Nós e o espaço urbano


Editorial

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O Mirante das Lajes de Cima, cartão-postal de Resende Costa, é novamente tema de reportagem especial do Jornal das Lajes. Nesta edição, o destaque é a sonhada revitalização do espaço que necessita, conforme mostra a reportagem, de melhorias na limpeza, na iluminação, além de investimentos em divulgação e reforma das duas praças.

A falta de planejamento durante o processo de urbanização atingiu não somente as lajes, mas também praças, ruas e bairros de Resende Costa que cresceram sem infraestrutura básica, conforme destacou o prefeito municipal Aurélio Suenes em conversa com o JL: “Se os loteamentos de Resende Costa tivessem sido aprovados de forma correta no passado, nós teríamos outros níveis de prioridade. Certamente, em Resende Costa, teríamos praças mais aconchegantes e modernas, sem contar outras ações que poderíamos fazer para melhorar a vida das pessoas”.

Por ser o local de maior destaque na cidade - por onde passam diariamente inúmeros turistas e onde os resende-costenses mais gostam de ir - as lajes (de cima e de baixo) merecem mais atenção e cuidado do poder público e da população. O arquiteto e urbanista Eduardo Henrique, em entrevista ao Jogo Aberto desta edição, fala sobre quais são os principais problemas presentes no Mirante das Lajes de Cima e quais seriam as melhores soluções.

Não há dúvidas de que um amplo processo de revitalização das lajes seria, hoje, oneroso aos cofres da prefeitura municipal. O prefeito Aurélio informou que existe um projeto mas que, por ora, “o sonho de revitalizar as lajes está sendo adiado”. O prefeito disse ainda que há outras prioridades no município: “Nosso município tem carências de infraestrutura, especificamente calçamentos e escoamento de água pluvial. Isso sempre nos faz colocar na balança qual prioridade é maior”.

O prefeito tem razão ao eleger como prioridade básica garantir infraestrutura nos bairros. Mas não deve se esquecer de que o turismo é o responsável pelo desenvolvimento econômico e social de Resende Costa, impulsionado pelo comércio de artesanato. Portanto, investir em melhorias nos cartões-postais da cidade, mantendo-os limpos, proporcionando conforto e segurança aos visitantes deve ser também prioridade e contar em sua pauta de investimentos no município.

Quanto ao elevado custo, uma alternativa seria fazer pequenas e paulatinas intervenções, começando pela limpeza, segurança e melhor divulgação do ponto turístico. Não podemos nos esquecer da incômoda presença do reservatório da Copasa no ponto mais nobre do mirante. É muito comum ouvir comentários críticos de turistas que visitam as lajes e se surpreendem com a caixa d’água maculando a bela paisagem que a natureza nos deu de presente.

Dialogar com a Copasa sobre uma possível transferência do reservatório para outro local já seria uma ação concreta e eficaz do poder público (Executivo e Legislativo), com o apoio de instituições do município que têm por objetivo zelar pelo patrimônio, turismo e cultura (Conselho de Patrimônio e Cultura, amiRCo, Asseturc, IRIS).

Antes de se pensar em revitalização é necessário, no entanto, melhorar a relação da população com o espaço urbano. É inaceitável observar que os próprios moradores da cidade joguem lixo nas lajes, depredando um espaço que é nosso.

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O JL repudia o ato de vandalismo na Rua Doutor Gervásio, centro da cidade. Vândalos quebraram duas árvores que foram plantadas há pouco tempo no canteiro central da rua. Uma atitude desprezível, lamentável e que mostra, mais do que nunca, o quanto temos que evoluir em educação e na relação com o espaço público, que nada mais é do que a extensão de nossa casa.

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