O artesanato é nosso!


Editorial

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O título deste editorial pode soar óbvio e bairrista demais. Mas não poderia ser diferente. A última edição de 2016 do Jornal das Lajes apresenta como destaque de capa uma reportagem que comemora uma grande conquista para Resende Costa: o registro do artesanato como bem cultural imaterial do município. O que isso significa? O município de Resende Costa, através do Conselho Municipal de Patrimônio e Cultura, reconheceu o artesanato como bem de importante relevância para a sua história.

De onde vem o nosso artesanato? Como ele é feito? Quem o produz? Quando Resende Costa começou a produzi-lo? O dossiê enviado neste mês ao IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico) registra as origens e o modo de fazer o artesanato de Resende Costa desde os primórdios no século 18. Essa grande conquista deve ser comemorada por artesãos, empresários, políticos, dirigentes de associações e todos os cidadãos resende-costenses, afinal, o artesanato é o nosso maior patrimônio – responsável pelo desenvolvimento econômico do município, gerando emprego, renda e impulsionando o turismo.

Contudo, o registro histórico não pode ficar somente nas folhas do Livro dos Saberes e em reportagens de jornais. Essa conquista deve despertar o poder público, empresários, associações e artesãos para a importância do artesanato e sua ligação íntima com a história e o futuro de Resende Costa. A partir de agora, torna-se ainda mais necessário a elaboração e implementação de políticas públicas e ações eficazes de proteção e divulgação do artesanato feito em nossos teares.

O registro traz responsabilidades tanto para o poder público quanto para empresários e artesãos. Cada parte deve assumir suas respectivas responsabilidades, trabalhando de mãos dadas.

O primeiro passo deve ser o fortalecimento das associações afins. A ASSETURC (Associação Empresarial e Turística de Resende Costa) precisa ganhar corpo, ser mais representativa e atrair mais associados. O mesmo se espera da ASARC (Associação dos Artesãos de Resende Costa). Trata-se de uma ação inevitavelmente política que, logrando êxito, poderá tornar essas associações mais influentes e representativas no cenário econômico, político e cultural do município.

Quem são os nossos artesãos? Quais são as condições de trabalho deles? A atividade tem sido sustentável? O que pode ser feito para melhorar a qualidade do trabalho dos nossos artesãos, incentivando ainda mais pessoas a se dedicarem ao ofício? O apoio ao pequeno artesão - jovens, homens e mulheres que passam o dia e a noite cortando, enrolando retalhos e batendo teares - é ação fundamental para o futuro do artesanato de Resende Costa.

Turistas de toda parte do Brasil, e do mundo, que vêm a Resende Costa encantados com a beleza das colchas e dos tapetes multicoloridos precisam saber quem são os anônimos artesãos de mãos hábeis e criativas que cortam as tiras, enrolam os novelos e tecem o produto que os atrai e encanta.

Em relação à divulgação, a principal ação deve ser o investimento forte na Mostra de Artesanato e Cultura, que neste ano chegou à sua 4ª edição. A iniciativa de realizá-la já foi um grande passo. Mas é preciso ainda mais. A mostra precisa se tornar sustentável e ocupar com destaque e prioridade a agenda de eventos do município.

A Mostra de Artesanato e Cultura não pode ser mais um evento em Resende Costa. Ela precisa ser o evento de Resende Costa. Que tal torná-la realmente prioridade em 2017 em comemoração ao registro histórico do artesanato?!

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