Vandalismo no beco das Lajes de Cima

Imóvel residencial localizado no principal cartão-postal de Resende Costa é alvo de vândalos na madrugada do dia 15 de junho


Cidades

André Eustáquio0

Residência foi alvo de vândalos (Foto André Eustáquio)

O Mirante das Lajes de Cima - principal cartão-postal de Resende Costa – já foi destaque em diversas edições do Jornal das Lajes. Na edição 169 (maio de 2017), o local foi tema de reportagem especial que abordou as consequências negativas que o intenso movimento de pessoas, sobretudo nas noites de finais de semana, vem trazendo às Lajes, aos moradores e pessoas que visitam o local. Acúmulo de lixo, som alto, rachas de motociclistas, consumo de bebidas alcóolicas e de drogas ilícitas são problemas recorrentes.

Na madrugada do dia 15 de junho, sábado, a situação se agravou. Uma residência, localizada no beco (conhecido por ‘Beco das Lajes’) que liga a praça Cônego Cardoso à rua Maria da Costa Fernandes, foi alvo de vandalismo. O muro, o portão e uma pequena grade foram arrancados por vândalos e baderneiros.

As proprietárias do imóvel, Pollyanna e Gabriela Pinto, moram na residência ao lado e ficaram sabendo do ocorrido somente na manhã de sábado, por volta das 8h. No mesmo dia, as duas irmãs acionaram a Polícia Militar, que foi até o local e confeccionou um Boletim de Ocorrência (BO). No entanto, na madrugada do domingo (16), os vândalos voltaram e apedrejaram a janela da casa.

Na manhã desta segunda-feira (17), Pollyanna e Gabriela foram até a Delegacia de Polícia Civil de Resende Costa e fizeram o acréscimo ao BO. Um processo de investigação será aberto pelas autoridades policiais. Até o fechamento desta reportagem ainda não havia sido identificado nenhum suspeito do ato de vandalismo.

De acordo com as proprietárias do imóvel depredado, atos de vandalismo e baderna têm sido constantes nas Lajes de Cima e nos arredores. No beco das Lajes existe uma luminária instalada atrás do histórico sobrado que abriga a Câmara Municipal. No entanto, há algum tempo a luminária foi quebrada por vândalos que também apedrejaram uma das janelas do prédio da Biblioteca Municipal, localizado próximo ao beco. O local permanece totalmente escuro durante a noite. “Quando é só bagunça (gritarias, som alto, carros e motos em alta velocidade etc.) a gente já nem liga, mas vandalismo é demais”, reclama Pollyanna Pinto.

 Não foi a primeira vez

As irmãs Pollyanna e Gabriela Pinto residem com seus pais numa bela e histórica residência localizada ao lado da igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França e bem próxima ao imóvel que foi alvo dos vândalos. E não foi a primeira vez que a família sofreu com atos de depredação em sua residência. “Em 2013, fizemos uma reforma em nossa casa. Eu coloquei no Facebook algumas fotos mostrando como a casa tinha ficado bonita com a pintura nova... Não demorou para que as paredes fossem pichadas. Fiquei com tanta raiva que tirei as fotos do Facebook e cheguei até a excluir minha página”, conta Pollyanna.

Cansadas de verem o beco das Lajes servir de local para prática de vandalismo, consumo de álcool e outros atos, Pollyanna e Gabriela propõem que o local seja fechado. Elas entraram em contato com o prefeito municipal Aurélio Suenes que, de acordo com elas, “não recusou a proposta”. “Ele disse que, como não está previsto no orçamento deste ano da prefeitura, não há recursos financeiros disponíveis para realizar essa obra. Mas a gente propôs pagar o material e a prefeitura cederia a mão-de-obra”, informa Pollyanna.

O vereador Paulo Daher (PSD) apresentará na reunião ordinária da Câmara Municipal, no próximo dia 24, uma indicação para que seja fechado o beco das Lajes. “A ideia é instalar grades e portões nas duas entradas do beco. Os moradores ficariam responsáveis por fechar e abrir de manhã e à noite. Mas isso depende de aprovação da Câmara e do prefeito municipal. Acredito que conseguiremos. O objetivo é oferecer segurança e conforto aos moradores e às pessoas que visitam as Lajes”, disse o vereador Paulo Daher.

 Descaso

O ato de vandalismo contra a residência da Pollyanna e da Gabriela é fruto de longo tempo de descaso do Poder Público com as Lajes de Cima e da extrema falta de educação e civilidade de pessoas que chegam ao absurdo de depredar um imóvel. Na reportagem publicada na edição 169, o JL elencou alguns dos principais e recorrentes problemas que afetam sobretudo os moradores do local, mas que não deixam de incomodar a todos os resende-costenses que desejam ver o Mirante das Lajes revitalizado e estruturado para ser um ponto turístico e de entretenimento.

A iluminação precária facilita a utilização do local para consumo de drogas ilícitas. Além disso, condutores de veículos e motos usam e abusam das lajes para aumentar o volume do som automotivo e fazer rachas de moto. Nos finais de semana os problemas se acentuam devido ao aumento no número de pessoas à noite no local. O JL conversou com o tenente Jackson Neres, comandante do Pelotão PM de Resende Costa, que disse estar consciente dos problemas ocorridos nas Lajes. “Já fiz um diagnóstico e identifiquei esses problemas nas Lajes, inclusive determinei que seja realizado patrulhamento todas as noites no local”, disse o tenente Neres, que se manifestou também sobre o ato de vandalismo contra a residência localizada no beco: “A PM se mostra solidária aos moradores afetados. Nós vamos intensificar o patrulhamento, realizar abordagens e identificar pessoas que frequentam o local”.

Pollyanna e Gabriela Pinto, assim como todos os resende-costenses que desejam ver a cidade organizada e ordeira, esperam que medidas sejam efetivamente tomadas no sentido de combater o vandalismo no cartão-postal de Resende Costa. “Estamos entre alguns dos principais imóveis históricos da cidade, como a igreja matriz, a Câmara... A gente espera ter uma resposta rápida do Poder Público para resolver esse problema”, conclui Pollyanna.

 

 

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