amiRCo resgata as suas origens


Editorial

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Desde que foi criada em janeiro de 2004, uma das maiores ambições da amiRCo (Associação dos Amigos da Cultura de Resende Costa) tem sido organizar um festival de música em Resende Costa. Eis que chegou o momento. Entre os dias 27 e 30 de julho, acontecerá em Resende Costa o I Festival amiRCo de Música, que conta com o apoio da Prefeitura Municipal, Jornal das Lajes e Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França. O JL entrevistou, nesta edição, o presidente da amiRCo, Edésio de Lara Melo, que falou sobre a programação do festival e a importância de um evento como esse para a cultura de Resende Costa.

Cabe destacar que a preservação da música em Resende Costa foi o que motivou a criação da amiRCo. O grupo fundador da associação se preocupava especialmente, naquela ocasião, com a delicada situação em que se encontrava a música sacra em Resende Costa, de modo especial a música executada durante as solenidades da Semana Santa. A Orquestra Mater Dei vivia o que talvez fosse o momento mais crítico de sua história centenária. Havia poucos músicos, entre instrumentistas e cantores. Era, portanto, real e iminente o risco de extinção da bela e rica tradição musical que Resende Costa vem cultivando há séculos.

O grupo fundador da AmiRCo se dedicou, de início, a duas frentes culturais: a música e a literatura/linguística. A primeira, com a criação de um coral e a segunda, com a urgente recuperação dos livros da Biblioteca Municipal, sobretudo o acervo importante de livros antigos em lamentável estado de depreciação, à época espalhados pelo chão do Teatro Municipal (que, por sua vez, estava prestes a cair...). Assim, a primeira atividade da amiRCo, financiada pelo FEC (Fundo Estadual de Cultura), foi executada com êxito.

A criação do coral, depois de uma tentativa de apresentação, não foi adiante. Idem, o grupo de estudos literário/linguísticos. Entretanto, a partir da “descoberta” do opúsculo “Livro de Pallidas Reminiscencias da Antiga Lage – hoje – Villa de Rezende Costa”, de José Augusto de Rezende (1920, 1º diretor do Grupo Escolar), também financiado pelo FEC, veio a ideia do projeto de criarmos uma coleção de interesse para nossa cidade, para a publicação de livros de resende-costenses.  Assim, nasceu a “Coleção Lageana”. Patrocinados pelo o PEC, chegamos com sucesso até então ao número de 12 publicações. Este projeto foi responsável decisivamente para o amadurecimento da associação, que passou a ser reconhecida, respeitada e admirada por grande parte da sociedade da nossa região.

Felizmente, de alguns anos para cá, aconteceram fatos importantes que contribuíram para o resgate da música sacra na cidade. A eleição da nova diretoria da Orquestra Mater Dei está entre eles. Dirigida pelo maestro e violinista Wagner Barbosa, a diretoria tem realizado importante trabalho ao atrair novos integrantes para o grupo, ao promover a vinda de músicos de outras cidades a fim de atuarem na orquestra, ao resgatar repertório que há décadas não era executado, fazendo com que a participação do grupo nas tradicionais celebrações da Paróquia, especialmente na Semana Santa e Festa de Nossa Senhora da Penha, ocorra com qualidade e brilhantismo.

 O festival de música é uma iniciativa que marcará o retorno da amiRCo aos seus princípios motivadores. O Jornal das Lajes é parceiro da amiRCo em mais essa ação de valorização da cultura resende-costense. Temos certeza de que a partir deste festival os grupos musicais que atuam em Resende Costa, como a Banda Municipal Santa Cecília, Orquestra e Coro Mater Dei, Lira São Sebastião de Jacarandira, entre outros, se fortalecerão e encontrarão ainda mais motivação para seus trabalhos.

Acreditamos na importância deste festival para a descoberta de novos talentos, para a formação e o aprimoramento dos alunos que terão contato com músicos e professores de renomada competência. Mais ainda, apoiamos essa inciativa cultural por acreditarmos que se trata de uma ação de popularização e democratização da cultura.

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