Jiu-jitsu: a arte da vez

Atualmente, 20 pessoas praticam o esporte em Resende Costa


Esporte

Vanuza Resende0

Equipe de Resende Costa participou do campeonato de Jiu-Jitsu em São João del-Rei

Resende Costa vem demonstrando os prazeres de ser uma cidade esportiva. Dessa vez, foi o Jiu-jitsu que levou o nome da cidade ao Del-Rey Open de Jiu-jitsu de São João del-Rei. O professor de Jiu-jitsu Abdias Miranda foi o responsável por levar os atletas de Resende Costa até a Cidade dos Sinos. “No mês de abril, aconteceu mais uma edição desse campeonato que ocorre anualmente e é muito bom para a região, porque geralmente os campeonatos de Jiu-jitsu são longe, acontecem em outras cidades, nos grandes centros”, explica Abdias. Pela segunda vez consecutiva, os resende-costenses voltaram com as mãos cheias de medalhas. “Levamos seis competidores, um adulto e cinco crianças. E voltamos com cinco medalhas: três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Um ótimo resultado”, comemora Abdias.

Abdias, que já treina Jiu-jitsu há 13 anos e disputou diversas competições, assumiu o treinamento em Resende Costa há dois anos, substituindo os seus antigos professores. Hoje ele é o responsável por ensinar o esporte para 13 crianças e 7 adultos. Os treinos acontecem na Academia Ação Física às segundas, quartas e sextas-feiras.

Algumas dessas crianças não pagam pelas aulas. Apesar de Abdias não considerar como um projeto, ele explica como funciona a parte inclusiva do esporte: “Eu não vou colocar todas as crianças carentes porque muitas vezes os projetos sociais colocam 30 crianças em um mês, no outro sobraram apenas 10 e no outro cinco. Eu prefiro treinar as crianças que eu sei que realmente querem praticar, têm o interesse pelo Jiu-jitsu porque aí faz sentido e elas continuam com a gente.”

Para participar dos treinamentos, basta ter mais de cinco anos de idade e vontade de aprender. Abdias diz que a arte marcial já existe há muitos anos em Resende Costa. Apesar de não ser tão conhecida, sempre há atletas buscando praticar a modalidade. O treinador conta que o que ainda é restrito é a participação feminina. “O Jiu-jitsu, como tem muito contato físico, não atrai tantas mulheres aqui em Resende Costa, mas isso é aqui. Eu treinei em outros lugares, na cidade de São José dos Campos – SP, por exemplo, e tem muitas mulheres participando, assim como muitos homens. Talvez, ainda temos que trabalhar isso do contato físico. Sinto que às vezes as pessoas ficam com receio de participar por causa desse contato.” Mesmo sendo restrita, Abdias destaca a participação de duas competidoras da cidade. “Aqui temos a Beatriz ElCorab, que é um exemplo para todos nós e participa com a gente há muitos anos, e a Talia, que foi uma das vencedoras no evento de que participamos em São João del-Rei e está sempre competindo muito bem. Ela é uma das crianças que nós incluímos nos treinos,” conta Abdias.

O treinador acredita que o Jiu-jitsu, assim como outros esportes, não é para formar apenas competidores, mas também para formar cidadãos. “O Jiu-jitsu trabalha a parte do lazer, o físico e a inclusão, não somente social, mas a inclusão como um todo. As crianças precisam se socializar. Hoje em dia, as crianças ficam cada uma no seu canto com seu smartphone. E nós trabalhamos muito isso, ser competidor é apenas uma consequência”, frisa o professor.

 

Planos futuros

Ainda neste mês, os atletas de Resende Costa pretendem disputar um campeonato em São Tiago. E Abdias revela a vontade de realizar um campeonato em Resende Costa. “Precisamos encontrar uma data que não vá sediar outras competições no Brasil. Quero divulgar muito o evento e trazer competidores de cidades da região, de Belo Horizonte, de São Paulo e fazer um grande evento”, planeja o atleta.

O treinador aproveita para incentivar o esporte. “Eu convido todas as pessoas a conhecer o Jiu-jitsu, os benefícios do condicionamento físico, mental e da saúde. A gente precisa de uma válvula de escape, as pessoas estão muito estressadas e precisam descontar isso em algum lugar. As pessoas precisam de esporte na vida, quem faz esporte agora economiza em remédios lá na frente. A qualidade de vida é outra!”, conclui Abdias.  

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