e, sobretudo, vai além das profissões: a escola forma cidadãos do bem.” |