Em Resende, produtores de uva podem ganhar mais ao engarrafar seu produto


Economia

José Venâncio de Resende0

Resende, às margens do rio Douro, Portugal (Foto Ideal).

O município de Resende, às margens do rio Douro na região norte de Portugal, tem perto de 1000 produtores de uva, mais do que o vizinho Baião (cerca de 800 produtores). Porém, em Baião há 53 engarrafadores de vinho contra apenas 9 em Resende, de acordo com a Comissão Vitivinícola dos Vinhos Verdes.

“Eu deixo, mais uma vez, o alerta aos nossos produtores de uva, que existe aqui uma janela de oportunidades; que pensem em engarrafar efetivamente o seu vinho”, disse Anabela Oliveira, vice-presidente da Associação Empresarial de Resende (AER), em seu último programa mensal (26/03) na Rádio Resende FM. “O reconhecimento de uma marca (rótulo) pode dar uma rentabilidade financeira a quem está associado a este produto.”

O comentário de Anabela foi inspirado na notícia do semanário Expresso (19/03) sobre o movimento “Marcas por Portugal”, liderado por 21 personalidades, entre elas grandes empresários do país. Trata-se de valorizar ou fortalecer a marca Portugal no estrangeiro, ou seja, “vender” o “Made in Portugal” com maior valor agregado.

Em relação a Resende, disse Anabela, “nós até estamos bem em termos de produção de uva, só que somos muito menos a engarrafar... E o que realmente dá vantagens financeiras é quem engarrafa”.  O município vende “a granel, a preço baixo, a engarrafadores externos ao nosso concelho”, que depois podem voltar para vender nos restaurantes locais. “E vendem a um preço mais alto.”

Mesmo com um conjunto de despesas (embalagem, rolha, rótulo etc.), os engarrafadores conseguem ter rentabilidade muito alta, observou a vice-presidente da AER. “O que se nota é que a quantidade dos engarrafadores no concelho de Baião é crescente, enquanto em Resende não tem havido grandes alterações.”

Para além das grandes superfícies (supemercados, por exemplo), Anabela apontou alternativas para escoar o produto de Resende. Ela citou como exemplos restaurantes, “embora este não seja o momento para falar em restauração, mas isso vai passar, naturalmente”, feiras do vinho e canais na internet (“os sites permitem escoar muitos produtos”).

Nota-se, cada vez mais, que os consumidores estão mais ávidos por produtos regionais, que valorizam a identidade local. “Por isso, um rótulo com história transmite a identidade de um produto, transmite aquilo que está dentro daquela garrafa, e os consumidores valorizam. Vamos criar a capacidade de exportar o produto final, o vinho”, concluiu a vice-presidente da AER.      

 

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