Nova praça em Lagoa Dourada homenageia divisor de águas de duas grandes bacias brasileiras


Cidades

Nayana Carvalho0

O Engenheiro Adriano Barreto levou adiante um projeto do seu pai, de construir uma praça que marcasse a divisão de águas no centro de Lagoa Dourada (Foto Arquivo Adriano Barreto)

Bem no centro de Lagoa Dourada, abaixo da histórica igreja do Bom Jesus e da Matriz de Santo Antônio, e próximo às típicas padarias de rocambole, surge um novo atrativo na cidade, a Praça das Vertentes. A praça foi idealizada para marcar uma particularidade da cidade e também um fenômeno único do Brasil: o divisor de águas de duas grandes bacias, dos rios São Francisco e Paraná, dentro de um perímetro urbano.

Segundo Adriano Barreto Pinto, engenheiro civil da Prefeitura e incentivador da construção da praça, o desejo de construir um monumento que marcasse esse encontro era antigo, desde os tempos em que seu pai, Antônio Pinto, foi prefeito da cidade. “Tendo sido prefeito aqui duas vezes ele sempre teve a vontade de fazer uma praça neste local simbolizando o fato”, disse Barreto. Baseado na idéia do pai, Adriano levou a sugestão até a prefeitura a qual desenvolveu o projeto. “Atenderam a sugestão, foi feita a licitação de projeto e execução da obra e eu participei da análise do mesmo. Solicitei modificações porque não satisfazia a demonstração do que nós queríamos fazer do divisor, até que fosse acertada”, conta o engenheiro. O principal destaque da nova praça é uma fonte construída para simbolizar esta importante vertente.

Adriano explica que a praça está localizada em um ponto da rua onde acontece essa divisão das águas. Assim, as águas que correm para o lado esquerdo da praça seguem para o Rio Paraopeba, que é afluente do Rio São Francisco e deságuam no nordeste do Brasil, na cidade de Piaçabuçu, localizada na divisa de Sergipe com Alagoas. Já as águas que correm para o lado direito da praça seguem outro caminho: vão para o Rio Carandaí, que deságua no Rio das Mortes, em seguida no Rio Grande e depois no Rio Paraná e por fim vão ao encontro do oceano Atlântico, na Bacia do Prata, na divisa do Uruguai com a Argentina. “São, portanto, duas vertentes opostas e Lagoa Dourada é a única cidade no Brasil em que isto ocorre”, afirma Adriano. Embora haja outras vertentes parecidas no Brasil, como na cidade vizinha Resende Costa, nenhuma se localiza dentro da zona urbana. “Resende Costa também é vertente para o Nordeste, para o Rio são Francisco e para o Rio Grande, mas não dentro da cidade, sendo o acontecimento na zona rural”, comenta.

Para Samuel Sucasas, morador da cidade, a construção da praça destaca uma característica muito interessante de Lagoa Dourada, que deve inclusive se tornar um marco para o município. Ele também destaca a beleza da nova praça. “Realmente uma obra que ficou bem projetada, com designer redondo, uma coisa diferente que não tem na cidade”. Já para outra moradora, Aidê Resende Bueno, o designer não agradou tanto, segundo ela o contorno da praça ficou um pouco alto. Porém, em relação à questão histórica e geográfica, a moradora também acha uma obra interessante para a cidade. “Esse aspecto geográfico é interessante, desde que ela tenha uma placa que esclareça para o turista o que ela significa”, comenta Aidê.

 

Conforme informou Adriano Barreto Pinto, a obra ainda não foi totalmente finalizada. “Ainda falta a parte do urbanismo. Em volta da praça faltam quatro alças para evitar que as pessoas façam o contorno no local errado. Mas a praça em si está concluída”. A inauguração está marcada para acontecer em junho, mês do aniversário da cidade. Já para o nome da praça há duas sugestões: Praça das Vertentes, uma homenagem a Serra das Vertentes ou Praça do Divisor de Águas. 

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário