O que vai ser notícia em 2018


Editorial

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Já dá para prever o que será destaque nos noticiários em 2018. Não será muito diferente de 2017, quando política e polícia se misturaram nas páginas dos jornais e na TV. Em 2018, por ser ano eleitoral, podemos prever um debate político ainda mais acalorado e não menos extremo - retrato do que aconteceu no ano passado, sobretudo nas redes sociais.

Vimos durante o ano de 2017 o crescimento vertiginoso e o acirramento das discussões políticas, sobretudo nas redes sociais onde notícia e informação são compartilhadas instantaneamente. A facilidade e a rapidez com que se dá a comunicação, aliadas ao momento tenso que envolve a política brasileira, atraíram muitas pessoas para a discussão política. De repente, cidadãos que nunca se interessaram por política começaram a defender bravamente suas opiniões. A imprensa não ficou de fora. A cada dia um fato novo estampava-se nas páginas dos jornais, na TV e na internet. Prisões, delações, infindáveis escândalos de corrupção envolvendo as figuras políticas mais poderosas do país ocuparam os noticiários.

Apesar de ter aumentado o número de pessoas interessadas em acompanhar o noticiário político e de conversar sobre o tema, o descrédito da política e de seus representantes frente à opinião pública é ainda maior. Talvez o real interesse do cidadão seja saber qual o próximo figurão da política será desperto pela Polícia Federal e visitará Curitiba. É a política se misturando com a polícia.

No entanto, a indignação do brasileiro frente à vergonhosa crise política desenhada no país pela corrupção parece ter esmorecido. Os movimentos populares que antes ocuparam as ruas das grandes cidades em apoio à Operação Lava Jato e pedindo renovação na política aos poucos foram migrando para as redes sociais, onde o debate é raso e pouco produtivo. A poucos meses de uma eleição importantíssima para o futuro do país, não se vê surgir um debate de excelência capaz de colaborar com o amadurecimento da democracia.

Pelo contrário, o radicalismo que desponta nas discussões populares outra coisa não faz senão dificultar ainda mais o esclarecimento do cidadão e o surgimento de novas ideias capazes de dar novos rumos ao país. Esse extremismo, inclusive, já reflete no atual cenário político captado pelas pesquisas de intenção de voto. Jair Bolsonaro e Lula da Silva, com suas propostas radicais, vêm respondendo, até o presente momento, aos anseios de milhares de eleitores que acreditam que somente medidas radicais e autoritárias serão capazes de organizar e moralizar o país.

A violência, o descaso com a educação, as filas nos hospitais públicos certamente voltarão a ser notícias em 2018. A estimativa é de que o crescimento econômico e a geração de empregos acontecerão lentamente. Portanto, assim como ocorrera em 2017, não espere o cidadão por boas notícias. O que não significa que devamos nos acomodar, tampouco iniciar o ano novo de forma pessimista.

Diferente do que vem apresentando o atual cenário político eleitoral, ou seja, os mesmos rostos e os mesmos paradigmas políticos, torçamos para que surja algo novo, capaz de motivar o país a sair da letargia à qual a decrépita classe política o levou, e responda aos anseios dos brasileiros por uma vida digna.

Após tanto descontentamento e humilhação, será que não é hora de lutarmos por mudanças? O velho modus operandi da velha política brasileira deverá continuar, ou não será momento oportuno para, nas urnas, banirmos de vez as velhas raposas que macularam a política no país? Se o cidadão não assumir o protagonismo da mudança, as velhas raposas continuarão rapinando o país. O Brasil não tem o direito de errar em outubro.

Que neste ano, tenhamos boas notícias!

Feliz 2018!

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