Médico resende-costense, na linha de frente do combate à pandemia de Covid-19, em SP


Saúde

José Venâncio de Resende0

fotoJoão Roberto, residente em Clínica Médica, em SP.

No início deste mês, o médico resende-costense João Roberto Resende Fernandes, 27 anos, que atua na linha de frente do combate ao novo coronavírus em São Paulo, foi diagnosticado com a doença. “Apresentei sintomas gripais, como mal-estar, coriza, dor muscular, febre e perdi totalmente a capacidade de sentir o cheiro. Não apresentei falta de ar e nem tive complicações. Ser jovem e não apresentar comorbidades foram fatores importantes para isso.”

João Roberto foi afastado do trabalho, mas “não precisei receber nenhuma medicação além de sintomáticos (dipirona e paracetamol); cumpri o isolamento social por 14 dias e atualmente já me encontro recuperado e de volta às atividades”.

João Roberto é filho de Sandra, da família do Roberto do Catimbau, e de José Geraldo (família do Joãozinho da Serraria). Ele graduou-se, em 2017, pela Faculdade de Medicina de Valença (RJ). Atualmente, reside em São Paulo onde cursa o segundo ano de residência em Clínica Médica no Hospital Israelita Albert Eistein.

Sobre a possibilidadede de estar imune ao vírus, João Roberto é cauteloso. “Como tudo ainda é novo, não sabemos de fato com o que estamos lidando, se quem se infecta e se recupera de fato está imune ao vírus. Também não sabemos estimar qual o real impacto social, econômico e mental disso tudo. O que podemos agora afirmar é que a melhor estratégia atual é a da prevenção!”

Importância da prevenção

O sistema de saúde brasileiro, mesmo antes da pandemia de Covid-19, já não conseguia atender a toda demanda, com poucas vagas de terapia intensiva disponíveis, observa João Roberto. “Por isso, a importância das medidas de prevenção contra essa nova doença na esperança de não entrarmos em um colapso dos serviços de saúde público e privado, já vivenciado por alguns países.”

Como o vírus é disseminado por gotículas, o médico resende-costense enfatiza a importância da higienização, do distanciamento social e do uso de máscaras como fatores de grande impacto na diminuição do número de infectados.

João Roberto cita alguns testes disponíveis para diagnosticar o coronavírus. Um deles é o teste PCR, que detecta o material genético viral e consiste em amostras da naso e orofaringe coletadas através de um swab (cotonete estéril). É o teste utilizado para detectar infecções agudas, nos primeiros dias da doença.

Já os testes sorológicos, também chamados de testes rápidos, consistem em uma amostra de sangue do paciente que detecta anticorpos contra a doença, IgM (doença recente) e IgG (de memória). Estes são mais indicados para pacientes com mais dias de sintomas e também tem grande valor para avaliação de uma possível imunidade contra o vírus.

Aparelhos e suporte

Segundo João Roberto, essa nova doença pode manifestar-se como casos leves e assintomáticos e até mesmo quadros mais graves, com insuficiência respiratória importante, necessitando de aparelhos para ajudar na respiração e suporte intensivo. “Pacientes idosos e aqueles que possuem doenças como hipertensão arterial, diabetes, asma, etc. são considerados grupo de risco e podem apresentar a forma mais grave do Covid-19.”

Até o momento, não há nenhuma terapia medicamentosa que seja comprovadamente eficaz no tratamento da doença causada pelo vírus, observa o médico. “Apesar de muitas em estudo, algumas promissoras, devemos sempre procurar ajuda de um profissional de saúde capacitado e nunca realizar a automedicação”, orienta João Roberto.

 

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