Evento da UFSJ debate a cultura no Campo das Vertentes

Na abertura, no dia 17 de maio, os participantes puderam conhecer a experiência de veículos de comunicação de Barbacena, Resende Costa e São João del-Rei


Cultura

Camila Conde e Bráulio Nolasco*0

Diretores do Jornal das Lajes, André Eustáquio e Rosalvo Pinto, participaram do VII Ciclo de Debates, na UFSJ)

A cultura no Campo das Vertentes foi o tema do 7º Ciclo de Debates que aconteceu no anfiteatro do campus Tancredo Neves (CTan), da Universidade Federal de São João del-Rei, entre os dias 17 e 25 de maio. A abertura ocorreu na última quinta, 17, mas o evento prosseguiu até a sexta-feira, 25. Uma das organizadoras do evento e das idealizadoras do projeto Vertentes Agência de Notícias (VAN), a professora doutora Filomena Bomfim, abriu o Ciclo de Debates para os alunos, convidados e palestrantes. “Nada fazemos sozinhos no campo da comunicação”, disse ela, enaltecendo as parcerias que sustentam a VAN.

A professora mestra Najla Passos fez a apresentação do novo site da VAN, que agora incorpora novas funcionalidades: além da tradicional divulgação de notícias, passa a veicular também notas curtas sobre temas de utilidade pública e fotos em alta resolução.

A primeira palestra foi ministrada pelo jornalista André Eustáquio Melo de Oliveira, editor-chefe do Jornal das Lajes, de Resende Costa. Ele falou sobre a história do JL, que em abril último completou 15 anos. O jornal tem como objetivo resgatar a memória e a cultura das Vertentes e informar de forma imparcial e livre. André é filósofo e entrou na comunicação a convite de um amigo, Denilson Daher, com quem trabalhou na fundação do Jornal das Lajes. Escreveu seu primeiro artigo no JL sobre a Semana Santa de Resende Costa. A partir disso, André Eustáquio não parou mais: assumiu a redação do jornal já na segunda edição, convidou os primeiros colunistas e, juntos, fizeram do Jornal das Lajes referência na região.

A segunda palestra da noite foi conduzida pela professora doutora em Letras da UFSJ, Eliana da Conceição Tolentino. Ela abordou a história do Jornal do Poste, que foi criado em 1° de outubro de 1958, por João Lobosque Neto e continua na ativa até hoje. João foi violinista, conhecido como fiscal “turrão” da Receita Federal e dono de um bar chamado Bife de Ouro, onde suas primeiras matérias eram lidas.

O jornal, que recentemente foi tombado como patrimônio imaterial de São João del-Rei, era em parte manuscrito e teve como inspiração Adelina Corrotti, que escrevia e usava os postes da cidade para chegar ao seu público. Depois da grande procura no botequim, o jornal passou a ser pregado em postes; possuía uma linguagem popular, ou de esquina, como salientou a professora do curso de Letras.

Encerrando o primeiro dia de debates, com a 3° palestra, o professor e jornalista Marcelo Mauricio Miranda apresentou o jornal Folha de Barbacena, que foi fundado por ele e um amigo em 2005, com o nome de Folha de Negócios.  Esse projeto inicial tinha como objetivo e conteúdo classificados diversos e sua distribuição era gratuita. Como na maioria das empresas de comunicação, o jornal era sustentado por anunciantes. Marcelo trouxe para os alunos e convidados toda sua experiência no campo da comunicação. Depois que iniciou o projeto com seu amigo de faculdade, ele sempre procurou estar à frente, qualificando-se e buscando, em outros ambientes, pontos que pudessem agregar ao seu projeto. Hoje, como publicitário e responsável pela linha editorial do jornal, trabalha com estética diferenciada e fechou contrato com a Sempre Editora, empresa responsável pela impressão, que otimizou o processo de produção.

Segundo ele, o periódico tem hoje uma tiragem de aproximadamente 5 mil exemplares e atinge uma média de 30 mil pessoas por semana. Está na edição de número 329 e tem circulação semanal com custo de R$ 1,00 a edição. Para Marcelo, ter escolhido iniciar um projeto foi mais engrandecedor do que trabalhar em uma grande empresa, em um grande centro. “O que me move não é a questão financeira, é essa experiência quântica com as pessoas”, disse ele. 

A programação completa do 7º Ciclo de Debates “A Cultura no Campo das Vertentes” se encontra no evento criado no Facebook.

*VAN Agência de Notícias (UFSJ)

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