Mineiro de BH cria em Lisboa espaço para convívio de músicos e artistas do mundo


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José Venâncio de Resende0

O baterista Kuaquá, no KLG Music Studio

O baterista Welberson Jesus Ferreira Gomes, o Kuaquá Gomes, vai completar 15 anos de Portugal em 2016. Este mineiro de Belo Horizonte chegou a Lisboa em Maio de 2001 recomendado pelo concunhado, o músico Kal Robson que hoje vive em Paris.

Kuaquá começou a carreira de músico aos 14 anos na Igreja Batista de Belo Horizonte. Na virada dos 17 para os 18 anos de idade, começou a tocar MPB e Rock em bares noturnos da capital mineira. Viveu por algum tempo em Manhuaçu onde tocava em show baile da banda Êxtase. Voltou a BH para integrar a banda de baile San Remo, além de fazer trabalho freelance em bares e shows da noite.

A primeira grande mudança na sua vida aconteceu aos 28 anos de idade, quando Kuaquá atravessou o Atlântico rumo à capital portuguesa, na posse de um contrato de trabalho. O destino era a banda Swing Brasil e o trabalho, tocar em bares e shows, não apenas em Lisboa mas também em cidades do interior de Portugal.

Não parou mais. Um ano depois, já estava na banda Toque de Classe, sempre tocando música brasileira em bares e shows. Depois de dois anos e meio, transferiu-se para a banda Scala e, um ano depois, ingressava na Banda do Senado – ambas na “Linha de Cascais” -, onde ficaria quatro anos em “casa fixa”.

O próximo destino de Kuaquá seria Antemar, na mesma linha de comboio (trem, para os mineiros) de Cascais, onde trabalharia seis anos em casa fixa de show.

Outra grande mudança na sua vida aconteceu em 2013 quando Kuaquá transferiu-se para o tradicional Bairro Alto, em Lisboa. Lá está até hoje tocando à noite no bar Portas Largas, sem que tenha abandonado os trabalhos de freelancer. Já participou de shows com diferentes artistas na Alemanha (Hamburgo), Espanha (Madri e Barcelona), Holanda (Amsterdam) e Açores (Ponta Delgada). 

Kuaquá divide o tempo com o KLG Music Studio que abriu na Rua Pedro Dias, do Bairro Alto. O espaço virou ponto de convívio entre músicos e artistas “do mundo”, “de Nepal ao Brasil, da Alemanha à Guiné-Bissau”, como gosta de dizer. Além disso, o KLG oferece espaço para ensaios e workshops de músicos.

Há cerca de seis meses, Kuaquá participa do projeto da cantora baiana Nega Jaci, que está lançando o seu primeiro CD com músicas de Chico Buarque e de Elis Regina. “No verão, fizemos muitos shows em cidades do Algarves e Alentejo, no Porto e em Coimbra.” Com o CD, o plano é atravessar as fronteiras e participar de festivais em outros países da Europa e mesmo nas Américas, revela Kuaquá. “Imagine tocar no Brasil.”

Aos 43 anos, dos quais 23 de casado com Luciana Mourão, Kuaquá tem quatro filhos – Gibson, o mais velho com 21 anos, Gabriela (16), Giovana (6) e Gonçalo (4).

Ao ser perguntado se “valeu a pena (?)”, responde prontamente: “Estou muito feliz em estar aqui.”       
   
     

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