INÉDITO: Placas de energia solar começam chegar à região das Vertentes


Economia

José Venâncio de Resende0

Anderson Ubaldo, empreendedor em energia solar.

A energia solar fotovoltaica (placas ou painéis) começa chegar à região das Vertentes. A Eletro Braga Materiais Elétricos já tem um projeto pronto para ser implantado, possivelmente ainda neste primeiro semestre. Trata-se de uma usina de 0,018 megawatts pico (MWp), correspondente a 72 placas em 120 m2, para atender os prédios comerciais da empresa em São João del-Rei, Tiradentes e Santa Cruz de Minas, além de residências. O sistema é on-grid, ou seja, será conectado à rede da concessionária, no caso a Cemig.

O projeto foi desenvolvido pela Impacto Engenharia Ltda., microempresa do engenheiro eletricista formado pela UFSJ, Anderson Ubaldo Inácio, em sociedade com Bruno Xavier. A principal área de atuação da empresa é a região de Divinópolis, mas por ser são-joanense Anderson tem interesse em expandir os seus trabalhos na região dos Campos das Vertentes. “A intenção é trazer nossa bandeira para a região de São João del-Rei.”

Desde o ano passado, Anderson Ubaldo desenvolve projetos (solução inteira) de energia fotovoltaica para um universo que vai de residências até indústrias, passando por empresas de médio porte. Antes de ser executado, cada projeto é submetido à aprovação da Cemig, que leva de 45 a 60 dias para dar o seu parecer.

Sustentabilidade

Na região de Divinópolis, Anderson desenvolve para a Prefeitura de Araújos – cidade de 7.883 habitantes – uma usina de 0,025 MWp (92 paineis em 150 m2 de área de captação de energia solar), que vai atender todas as escolas, creches, APAE e prédios públicos do município. O excedente da energia gerada será aproveitado na iluminação pública. “O foco do projeto de Araújos é em sustentabilidade, que é a criança crescer vendo que ela pode tirar da própria natureza a energia para a sua subsistência”, resume.

De acordo com a ordem de prioridade das contas definida pela própria prefeitura de Araújos, a implantação do sistema, previsto para ser inaugurado em breve, resultará em redução de 95% no valor da fatura, revela Anderson Ubaldo. “O investimento é geralmente em torno de 50 a 60 vezes o valor do consumo.”

Além de painéis e inversores, o kit de uma usina inclui a estrutura de sustentação. Neste caso, o retorno do investimento é de cerca de 4,2 anos. A garantia dos módulos fotovoltaicos (painéis) é de 10 anos; dos inversores, de 5 anos; e da execução, de no mínimo um ano.

O sistema de Araújos, enquadrado na microgeração de energia, é classificado como de médio porte (acima de 0,075 MWp, é considerado de grande porte). Já sistemas acima de 1 MWp são classificados como minigeração (indústrias, shoppings etc.).

Em Lavras, Anderson Ubaldo desenvolve um projeto (previsão de termino entre Fevereiro e Março) com a 6ª Companhia da Polícia Militar Meio Ambiente, com foco na redução de consumo e na sustentabilidade. Trata-se de uma usina de 0,023 MWp (92 placas e área de 150 m2).

Residências

Anderson já tem contratos fechados para implantação de projetos residenciais de energia solar fotovoltaica, tanto em Divinópolis quanto nas regiões de São João del-Rei e Barbacena. O sistema residencial gira em torno de 6 a 8 paineis, com economia de mais de 90%. Mas a maior dificuldade para este segmento deslanchar é a falta de linhas de financiamento específicas, com prazo maior e juros menores. Medida esta que exige a atenção do governo federal.

Anderson Ubaldo trabalha também com sistemas off-grid (soluções para consumidores isolados, como sítios e casas de campo onde não há disponibilidade de rede elétrica). Nesse caso, a energia gerada durante o dia é armazenada em baterias cuja vida útil é de 10 anos desde que o projeto seja bem dimensionado.

A implantação desse sistema, por exemplo, numa casa de fim de semana (cerca de 70 m2) exige um investimento em torno de R$ 10 mil a R$ 12 mil, com exceção do chuveiro. Neste, uma opção seria agregar um sistema de aquecimentoo (solar ou a gás). A conta de energia seria zero por não envolver a concessionária.

Equipamentos

Os equipamentos são importados principalmente de China, Canadá e Alemanha. Apesar das oscilações do câmbio, os preços vem caindo nos últimos anos, o que torna o investimento bastante acessível. Este é o momento ideal para fazer investimento em energia fotovoltaica, recomenda Anderson. Até porque os preços podem aumentar na medida em que a demanda por equipamentos crescer, não apenas no Brasil mas também em outras partes do mundo.

Anderson Ubaldo está otimista com o avanço dos investimentos em sistemas de energia solar fotovoltaica em Minas Gerais, Estado onde a energia elétrica é uma das mais caras. “Acredito que Minas será em breve o maior polo de energia fotovoltaica do País.”


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