Vereador Lucas Paulo confirma que é pré-candidato a deputado estadual pelo PSD

“Sou corajoso, não tenho medo de campanha, de eleição. Quando aparece uma chance vou em frente”


Entrevistas

Por André Eustáquio e Vanuza Resende0

Lucas Paulo é pré-candidato a deputado estadual pelo PSD (Foto Vanuza Resende)

Lucas Paulo de Assis está cumprindo o segundo mandato de vereador do município de Resende Costa. Na última eleição municipal ele foi o vereador mais votado, com 525 votos.  Essa votação expressiva o motivou a tentar ir mais longe na carreira política. Aos 27 anos, Lucas atendeu a um convite do PSD (Partido Social Democrático) e se lançou pré-candidato a deputado estadual.

Nesta entrevista, Lucas Paulo fala sobre suas motivações a lançar-se pré-candidato à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ele faz ainda uma análise da sua trajetória política e revela que um dos seus objetivos políticos é ser prefeito de Resende Costa.

Você está cumprindo, aos 27 anos, seu segundo mandato de vereador do município de Resende Costa. Na última eleição foi o vereador mais votado. O que o levou, ainda jovem, a se interessar pela política? Venho de uma família de políticos. Tive um tio avô que foi político na cidade, meu tio Rogério Itamar foi vereador três vezes. Em 2010, conheci o Aurélio (prefeito Aurélio Suenes) e comecei a me interessar pelo assunto. Eu realmente gosto de mexer com o povo, lidar com o público. Talvez esse tenha sido o maior motivo.

O que o motivou a filiar-se no PSD? Quando comecei, eu era do PR e o Aurélio do PRTB. Mas, em conversas, nós vimos as ideias do PSD, o tanto que ele estava crescendo. As últimas eleições mostraram isso, o tanto que o partido cresceu. É o quarto (partido) do estado (de MG). Além do Aurélio, o (deputado federal) Diego Andrade, que ajuda muito no município, influenciou na minha decisão.

Como você disse, o PSD é o partido do prefeito de Resende Costa Aurélio Suenes, que também está cumprindo o segundo mandato. Especulava-se, antes das eleições municipais de 2016, que ele teria interesse em se lançar candidato a deputado estadual em 2018. Essa especulação procede? Muita gente contava com o Aurélio como candidato a deputado estadual. Durante as eleições se falava isso. Mas, no atual momento, o Aurélio não quer largar as metas da prefeitura.

Então como surgiu seu nome para pré-candidato a deputado estadual pelo PSD? A primeira conversa foi do Diego Andrade com o Aurélio, perguntando sobre o meu interesse. Quando o Aurélio veio conversar comigo, propor-me a candidatura, fiquei muito assustado, não imaginava; é um pulo muito grande. Eu tive reuniões em Belo Horizonte que me mostraram a importância de ter um deputado na cidade. Resende Costa sempre teve bons nomes na política; por que não termos um representante do município na esfera maior, estadual ou federal? Então, eu decidi a me candidatar.

Você tem o apoio dos seus colegas da Câmara Municipal de Resende Costa? A maioria da Câmara me deu apoio total na candidatura. Alguns, por motivos de partido, não podem me apoiar na campanha, mas outros estão abrindo mão dos deputados que apoiam para me dar apoio.

Os vereadores da oposição também? É muito difícil ter o apoio do PT, mas tivemos uma conversa muito positiva. O presidente do partido, Ângelo Márcio, disse que não pode me apoiar porque já tem outros deputados do partido; a gente entende, claro. Mas ele se colocou aberto para alguma ajuda e me parabenizou pela coragem de candidatar-me, representando Resende Costa.

O fato de você ter tido uma votação expressiva para vereador pesou em sua decisão? Sim, com certeza pesou. Quando a gente entra na política tudo é surpresa. A segunda vez foi um tira-teima comigo mesmo, para ver se o trabalho que eu vinha fazendo tinha sido bom para o município. E como eu tive o dobro dos votos da primeira eleição, percebi que estava no caminho certo.

Você está consciente da complexidade de uma campanha para se eleger deputado estadual? Vou andar pelas cidades das regiões de Minas Gerais, ver de perto os problemas, mas também as coisas boas dos municípios. Meu objetivo é não deixar que as situações ruins cheguem aqui. Digo que sou corajoso. Não tenho medo de campanha, de eleição. Quando aparece uma chance vou em frente.

