Nos bastidores da Semana Santa de Resende Costa


Religião

André Eustáquio0

Cena do Descendimento da Cruz no adro da igreja matriz de Resende Costa.

A Semana Santa de Resende Costa reuniu mais uma vez uma multidão de fiéis, que rememoraram os últimos passos de Jesus: sua crucificação, morte e ressurreição. Missas, confissões, celebrações comunitárias da penitência, sermões e procissões marcaram a piedosa programação da Semana Santa na Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França. Os ofícios religiosos foram presididos pelo pároco de Resende Costa, padre Fábio Rômulo Reis, auxiliado pelo padre camiliano João Bosco Pinto e pelo diácono Rodrigo Coimbra Ladeira, que será ordenado sacerdote no dia 28 de maio próximo, em Dores de Campos (MG).

Neste ano, os tradicionais sermões do Encontro e do Calvário, na terça-feira santa, foram proferidos pelo padre Adriano Tércio Melo de Oliveira, resende-costense e pároco da Paróquia de São Sebastião, de Ingaí. O tocante sermão do Descendimento da Cruz, na sexta-feira da paixão, ficou a cargo do padre Geraldo Sérgio França, vigário paroquial da Paróquia Santuário Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em São João del-Rei. Os fieis que lotaram as praças Mendes de Resende e Cônego Cardoso refletiram sobre os últimos acontecimentos da vida de Jesus, iluminados pelas palavras dos padres Adriano e Sérgio.

 

Bastidores

Por detrás das solenidades da Semana Santa, nos bastidores existem várias equipes que trabalham incansavelmente a fim de garantir que tudo transcorra dentro das exigências litúrgicas. A equipe de liturgia prepara com esmero as solenidades (leituras, comentários, salmos, preces, encenações etc.), as irmandades do Rosário e do Santíssimo Sacramento organizam as procissões, os coroinhas auxiliam nas celebrações, os corais e a banda de música garantem o brilhantismo da parte musical.

Além das irmandades e movimentos paroquiais, atua nos bastidores uma equipe fundamental para o bom êxito da Semana Santa: os funcionários e colaboradores das sacristias da igreja matriz e de Nossa Senhora do Rosário. São aquelas pessoas que cuidam da limpeza das igrejas, da ornamentação dos altares e andores, trabalhando diretamente na organização da festa. Jonas Geraldo trabalha na igreja matriz há 20 anos, entrou ainda menino para o grupo dos coroinhas e não mais deixou de participar ativamente da organização das festas da paróquia. Ele é um dos responsáveis pela organização da Semana Santa, juntamente com o sacristães Orestes Gustavo e Marcos Vinícius, e ainda coordena os coroinhas. “Desde o segundo ano de coroinha, já comecei a ficar praticamente 24h dentro da igreja. Nem à aula eu ia”, lembra-se Jonas, que é também sineiro. “Quando eu comecei a tocar sino, ia com o Adriano (padre Adriano Tércio Melo de Oliveira) para a capela de Santo Antônio tocar o sino de lá também. Gosto demais de estar na igreja, significa tudo para mim”, declara.

Eduardo Ramos é o sineiro da igreja do Rosário durante a Semana Santa. Ele desempenha o ofício há 11 anos. “Comecei a tocar sino na matriz, onde fiquei seis anos. Aqui no Rosário tem cinco anos”, conta Eduardo. O ofício de sineiro aproximou Eduardo ainda mais da igreja: “Minha avó (dona Maria Aparecida Resende Maia) começou a me incentivar, inclusive a tocar matraca na sexta-feira da paixão”, diz.

 

Assim como Jonas, Eduardo realiza seu ofício com gosto e já se preocupa em transmiti-lo a outras pessoas. “Não pode deixar acabar”, defende ele. “Gosto tanto de fazer isso, que estou aqui há 11 anos”, afirma Eduardo Ramos. Jonas atribui o ofício de sineiro a um dom especial e também se preocupa com a escassez de pessoas dispostas a aprender e a se dedicar aos trabalhos na igreja: “É um dom e a pessoa tem que gostar. Hoje, está cada vez mais difícil ver gente que se interessa”. Jonas considera importante o incentivo às crianças: “É importante os coroinhas terem incentivo e se sentirem motivados. Se não acontecer isso, vai acabar”, conclui.

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