Novos dados da agropecuária da microrregião das Vertentes, com sede em SJDR

O agronegócio está dando uma dupla contribuição para a saída da crise: redução no preço dos alimentos e aumento do superávit comercial do país.


Economia

José Venâncio de Resende0

O agronegócio é o setor mais eficiente da economia brasileira em termos de produtividade e competitividade, fruto de investimento público em tecnologia, políticas de financiamento adequadas e empreendedorismo. Nas devidas proporções, o agronegócio da microrregião do Campo das Vertentes não foge à regra.

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam, em 2016, aumento de 37,5% em relação ao ano anterior, para 533.243 toneladas, na produção agrícola de 18 municípios da região. Já no segmento animal, a produção de leite da microrregião das Vertentes foi de 260 milhões de litros (aumento de 18,7%).

O valor da produção agropecuária regional, em termos nominais (sem descontar a inflação), somou R$ 779,5 milhões, dos quais R$ 478,2 milhões da agricultura e R$ 301,4 milhões do leite. Não está incluído o valor da produção de ovos, cujos dados municipais relativos a 2016 não foram publicados pelo IBGE. Em 2015, a produção de ovos fora de 782 mil dúzias, com valor nominal estimado em R$ 2,5 milhões.

O milho é a principal cultura da região, com produção de 239.715 toneladas, seguido da cana-de-açúcar (94.544 t), da soja (70.576 t) e do trigo (41.460 t). É importante lembrar que milho, soja e cana de açúcar são produtos processados para o uso na alimentação animal, em especial do gado leiteiro. Já o leite abastece as usinas de laticínios da região. A cana é também matéria-prima para a apreciada cachaça regional de diferentes marcas. Parte da soja é exportada e destinada à produção de oléo de cozinha. Quanto ao trigo, é vendido para moinhos onde é transformado em farinha.

A agropecuária é elo importante das cadeias de produção, contribuindo para multiplicar os negócios, renda e empregos. Está acoplada aos setores industrial, de serviços e comercial, formando o chamado agronegócio. Destacam-se indústrias de equipamentos e máquinas agrícolas, rações, adubos, defensivos, vacinas e de alimentos, entre outras. Na área de serviços, são importantes os segmentos de transporte, financeiro e de consultorias, entre outros. No comércio atacadista e varejista, destacam-se setores como supermercados, concessionárias de veículos, lojas de insumos agrícolas etc.

 

Principais produtores. São João del-Rei lidera a produção regional agrícola com 117.842 toneladas (aumento de 96,4%), seguido de Madre de Deus de Minas, com 91.725 t (mais 20,2%) e de Lagoa Dourada, com 71.842 t (mais 35,1%). Destaque ainda para Carrancas, com 40.875 t (acréscimo de 2,7%); Piedade do Rio Grande, com 37.840 t (mais 30,3%); e Prados, 31.125 t (mais 131,4%).

Itutinga, com 26.192 t (mais 14,5%) e São Vicente de Minas, com 26.145 t (mais 63,5%), estão praticamente empatados devido ao acentuado aumento de produção deste último município. Nazareno, com 23.056 t (mais 8%), Coronel Xavier Chaves, com 16.936 t (mais 56,4%), e Resende Costa, com 16.669 t (mais 10,5%), são outros destaques.

No caso do leite, São João del-Rei lidera com 44,8 milhões de litros (aumento de 32,7% em relação a 2015). Em seguida, aparecem São Tiago, com 26,3 milhões de litros (acréscimo de 15,8%), e Nazareno, com 26 milhões de litros (queda de 2,7%).

Outros destaques são Conceição da Barra de Minas, 20,13 milhões de litros (mais 7,1%); Resende Costa, 19,6 milhões de litros (mais 52,5%); Itutinga, 18,4 milhões de litros (mais 12,9%); Lagoa Dourada, 16,7 milhões de litros (mais 22,4); São Vicente de Minas, 15,5 milhões de litros (mais 1,8%) e Madre de Deus de Minas, 15 milhões de litros (mais 18,2%).

 

Rebanho. O rebanho bovino da região somou 260.241 cabeças (aumento de 3,5% em relação a 2015), das quais 83.428 são vacas ordenhadas. São João del-Rei lidera com 43.356 cabeças, seguido de São Tiago (29.027 cabeças); Resende Costa (22.369 cabeças); Nazareno (20.690 cabeças); Lagoa Dourada (19.340 cabeças); Carrancas (18.226 cabeças); e São Vicente de Minas (17.656 cabeças).

Já o plantel avícola atingiu 1,24 milhão de cabeças, das quais 108.874 são galinhas, enquanto o rebanho suíno chegou a 45.024 cabeças e o equino a 9.202 cabeças.

Os maiores criadores de aves são Resende Costa (483.330 cabeças); Lagoa Dourada (313.170 cabeças) e Prados (241.830 cabeças).

Destaque ainda para a produção de mel, com 136.163 quilos, no valor estimado de R$ 1 milhão. Resende Costa aparece como produtor de tilápias, com 37 mil quilos.

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