A média de votos dos parlamentares eleitos para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais nas eleições de 2014 foi de cerca de 40 mil votos. Como você pretende alcançar votos suficientes para eleger-se deputado estadual? Quando a gente vê esses números a gente assusta. O PSD está desenvolvendo a ideia de chapa única, o que pode deixar o partido ainda mais forte. Hoje, nós temos quatro deputados estaduais e a expectativa é que a gente consiga fazer de seis a oito deputados. Acredito que a tendência é que nestas eleições necessite de menos votos para se eleger. Percebo que tenho uma força boa na região devido ao esporte. Graças a Deus tenho muitas amizades em duas cidades grandes, onde eu acredito que posso ter uma votação boa: São João del-Rei e Conselheiro Lafaiete, onde morei por 12 anos. Além, claro, de Resende Costa e toda a região.

Minas Gerais enfrenta uma grave crise econômica. Enquanto pré-candidato a deputado estadual, qual a sua avaliação do atual momento em que vive o estado? Vejo mais dificuldades do que saídas. Nós temos exemplos de estados falidos e Minas Gerais vem de problemas na administração, não só na atual mas também nas que passaram. Mas acredito que através de um bom trabalho da Casa Legislativa, de um bom governador e um presidente capaz, teremos condições de melhorar a situação em que se encontra o estado.

O Brasil vem passando por uma das piores crises políticas da sua história republicana. Os políticos e os partidos sofrem com o descrédito e com a indiferença de grande parte da população. Essa situação não o desmotiva a perseverar na carreira política? Não me desanima, pelo contrário, me anima. Penso que essa eleição pode ter recorde de votos nulos e brancos. Mas esse não é o caminho. Hoje, você tem mais chances de conhecer melhor o candidato ficha limpa. A internet, por exemplo, é um meio. Precisamos da política, a sociedade precisa dos políticos. Temos pessoas vestidas de políticos, mas na verdade são desonestas e corruptas. A gente precisa de bons políticos e eu me considero um bom político. Temos que entrar na política para somar, não para diminuir. Então, se eu posso contribuir, por que não entrar?!

O PSD vem apoiando as decisões do governo do presidente Michel Temer, um dos presidentes mais impopulares da história do Brasil. Você apoia integralmente as decisões majoritárias do seu partido? Imagino que a pressão em nível estadual ou federal seja muito grande, mas não quero seguir assim. Prefiro abrir mão da candidatura e do partido a ir contra os meus ideais. Se a população me colocou lá, vale a pena mudar meus princípios pelo partido e trair a vontade da população? Eu prefiro não.

Como você se define ideologicamente? Parece clichê, mas digo que estou no meio, entre a esquerda e a direita. Os dois últimos partidos (PSDB e PT) que governaram o país tiveram bons programas. Então, por que defender um lado só? Tem que haver um equilíbrio para caminhar. Acredito muito nisso.

Qual eleitorado você pretende conquistar? Estou montando uma lista de lugares onde eu possa buscar lideranças. A gente sabe que a campanha é rápida, então tenho que buscar lideranças. Acredito muito nas redes sociais. Não vou chegar nem perto do dinheiro que os deputados federais e estaduais vão gastar em suas campanhas, mas as redes sociais são livres. Então vou tentar manter contato através delas. O brasileiro quer uma eleição diferente e eu estou tentando fazer isso, começando por uma campanha diferente. O primeiro ponto é não fazer promessas mirabolantes. Vou trabalhar com os pés no chão. Cada município tem a sua particularidade, ou melhor, suas demandas. Penso em ser parceiro dos municípios. Quero conhecer os municípios antes de fazer propostas.

Como você descreve o pré-candidato Lucas Paulo? Ainda me considero menino, mas um menino que luta. Sou muito empenhado no que faço. Se me disponho a fazer uma coisa, continuo até ver onde posso chegar. Entrei na política em 2012 e quero ver onde posso chegar. Sou novo, não vou parar por aqui. Vou continuar, independente do resultado das eleições. Tenho uma meta que é escrever meu nome na história da política de Resende Costa e de outros lugares.

Nessas metas inclui-se ser prefeito de Resende Costa? Hoje sim, ser prefeito de Resende Costa é uma meta. Meu objetivo é poder contribuir com Resende Costa.

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