Novas tendências exigem novas respostas


Editorial

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Quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu alerta global de que o mundo estava vivendo uma nova pandemia, a da Covid-19, e as recomendações eram para que as pessoas se isolassem, muitos diziam que estava iniciando uma nova era na qual as pessoas não seriam mais as mesmas. Após tantos episódios tristes, no mundo inteiro, causados pela Covid-19, tantas mortes e separações precoces, verdadeira tragédia humanitária, será que a profecia se concretizou? Ou seja, as pessoas mudaram? O mundo mudou?

Inquestionável, neste turbilhão de acontecimentos, o papel das novas tecnologias que ocuparam rapidamente espaços antes impensáveis de serem preenchidos. Quem um dia imaginou ver, em pleno século 21, uma Olímpiada sem público? Isso no Japão, país rico e onde se desenvolvem tecnologias avançadas. Professores e alunos imaginavam ter de se encontrar para as aulas através de aplicativos na internet? E as reuniões de trabalho nas grandes empresas e nos parlamentos acontecendo pelas telas de celulares e computadores? Missas e cultos religiosos em grandes templos vazios, transmitidos pelas mídias sociais? Pois é, o microscópico coronavírus mudou a vida, a relação das pessoas e das instituições. A pandemia fez surgir uma nova tendência no arranjamento das relações pessoais e sociais.

Reportagem especial da edição deste mês do Jornal das Lajes aborda uma nova tendência de comportamento que ganhou notoriedade durante a pandemia. Sobretudo com as lives (apresentações on-line realizadas em tempo real nas redes sociais e em canais na internet), influenciadores digitais, ou influencers, assumiram protagonismo no universo da moda, na formação de opinião e no planejamento de estratégias de marketing. Os influenciadores vêm se tornando referência especialmente para adolescentes e jovens, que representam a geração conectada, isto é, mais presente nas redes sociais.

Uma das atividades que mais sofreram impacto com a pandemia foi o turismo, tema também de reportagem desta edição, com a inauguração do “Caminhos de São Tiago”. O coronavírus obrigou as pessoas a cancelarem ou adiarem suas viagens; hotéis, lojas, museus, bares, parques, salas de concertos, cinemas e restaurantes fecharam as portas. Toda a cadeia que alimenta a atividade turística e cultural sofreu, em mais de um ano, um abalo avassalador com o fechamento do comércio e da economia.

Com o avanço, porém, da imunização, aos poucos as atividades comerciais, culturais e de entretenimento começam a ser retomadas, ainda que estejamos longe de voltar à normalidade de antes. Enquanto a vacina não chega a todos e o coronavírus continua livre na natureza e entre as pessoas, a máscara continua sendo item obrigatório, o distanciamento social deve ser observado e os eventos com aglomeração são vistos com desconfiança e preocupação.

Neste cenário, o turismo é ainda uma atividade incerta. O que não quer dizer que devemos ficar com os braços cruzados. A pandemia está dando sinais de controle em algumas partes do planeta, o que possibilita planejar o retorno seguro de certas atividades. Estudos mostram que em 2022, com grande parte da população imunizada, o turismo será uma das atividades de negócio que ganharão mais impulso, impactando positivamente no reaquecimento da economia. Quem sobreviveu aos tempos sombrios do fechamento da economia poderá vislumbrar um horizonte promissor, com novas oportunidades.

A pandemia ainda não acabou, mas já podemos tirar lições importantes dela. Se o mundo não mudou totalmente, como muitos previram, novas tendências certamente vieram para ficar. Entre elas o papel fundamental das novas tecnologias na inter-relação de pessoas, atividades de trabalho e culturais. Se o mundo interligado colaborou para a rápida disseminação do novo coronavírus, as novas tecnologias que tiraram as pessoas do total isolamento aproximaram ainda mais as culturas, fortaleceram as relações humanas, sociais e culturais.

Enfim, mais uma vez a humanidade está diante de um novo e desafiador capítulo em sua história, que a permite refletir sobre em qual mundo queremos viver daqui para a frente. A nossa resposta será decisiva para o futuro do nosso planeta e da própria humanidade.

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