Virada Cultural agitou o réveillon na Avenida Gonçalves Pinto

O evento ofereceu ao público resende-costense opções diversificadas de entretenimento, ações sociais e cidadania


André Eustáquio


A Virada Cultural RC levou à avenida um público de diversas idades. As crianças se divertiram nas matinês (Foto organização Virada Cultural)

O réveillon 2019 em Resende Costa contou com uma diversidade de festas e atraiu grande público, tanto nos bares e casas de eventos quanto na Avenida Gonçalves Pinto. Para a chegada do Ano Novo, uma iniciativa popular, idealizada pelo resende-costense Gilson Ricardo e encampada pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura (SETAC), com apoio do comércio local, resgatou o tradicional réveillon na Avenida Gonçalves Pinto, centro da cidade. Entre os dias 28 e 31 de dezembro, a população da cidade contou com uma programação eclética: apresentações musicais, teatro, oficinas de arte e diversas modalidades esportivas marcaram a primeira edição da Virada Cultural de Resende Costa.

A Virada Cultural é fruto de uma parceria público-privada. “Em razão da crise, é sabido que os recursos estão limitados e para a realização da Virada Cultural foi importante termos o apoio da iniciativa popular e do comércio. Havia uma preocupação em atender ao público, mas também era necessário sermos realistas para saber que não havia recurso financeiro para eventos de grande porte”, informou a Secretaria Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura. O planejamento do evento começou a ser feito em setembro de 2018. De acordo com a SETAC, já havia desde o início um objetivo a ser atingido, o de “resgatar os tempos em que a Avenida era o lugar preferido dos resende-costenses para celebrar a passagem de ano.”

“A Virada Cultural resende-costense é uma proposta muito interessante e que veio para ficar. A programação foi pensada com carinho, visando a oferecer segurança e qualidade num evento gratuito e aberto ao público. Nós, enquanto Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura, tínhamos ciência da necessidade de revitalização do réveillon de Resende Costa. Por iniciativa popular, representada pelo munícipe Gilson Ricardo, foi sugerido um evento no qual, além da programação habitual (de shows e som mecânico), atrelássemos atividades culturais, sociais, esportivas e de lazer. Vimos nisso a chance de resgatar os bons tempos de virada de ano na Avenida Gonçalves Pinto, juntando todas as tribos num ambiente de paz e celebração,” disse Lucas Lara, secretário municipal de Turismo, Artesanato e Cultura.

Gilson Ricardo, idealizador da Virada Cultural, representante da iniciativa popular e responsável pela mediação com o comércio, destacou as parcerias e também falou sobre a finalidade do evento: “Fica o sentimento de missão cumprida. Depois de muita luta e contratempos, conseguimos fazer quatro dias de evento valorizando artistas e profissionais da nossa cidade.  Foram meses em contato com o comércio, articulando com a sociedade civil num vai e vem muito grande. Só tenho que agradecer a cada um que acreditou e confiou nessa ideia:  às associações e aos profissionais que se disponibilizaram a colocar a mão na massa, à Secretaria de Cultura, ao Lucas e à Janete. Juntos conseguimos fazer uma programação que funcionou e agradou a todos. Não foram poucas as adversidades, mas não desanimamos porque imaginávamos como seria a recepção a cada uma das atividades. O sorriso das crianças e tudo que aconteceu nesses quatro dias fizeram valer a pena. Fica aqui meu abraço a todos e que possamos sempre fazer algo por nossas crianças e pela nossa gente.”

 

Programação

De acordo com a organização do evento, a programação foi pensada visando a atender especialmente o público que não tem acesso aos eventos particulares e estava havia alguns anos sem alternativas de lazer de qualidade e segurança. “A programação deu prioridade aos shows acústicos, numa proposta de lazer mais intimista, a fim de manter os ânimos mais calmos e promover, dessa forma, uma festa com ambiente pacífico e familiar”, informou a Secretaria de Cultura. As atrações e os artistas que se apresentaram nos quatro dias de evento foram locais: “Tão importante quanto promover um evento público de qualidade é também prestigiar os talentos locais, que são muitos”, destacou a organização.

A abertura da Virada Cultural aconteceu na sexta-feira (28), com um concerto da Banda de Música Santa Cecília, na Avenida Gonçalves Pinto. Apesar da forte chuva que caiu na noite de sexta, o público não se assustou e aplaudiu a belíssima performance da banda, regida pelo maestro Luiz Carlos Martins Júnior.  

