Triste 2015, incerto 2016


Editorial

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Foi-se o ano de 2015. Foi tarde. O 2º semestre de 2014 já prenunciava tempestades, sobretudo nas áreas da economia e da política. E para esculhambar ainda mais, veio à tona a praga da corrupção, a maior já vista na história do país. As eleições foram as piores desses anos passados em todos os níveis: as promessas, as mentiras, as agressões. Pobre democracia. Passamos a ver no ano seguinte o resultado das escolhas dos nossos governantes e dos nossos representantes através da imprensa e da televisão.  Uma vergonha! Antigamente o povo dizia que “Deus é brasileiro”. Se era verdade, pode-se dizer que hoje ele nos abandonou.

No contraponto e para consolo desses males, o povo brasileiro conheceu as duas entidades que marcaram o ano de 2015 e vêm salvando o Brasil da pior das pragas da democracia: a corrupção. Essas entidades são a Polícia Federal e a Justiça Federal. A primeira, embora pertencente ao poder executivo, com certeza os seus componentes subalternos entenderam que tinham em suas mãos o poder - independente do seu superior na estrutura do executivo - e desbarataram a roubalheira na Petrobrás. A segunda mostrou à nação que, quando se quer trabalhar servindo à sociedade com rigidez, agilidade e imparcialidade, é possível julgar e punir os delinquentes, mesmo aqueles da fina flor da sociedade. Como diria o ex-presidente Lula, “Nunca antes na história deste país” duas corporações, uma do executivo e outra do poder judiciário, souberam combater com tamanha clarividência e eficiência os desvios da organização democrática da sociedade.

Passadas as comemorações do Natal, do reveion, das férias e do carnaval, voltam os sofrimentos dos brasileiros. Começando com a inflação e o aumento dos impostos que atingem os nossos bolsos - sobretudo dos mais pobres -, teremos que aguentar as brigas entre os poderes executivo e legislativo. Impeachment ou não? Renúncia? Cassação do presidente da Câmara dos Deputados? E para nosso consolo, a presidente Dilma ironicamente nos augura “um feliz 2016 para o povo brasileiro” na imprensa (Folha de São Paulo, 1º de Janeiro, p. A3), pois nas cadeias de rádio e TV ela não aparece mais desde 8 de março passado... Seria por quê?

O que nós brasileiros queríamos de nossos governantes, nas três instâncias do poder, é deixar essas briguinhas pelo poder de lado e nos apresentar um plano sério e consistente de reformas, e não uma infinidade de promessas eleitorais que não são cumpridas. Onde está a reforma política? Sem ela este país jamais irá progredir. Onde estão as reformas da previdência e tributária? E a redução dos 39 ministérios, a “pátria educadora”, a saúde e a infraestrutura? O JL repete aqui partes do depoimento do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ele reconhece que “O PT se lambuzou”. Para ele, o partido errou ao não fazer reforma política na gestão Lula. Wagner também admite que as ações do primeiro governo de Dilma “produziram um problema fiscal”. (Folha de São Paulo, domingo, 3 de Janeiro, entrevista, p. A4)  

 

Embora se diga que o brasileiro se esquece facilmente do passado, provavelmente  o 2015 vai ficar marcado na memória do seu povo. Pelo menos pelo barulho dos panelaços...

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