Mudanças na programação e muita folia marcaram o carnaval de Resende Costa


Notícia

Emanuelle Ribeiro / Vanuza Resende0

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Com início em 29 de janeiro, o carnaval 2016 contou com a animação do público e foi novamente marcado por mudanças implementadas pela Prefeitura Municipal, que neste ano priorizou o corte de gastos. Devido à crise financeira que vem afetando grande parte dos municípios do Brasil, sobretudo os de pequeno porte, a prefeitura optou por realizar apenas os blocos, inclusive nos dias considerados oficiais. “A decisão foi tomada visando à diminuição de gastos com estrutura. Promover um Carnaval mais enxuto é o ideal para o momento. Outras cidades da região do Campo das Vertentes já haviam tomado tal iniciativa. Estamos receosos com o que poderá acontecer com a economia este ano”, declarou o prefeito municipal Aurélio Suenes.

Os blocos, que são o principal atrativo do nosso carnaval, reuniram centenas de foliões no tradicional desfile pelas ruas, acompanhados pela Bateria do Rifugo e pela Banda Furiosa. A folia neste ano teve início com um aquecimento, o chamado “esquenta”, nos dias 29 e 30 de janeiro, quando saíram os blocos Serra do Urubu e Rifugo. Foi feita uma pausa e o carnaval voltou com tudo no dia 3 de fevereiro, tendo início também o concurso para a escolha das melhores fantasias - ideia que deu certo na última edição e que visa a incentivar os foliões a se fantasiarem. O concurso durou até o dia 7 de fevereiro e os vencedores levaram para casa prêmios oferecidos por comerciantes da cidade.

Para Geraldo Jaques, o concurso é uma boa alternativa para incentivar os foliões a se fantasiarem e deve permanecer para os próximos anos, entretanto com algumas mudanças: “Devido aos conflitos sobre a votação, é complicado convencer a todos sobre os mais bem votados. Uma solução para isso seria os jurados ajudando o público na escolha. O voto do público deve ser feito primeiro para não precisar ser critério de desempate e voltar ao mesmo impasse”. Ainda segundo a opinião de Geraldo, “os jurados devem ser pessoas públicas, para ser imparcial”.

Dois blocos foram novidade em 2016: Famosos e Sertanejo. O primeiro convidou o público a se caracterizar tal como seus artistas e personagens favoritos. Já o segundo fez referência a um dos estilos musicais de maior sucesso no país e também a um estilo de vida. Ainda saíram às ruas os blocos Lagartixas de Pijamas, Domésticas, Retalho e Terno.

Mariana Maia trabalhou durante todos os dias do Carnaval no bar em que abriu especialmente para a festa, junto com sua irmã Maíra, seu namorado Artur e seu cunhado Tomaz. Segundo ela, as mudanças foram positivas: “As mudanças foram de certa forma um teste para inovar no Carnaval de nossa cidade, que já era famoso devido ao pré-carnaval. Trazendo os tradicionais blocos de rua para os dias oficiais, percebemos que tanto os foliões da cidade quanto os das cidades vizinhas aprovaram as mudanças, pois, nos dias oficiais o movimento concentrava-se apenas na avenida”.

 

Mudanças aprovadas. A maioria dos foliões aprovou a migração de alguns dos blocos para os dias oficiais. Tratava-se, inclusive, de uma antiga solicitação, visando a sobretudo aos turistas e também resende-costenses que não tinham a oportunidade de participar do pré-carnaval. Em contrapartida, os foliões deixaram a desejar no quesito fantasia. Muitos saíram às ruas somente acompanhando a bateria, sem se fantasiarem. Tal fato já vinha sendo percebido em anos anteriores. Ponto negativo para o nosso tradicional pré-carnaval.

Mariana Oliveira sempre curtiu o carnaval de Resende Costa e, como atualmente estuda em Belo Horizonte, nos últimos três anos não pode aproveitar o pré-carnaval. Ela aprovou as mudança. “Eu acho que é bacana porque no pré-carnaval muita gente que não mora aqui não tem a chance de ver os blocos e, tendo blocos nos dias oficiais, abre espaço para que essas pessoas possam ver como funciona o bloco em uma cidade do interior, que tem o carnaval como um dos seus marcos”. Ainda segundo Mariana, as mudanças na estrutura não comprometeram a festa. De acordo com ela, o que fez falta foram as tendas em alguns pontos da Rua Gonçalves Pinto, pois, se a chuva não marcou  presença o sol estava muito forte. Mariana observou também o repertório musical nos dias oficiais de folia. Como o funk teve destaque na avenida, ela e sua turma sentiram falta do axé e do samba.

Para Mariana, outras mudanças e inovações ainda podem ser realizadas no intuito de melhorar ainda mais o carnaval de Resende Costa. “Acho legal explorar outros espaços, não só a avenida, para não ficar a mesma coisa de sempre”. Para ela, uma opção seria explorar o mirante das lajes, um dos principais cartões-postais da cidade: “O local já vem sendo usado para outros eventos, como o luau, e o bloco do carnaval que aconteceu lá foi bem interessante por diversificar.” O bloco citado por Mariana foi de iniciativa da Vesúvio Eventos, que realizou o primeiro Bloco das Lajes.  A turma dos Pelankas também criou o seu bloco, na noite de terça feira, 2.

 

Estrutura. A Prefeitura Municipal economizou neste ano cerca de 30 mil reais, ao criar uma estrutura mais enxuta. O sistema de sonorização foi reduzido, a avenida não foi decorada e não foram colocadas tendas, tal como ocorreu nos últimos três anos.  Segundo o prefeito Aurélio, o recurso poupado será investido integralmente na Saúde, priorizando a compra de equipamentos e materiais de consumo, para o aumento da oferta de exames laboratoriais. “Iremos gradativamente dobrar, nos próximos meses, a quantidade de fichas para exames laboratoriais. Lembrando que desde janeiro já não há mais filas para a marcação desses exames, que estão sendo feitas pelos agentes do PSF”, afirmou Aurélio.

 

Aurélio Suenes comentou a crise econômica que vem atingindo os municípios: “Como todos sabem, esse já está sendo um ano muito difícil para os brasileiros e não será diferente para as prefeituras. Em Resende Costa estamos trabalhando de forma cautelosa para que não falte dinheiro nas áreas essenciais. Por isso decidimos cortar um pouco de recursos no carnaval e investir na Saúde. As reservas que temos em caixa têm que ser bem administradas para que não haja maiores surpresas no decorrer do ano. Somente no mês de janeiro tivemos uma redução do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) de mais de 120 mil reais, comparando com janeiro do ano passado, ou seja, todo cuidado será pouco para enfrentar o que vem pela frente”.

 

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