APAE de Resende Costa marca presença na Olimpíada Estadual das APAEs de Minas Gerais


Esporte

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Álvaro Camilo participou da competição representando a APAE de Resende Costa (Foto APAE RC)

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Resende Costa foi uma das 144 APAEs presentes na XIX edição da Olimpíada Estadual das APAEs de Minas Gerais. Nos dias 16, 17 e 18 de novembro o Mineirinho e o Centro de Treinamento Esportivo da UFMG (CTE UFMG), em Belo Horizonte, receberam diversas modalidades esportivas como: atletismo, futsal, judô e ginástica, disputados por mais de 600 atletas.

A APAE de Resende Costa foi representada pelo atleta Álvaro Camilo Resende que se classificou nas olimpíadas regionais, em maio deste ano, na cidade de São João del-Rei. Outros dois atletas também se classificaram para a disputa estadual. No entanto, por motivos pessoais o aluno Webert não pôde comparecer no dia do evento. Já Ana Cristina, que ficou em 1° lugar na disputa regional, na modalidade Corrida Down, não foi a Belo Horizonte devido à falta de um acompanhante - a garota possui Síndrome de Down e necessita de acompanhante.   

Carlos Eduardo é atleta da equipe Novo Amanhecer e realiza trabalho voluntário como treinador dos alunos da APAE. Para ele, a evolução do Álvaro valeu mais que o pódio, que neste ano ainda não veio. A melhor colocação do garoto foi o 4° lugar nos 400m rasos. “O Álvaro, para mim, é um campeão porque ele bateu todos os tempos do treinamento, isso já é uma vitória”, comemora Carlos

Álvaro já pratica o esporte há algum tempo, mas não em corridas de curto trajeto. O garoto já disputou até meia maratona, ainda assim pretende continuar participando nas próximas oportunidades. “Apesar do meu forte não ser essas curtinhas, para levar o nome da nossa cidade, e da nossa grande APAE em que eu estudei por um bom tempo. Eu pretendo voltar, com certeza”.

  A participação e a experiência trazidas da capital mineira são contadas com emoção pelo preparador do atleta. “Para mim, não existe outra coisa que inclui mais que o esporte. Estou aqui falando quase chorando, é uma coisa de louco, fico até arrepiado. De acordo com alguns dados, quem tem Síndrome de Down tem, por exemplo, quatro vezes mais dificuldade para levantar a perna, ou o braço, ou o dedo do que uma pessoa ‘normal’. Então você imagina um menino com Síndrome de Down dando salto mortal, lutando capoeira. Eu vi isso lá. Ficando de cabeça para baixo, dando uma tesoura da capoeira, nadando. Então, para mim, atleta de verdade eu vi lá, dessa vez”, diz Carlos, emocionado.

Carlos pretende continuar participando das olimpíadas e, quem sabe chegar até a etapa nacional: “Nós já estamos com um projeto dentro da APAE, atletismo da APAE. A nossa ideia é ter uns três ou quatro alunos da APAE na olimpíada de nível nacional”. Álvaro acredita no potencial dos seus colegas de escola: “Várias pessoas que eu conheço lá da APAE têm possibilidade de disputar as provas de lá. Tem cadeirante, pessoas com Síndrome de Down. Mas é preciso de apoio para ir ao banheiro, por exemplo, precisa de um acompanhante. Mas é possível ir”.

Para o presidente da APAE, Antônio Resende, além da promoção de saúde a integração com as instituições das Vertentes é importante, uma vez que frequentemente a pessoa portadora de deficiência é impossibilitada do convívio devido à barreiras físicas e sociais. “Primeiro lugar, saúde. A saúde é muito importante, o físico, e também a integração das APAEs. Do conselho das vertentes, participaram Barroso, Lagoa Dourada, São João del-Rei e Dores de Campos. É um trabalho muito gratificante vê-los com bons olhos, e o que nós pudermos fazer pelos alunos e pela equipe é muito importante”, declara Antônio.

Enquanto incentivador de esportes e da inclusão, Álvaro deixa um recado: “Quando eu cheguei na última reta, queria ser o primeiro, estiquei minhas pernas e levei um tombo, mas foi um tombo para eu levantar e continuar correndo.” O episódio aconteceu em São João del-Rei. Questionado se em Belo Horizonte aconteceu algo semelhante, a resposta do APAE de Resende Costa veio fácil. “Não, basta um só para o aprendizado. Não importa cair, o que importa é aprender e não fazer de novo”, conclui Álvaro

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