Antes, porém, do concerto da Banda Santa Cecília, outras atrações culturais foram apresentadas nas semanas anteriores e movimentaram o fim de ano em Resende Costa. No dia 16 de dezembro, aconteceu no Teatro Municipal um recital de fim de ano com músicos resende-costenses e convidados. No dia 23, no mesmo local, foi a vez da centenária Orquestra Mater Dei apresentar o repertório executado por ela durante o ano e obras natalinas. “Enfatizo nossa saudação às corporações musicais, aos seus membros e, principalmente, aos maestros Wagner Barbosa e Luiz Carlos Júnior. A Virada Cultural, nos quatro dias de evento, contou com apresentações e shows locais, valorizando nossos artistas. O desejo da Secretaria de Cultura é que isso se perpetue”, frisou Lucas Lara.

Na tarde do sábado (29), foram oferecidas à população consultorias diversas, oficinas de musicalização e teatro.  A rua de lazer teve muitos brinquedos infláveis e as crianças puderam brincar gratuitamente com a presença do palhaço Pimentinha, além de ganharem maquiagem artística, pipoca, bala, algodão-doce e curtirem ao vivo a montagem e distribuição de um bolo gigante de cinco metros.  Um grupo da comunidade do Ribeirão de Santo Antônio, zona rural de Resende Costa, apresentou uma peça infantil no Teatro Municipal. À noite, aconteceu o Show de Prêmios da ASSETURC (Associação Empresarial e Turística de Resende Costa); o show da noite ficou a cargo de JP Miranda e Amigos, que animaram o público cantando sucessos atuais e grandes clássicos do pagode. Segundo a organização, o show foi muito elogiado e tratou-se de uma das noites com maior presença de público.

No domingo (30), diversas atividades esportivas marcaram a programação desde logo cedo. Passeio ciclístico, motocross, treinão de atletismo, futebol, vôlei e outras modalidades esportivas aconteceram simultaneamente em diversos locais da cidade. Na noite de domingo, Weber Vieira apresentou sucessos sertanejos antigos e atuais para um público que não arredou o pé até altas horas.

A noite da virada (31) foi com Luís Paulo. Com repertório diversificado, o cantor agradou aos diferentes gostos. O show do Luís Paulo foi até bem próximo da meia-noite, quando se iniciou a contagem regressiva para a virada. Um belo e emocionante show pirotécnico iluminou a noite da cidade enquanto amigos se abraçavam e desejavam feliz Ano Novo.

 

Contratempos

Lamentavelmente ainda há pessoas que insistem em querer estragar uma festa que tem como objetivo único o congraçamento, a amizade e a participação das famílias. Houve alguns contratempos na avenida: brigas e pessoas bêbadas urinando nas calçadas, mesmo estando presente a Polícia Militar, os seguranças contratados pela organização, além da disponibilidade de banheiros químicos. Mas o saldo da festa foi positivo e os comentários elogiosos superaram as poucas e pontuais críticas. “A única crítica diz respeito ao uso dos banheiros. Fizemos vistorias periódicas e constatamos que todos estavam funcionando em ótimas condições de higiene e sem filas. Talvez tenha havido problemas em razão da localização, que ficou concentrada somente em um lado da avenida. É uma correção a se fazer para os próximos eventos”, reconheceu Janete Helena, servidora municipal lotada na SETAC e integrante da equipe organizadora da Virada Cultural.

Janete elogiou a participação da população nos quatro dias de festa: “O destaque principal é para o público: compareceu, manteve a animação e se divertiu com respeito e civilidade. Esse público está de parabéns por mostrar que sabe fazer festa, sabe se divertir e sabe ser alegre, independentemente das dificuldades. Foi cansativo, deu muito trabalho, mas foi muito gratificante e emocionante ver a avenida lotada como nos velhos tempos, sem quebradeira de garrafas e em paz. Meu desejo é que seja só a primeira de muitas.”

“Muitos obstáculos surgiram, como a falta de recursos. Porém, o comércio local (a quem devemos agradecer muito) se juntou à iniciativa popular, possibilitando que a Prefeitura Municipal, por meio da SETAC, promovesse o evento. Devido à falta de investimento público, a estrutura oferecida foi reduzida, no que identificamos algumas falhas. Além disso, outros dois detalhes que não estavam sob nosso controle tentaram dificultar: a chuva (que por vezes aparecia desarticulando a programação) e os ânimos exaltados de poucos, que geraram algumas brigas e tumultos isolados (os quais não condiziam com a proposta intimista do evento). Apesar dos contratempos, nada prejudicou o sucesso da nossa Virada Cultural. Foram grandes a aprovação e a satisfação do público,” elogiou Lucas Lara.

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