Lições do novo coronavírus


Editorial

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Ninguém previa o que estava por vir. No dia 1º de janeiro, as pessoas brindaram em todas as partes do mundo a chegada do ano-novo e partilharam a esperança de ser um ano promissor. No entanto, em algum lugar da Ásia, na cidade chinesa de Wuhan, um vírus microscópico já causava terror, ceifava vidas e colocava em total isolamento uma das maiores cidades da China. O ocidente ainda não acordara para a ameaça. O vírus já havia transposto as fronteiras dos continentes, enquanto multidões se divertiam nos estádios de futebol, nos bares, nas ruas e nos carnavais.

A realidade apocalíptica não tardou a assombrar as grandes potências ocidentais. No início de março, Itália, Espanha e França começaram a registrar números gigantescos de contágios e de mortes pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Em um primeiro momento, as autoridades de alguns países, incrédulas, subestimaram o poder letal do novo coronavírus até verem as UTIs lotadas, os hospitais sem leitos e o número de mortos atingir níveis assustadores. 2020 estava começando de verdade.

A humanidade vive um momento crucial em sua história. Apesar do medo e das incertezas, a pandemia do novo coronavírus está deixando lições importantes. O homem está sendo obrigado a aprender que é preciso respeitar a natureza. As grandes potências militares e econômicas do planeta estão sentindo na pele que investimento em saúde deve ser prioridade ante os bilhões que são gastos na produção de sofisticadas máquinas de guerra que financiam a indústria da morte em larga escala. Chegamos à conclusão de que o inimigo não é o terror, tampouco as ditaduras. O inimigo maior da humanidade pode ser um vírus invisível a olho nu, para o qual ainda não existem armas. Para que mísseis sofisticados de longo alcance? Qual a finalidade de porta-aviões ultrassofisticados? Onde estão os submarinos nucleares e os aviões de combates invisíveis aos radares? O maior inimigo do homem na atualidade pode ser vencido apenas por uma vacina, uma dose pequena de remédio, que potência nenhuma ainda desenvolveu. Não precisamos de armas. Necessitamos de remédios.

Preparemo-nos para um mundo diferente. A humanidade não será mais a mesma após a pandemia. O novo coronavírus está nos dando a oportunidade de fazermos escolhas vitais. De repente, como num piscar de olhos, vimo-nos distantes fisicamente das pessoas que mais amamos. Estamos aprendendo com o medo e com o isolamento social a nos aproximarmos efetivamente das pessoas, a nos solidarizarmos, a estendermos as mãos mesmo que a distância.

Façamos, pois, a nossa parte seguindo orientações de especialistas e confiando na ciência. Fechemos nossos olhos e ouvidos para as fake news, para políticos populistas e irresponsáveis que ainda subestimam a gravidade de um problema que apavora o mundo inteiro. Não deixemos, contudo, de confiar que dias melhores virão. O coronavírus irá passar e voltaremos a nos abraçar. Após esse período desafiador, que possamos renovar os votos de feliz 2020!

 

JL on-line

A edição deste mês do JL será marcada por esse acontecimento triste que mudou os rumos e a vida de todas as pessoas e nações do planeta. O novo coronavírus não escolhe suas vítimas. Ele assombra crianças, jovens, idosos, ricos, pobres, brancos e negros, metrópoles e pequenos centros.

Pela primeira vez em sua história, o Jornal das Lajes não circulará em sua versão impressa. O coronavírus também nos atingiu, justamente no mês em que comemoramos 17 anos de existência. Devido ao necessário isolamento social, considerando a logística e a segurança na distribuição, optamos por fazer, neste mês de abril, somente a edição on-line do JL. As páginas do jornal foram diagramadas e estão disponíveis em nossa plataforma na internet (www.jornaldaslajes.com.br). O leitor poderá ler, on-line e gratuitamente, nossas reportagens e acompanhar o nosso time de colunistas. Estão todos lá!

Não seria possível o JL realizar seu trabalho neste momento de pandemia e de isolamento social não fosse o apoio incondicional dos nossos patrocinadores e anunciantes. Todos eles acreditaram na seriedade do nosso trabalho e na importância de permanecermos juntos, informando a população através do jornalismo comprometido com a verdade. Muito obrigado a vocês, leitores, amigos e parceiros anunciantes, por confiarem e permanecerem conosco. Estamos juntos nessa batalha e a venceremos!

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