Entre 2018 e 2020, ASAPAC DE SJDR registrou um aumento de 70% em atendimento a pacientes resende-costenses

Instituição que atende cerca de 350 pessoas da região manifestou preocupação com o aumento de pacientes oncológicos e realizou eventos na cidade no ano de 2019


Cidades

Vanuza Resende0

Casa de apoio da ASAPAC de São João del-Rei (Foto: arquivo ASAPAC)

A Associação de Amparo a Pacientes com Câncer (ASAPAC) é uma organização civil sem fins lucrativos que oferece atendimento gratuito a pacientes diagnosticados com câncer durante todo o processo de tratamento. A instituição foi fundada em Belo Horizonte no ano de 2004, por Isabel Matilde Cunha. Em São João del-Rei, a associação presta serviços desde o ano de 2006 a crianças, adolescentes, adultos e idosos portadores de qualquer tipo de neoplasia.

O gerente de planejamento, produção e organização da instituição, Valdecir Braga, comenta sobre o trabalho da ASAPAC. “A atuação da ASAPAC é no amparo e no acompanhamento ao paciente durante seu tratamento, com uma equipe multidisciplinar de saúde. O paciente, ao descobrir que está com câncer, é encaminhado para a ASAPAC ou ele mesmo a procura. No primeiro contato é marcado um horário com nossa assistente social e o paciente ou familiar são orientados a trazer os seguintes documentos para o cadastro: documento de identidade, CPF e cartão do SUS. Além disso, também são necessários comprovante de residência, comprovante de renda e biópsia ou laudo médico atualizado.”

Devido à pandemia, o cadastro dos pacientes pode ser realizado por telefone e a documentação enviada via WhatsApp. O número para contato é o (32) 3372-1913.

 

Resende Costa

A instituição atende toda a microrregião do Campo das Vertentes e hoje presta atendimento a mais de 350 pessoas. “Atualmente estamos com 354 pacientes em acompanhamento e atendimento na ASAPAC. Nossa equipe acompanha a evolução do paciente durante todo o tratamento, com total suporte à família e ao paciente para enfrentarem o câncer”, frisa o gerente.

No ano de 2019, a ASAPAC realizou um evento da Campanha Novembro Azul, mês de prevenção ao câncer de próstata, em Resende Costa. O motivo de ter levado o evento até a cidade teria sido o aumento de pacientes cadastrados e atendidos pela ASAPAC. “O quadro abaixo mostra o quantitativo de pacientes cadastrados e atendidos na ASAPAC da cidade de Resende Costa. Veja que de 2018 para 2019 tivemos um aumento de pouco mais de 70%. O número se manteve em 2020. Esse foi o principal motivo de levarmos orientação e exames de prevenção para a cidade de Resende Costa em 2019”, explica.

 

2018 2019 2020
15 26 216

 

Portanto, de 2018 a 2020 o número de pacientes oncológicos atendidos pela instituição saltou de 15 para 26. Vale ressaltar que os números não significam o total de pacientes em tratamento oncológico da cidade, e sim os que procuraram o apoio da ASAPAC. Não há um motivo para o aumento dos números de casos na cidade. No entanto, é muito importante que a população procure o médico em casos de sintomas da doença, faça exames de rotinas e mantenha hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos.

 

Projeto Desapega Rapunzel

A notícia do diagnóstico de câncer não é uma tarefa fácil de enfrentar, mas algumas preocupações dos pacientes podem ser amenizadas com ações simples. Entre tantas dúvidas que passam pela cabeça ao começar o tratamento, uma delas é encarar a perda dos cabelos, que costuma acontecer durante a quimioterapia. Mas perder o cabelo não significa perder a vaidade. Para lidar com a queda dos fios, existem alternativas: lenços, turbantes, chapéus e perucas. E foi pensando nisso que a ASAPAC inaugurou em agosto de 2019 o banco de perucas da instituição.

A ASAPAC recebe doações de cabelos, que são enviados para uma ONG em Belo Horizonte, onde são confeccionadas as perucas. É o que explica Valdecir Braga. “Mandamos para a ONG Fios de Luz e doamos as perucas para as pacientes. São delas, não precisam devolver. “As perucas vêm tanto com corte ou sem ele, a fim de que a paciente tenha condições de ir ao salão e modelá-las do jeito de que mais gosta”, conta.

Para que o cabelo seja bem aproveitado, a orientação é de que o doador corte o cabelo amarrado e seco, coloque em um saquinho limpo ou envelope. É importante também que o cabelo tenha a partir de 20 centímetros de extensão. Além das perucas, a ASAPAC também oferece lenços e turbantes para as pacientes. As doações de cabelos, assim como a escolha da peruca, são feitas na sede da ASAPAC.

 

Instituição conta com ajuda para continuar atuando

De acordo com Valdecir, os principais atendimentos com profissionais realizados pela ASAPAC são com advogados, assistentes sociais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Além de atendimentos com os profissionais, a instituição fornece medicamentos não encontrados na rede SUS e realiza pagamentos de exames. Outra assistência prestada é a do fornecimento de suplementos alimentares, como dieta enteral (dieta por sonda), leite integral, leite em pó e cestas básicas. A ASAPAC ainda oferece aos pacientes cadeiras de roda e de banho, bolsa de colostomia e fraldas geriátricas. Uma outra ajuda da instituição é a casa de apoio para pacientes e familiares de cidades vizinhas, com hospedagem, alimentação e translado para o tratamento.

Para continuar atendendo todos os pacientes, o gerente ressalta que precisa de ajuda. “A ASAPAC depende totalmente das doações, sejam em dinheiro ou em doações de alimentos não perecíveis. Temos também dois apartamentos para aluguel, que nos foram doados, em cima da nossa casa de apoio. No momento não estão alugados. Não temos nenhum outro tipo de recurso financeiro a não serem as doações”.

Quem desejar contribuir com a ASAPAC bastar entrar em contato com o número: (32) 3372-1913 ou enviar um WhatsApp. Valdecir ressalta que qualquer ajuda é bem-vinda. “Temos também um serviço de telemarketing que liga para as pessoas pedindo doações. Sendo estas autorizadas, o nosso mensageiro se desloca até a residência com recibo em nome do doador, uniformizado e com crachá. Toda ajuda é muito importante. A associação sobrevive apenas de doações de pessoas físicas e jurídicas e há 16 anos milhares de pessoas já foram atendidas e amparadas”, finaliza.

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário