Os bandidos CONTINUAM vencendo


Editorial

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Na madrugada do feriado de Corpus Christi do ano passado, 26 de maio, a agência do Banco do Brasil de Resende Costa foi alvo de uma quadrilha que explodiu os caixas eletrônicos, levando o dinheiro e deixando a agência parcialmente destruída. O editorial da edição do JL de 16 de junho de 2016, intitulado “Os bandidos estão vencendo”, destacou o pânico dos moradores da cidade diante da ação, a ousadia dos bandidos e a incapacidade da polícia para enfrentar tais situações.

O penúltimo parágrafo do referido editorial chamou a atenção para os transtornos do roubo ao BB no bolso e no cotidiano do cidadão. “O prejuízo do roubo à agência do Banco do Brasil foi parar, como já se esperava, na conta do cidadão, que vai pagar do seu bolso e sofrer com os transtornos causados pelo fechamento da agência, por prazo indeterminado. Até que a situação se normalize, grande parte da movimentação bancária está sendo realizada na agência local dos Correios que, diga-se, não está preparada para receber tamanha demanda. A fila diariamente dobra quarteirões e muitas vezes o cliente não consegue ser atendido: falta dinheiro, o sistema sai do ar etc.”.

Aconteceu tudo isso. Praticamente toda a movimentação bancária dos clientes do Banco do Brasil vem sendo realizada na agência local dos Correios desde a explosão dos caixas eletrônicos na madrugada de 26 de maio de 2016. Esperava-se pela demora do banco em restabelecer todo o atendimento. Mas não tanto. Já se passou quase um ano e os transtornos continuam. Diariamente formam-se grandes filas na agência dos Correios de pessoas - grande parte aposentados - que precisam de receber seu salário, sacar ou depositar dinheiro, pagar boletos, entre outras movimentações.

O que o cidadão resende-costense não esperava, ou imaginava mas não queria acreditar que pudesse acontecer, seria um assalto à agência dos Correios. Não tardou a ocorrer. Na manhã do dia 4 de abril, por volta das 9h20min, dois bandidos armados entraram na agência e anunciaram o assalto. De acordo com informações de pessoas que estavam nos Correios no momento do assalto, a ação foi muito rápida. Os bandidos disseram que queriam ter acesso ao cofre da agência. Não houve vítimas, mas os ladrões conseguiram levar uma quantia estimada de R$ 8.500,00. A Polícia Militar foi acionada, mas quando chegou ao local os bandidos já haviam fugido numa moto no sentido São Tiago.

Impressiona a facilidade que os bandidos encontram para promover suas ações criminosas e colocar de joelho a polícia e o cidadão de bem. O roubo ao Banco do Brasil se deu numa madrugada, por um bando organizado e fortemente armado. Já o assalto à agência dos Correios ocorreu na manhã de uma terça-feira – por dois indivíduos aparentemente armados com um revólver calibre 22 - em pleno horário de funcionamento, quando a agência normalmente está cheia. No entanto, não havia segurança no local, tampouco policiamento nas imediações. Os bandidos entraram e saíram com os bolsos cheios, sem encontrar qualquer resistência.

Até o fechamento desta edição, ainda não havia informações sobre o paradeiro dos ladrões. Segundo informações da Polícia Civil, o Boletim de Ocorrência (BO) foi confeccionado pela PM e encaminhado para a Polícia Federal, que ficará responsável pelas investigações.

Mais uma vez a população indefesa se torna vítima de uma anomalia grave que já atingiu em cheio as grandes e médias cidades e aos poucos está chegando às cidades pequenas, antes consideradas oásis de tranquilidade: a violência.

Antes porém de culparmos a polícia (civil e militar), olhemos para as condições que realiza seu trabalho. Faltam efetivo e mais viaturas nas ruas (caso do PM) e melhores condições para as investigações (para a Polícia Civil). O assalto à agência dos Correios de Resende Costa confirma a precariedade em que se encontra a segurança pública em nosso Estado e no País.

Fala-se muito, e, faz-se muito pouco. Segurança pública, educação e cultura infelizmente não são prioridades para nossos ilustres governantes. O Resultado é este aí: bandidos armados à luz do dia em qualquer lugar das cidades, apavorando cidadãos de bem e intimidando o Estado e sua precária força de segurança.

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