Acorda, Resende Costa! JL defende política pública de preservação do patrimônio


Editorial

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Nesta edição do Jornal das Lajes, dois artigos tratam de um tema muito importante para Resende Costa: a proteção do nosso patrimônio histórico. O jornalista Fernando Chaves (Com Política!) defende a necessidade de elaboração no município de uma política pública de proteção patrimonial. “Cabe à sociedade e ao poder público, além dos empresários, construir uma política municipal de preservação e valorização dos patrimônios culturais e naturais que possam se configurar como atrativos e sejam estratégicos para o fomento do turismo de permanência”, escreveu Fernando em seu artigo.

O professor Edésio de Lara Melo (De Olho na Cidade), que é o atual presidente do Conselho de Patrimônio e Cultura de Resende Costa, também mostra sua preocupação com os rumos que a cidade vem tomando em se tratando da preservação do seu patrimônio histórico e cultural. “Caminhamos com nossa cidade que vem sendo transformada e vendo o entorno de prédios já tombados, como é o caso da igreja Matriz, sendo alterados. Optamos por uma atitude que busque preservar o que nos resta de bens patrimoniais ou, em curto espaço de tempo, os laços que nos unem ao passado, estarão completamente rompidos”, alerta Edésio.

Abrimos este editorial destacando nossos dois colunistas que abordam, de forma diferente, porém complementar, um tema que o Jornal das Lajes vem dando destaque desde a sua fundação há 15 anos. A primeira edição do JL, em abril de 2003, teve como destaque o abandono em que se encontrava a Biblioteca Municipal. Denunciamos o descaso com os livros, alguns raros, que estavam amontoados no camarote do Teatro Municipal. O próprio Teatro foi tema recorrente nas páginas do JL. Valeu a nossa insistência. O Teatro Municipal foi reformado e a centenária Biblioteca Municipal Antônio Gonçalves Pinto ganhou nova e digna sede.

No entanto, falta muito para afirmarmos que Resende Costa se preocupa verdadeiramente com a preservação do seu patrimônio histórico. Frequentemente presenciamos partes da nossa história desaparecer através de uma casa antiga que é demolida, de um espaço público depredado ou invadido por construções inadequadas. O mais grave é que assistimos hoje a tudo isso de forma passiva, e podendo contar com recursos e meios legais de controle disponíveis, o que não ocorria décadas atrás, quando diversos e belos imóveis históricos foram demolidos na cidade sem a vigilância e a anuência de órgãos competentes, como Conselho de Patrimônio e Cultura e Ministério Público.

Neste espaço já defendemos em diversas ocasiões a criação em Resende Costa de uma política pública de defesa do nosso patrimônio. Motivado pelos colunistas Fernando Chaves e Edésio Lara, o JL sente-se, mais uma vez, na obrigação de alertar o poder público e a população de Resende Costa para a importância de preservarmos o nosso patrimônio. Uma importante ação, há que se destacar, foi a criação no início deste ano da Secretaria Municipal de Artesanato, Turismo e Cultura. Espera-se que através dessa nova secretaria surjam e efetivem-se ações eficazes e estratégicas de preservação do patrimônio histórico material e imaterial de Resende Costa.

O JL defende a criação e aprovação de um novo código de posturas no município, capaz de organizar e estabelecer diretrizes para novas construções no espaço urbano e, ao mesmo tempo, preservar o que restou do nosso passado (imóveis históricos, ruas e praças, as lajes etc.).  Não podemos mais assistir de braços cruzados ao espaço urbano de Resende Costa ser descaracterizado ou, o que é ainda mais grave, destruído em prol do argumento falso de um progresso que até agora só se revelou destrutivo.

Para mais detalhes sobre esse importante tema, convidamos o leitor a ler nesta edição os artigos de Fernando Chaves e Edésio Lara.

Boa leitura, feliz Natal e próspero Ano-Novo!

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