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Saúde x doença mental - é bom saber um pouco... (1ª. parte)

12 de Novembro de 2010, por Luiz Antônio Pinto

"De médico e louco, todos temos um pouco". Quem nunca ouviu este ditado popular por aí? Pois bem, sobre ser médico, eu "pulo" Quanto ao "louco", acho ser verdade. Senão vejamos!

Experimente sentar em um banco de qualquer praça pública, por um dia, e observe todos que passarem: passará gente cantando, assobiando, gesticulando, fazendo caretas, esbravejando, conversando sozinho, uns em silêncio total, uns sérios, carrancudos e daí por diante. Isto faz parte da natureza humana. 

Observe em sua própria família: tem gente séria, brincalhona, preocupada, estressada, entre outros. E olha que são filhos dos mesmos pais e mães. Se em sua família existirem casamentos entre parentes - consanguineos - você observará então que  provavelmente alguém terá alguma doença psiquiátrica ou estará fazendo algum tipo de tratamento nesta área.

Nós não somos e jamais poderíamos ser iguais. Seria monótono demais.  E isto faz parte da natureza humana, do nosso comportamento.

Alguém dirá: “Resende Costa, Barbacena etc, têm muitos loucos” Barbacena tem tradição de hospitais psiquiátricos, por isto tem a fama. Resende Costa é uma cidade pequena, todos nos conhecemos ou somos parentes. Esta é a explicação.

Pois é, voltemos ao comportamento das pessoas. É normal sermos diferentes. É também normal agirmos diferentes em relação ao mundo e aos outros indivíduos. Talvez aí se possa falar em LIMITES. Quando se fala: "aquele é louco ou doido", significa que ele se comporta de alguma maneira diferente daquilo que aprendemos como  SER NORMAL.  E de onde sai esta normalidade? A sociedade, no evoluir de sua história, é que cria os critérios de normalidade. Se não existisse "o pecado de Adão e Eva", talvez fosse normal andarmos todos pelados por aí. Para  organizar esses conceitos é que surgiram as ciências que estudam o comportamento humano: antropologia, psicologia, psiquiatria etc.
A psiquiatria moderna tem várias linhas de pensamento, posições, defesas, tratamentos etc. Alguns falam em herança genética, outros em convívio social, outros em situações de miserabilidade - tudo como causas das doenças psiquiátricas. O Brasil atualmente, em sua política oficial de saúde publica, pratica a desospitalização da doença mental, seguindo modelos oriundos de França e Itália. Mas isto não importa, no momento.

É preciso entender que podemos conviver bem,  TODOS, mesmo com aqueles que possamos julgar loucos. O que se deve entender é que quando alguém tem comportamento diferente, este alguém pode viver bem assim. E lógico, que em alguns casos se torna necessário este ou aquele tipo de tratamento. Principalmente quando esta "loucura" começa a interferir na  saúde física do individuo ou em seu grupo de convívio - família, escola, sociedade de um modo geral. Este sim seria o  LIMITE. A partir daí, seria necessário terapia, medicamentos, internações etc.

Entraremos então, no campo dos diagnósticos e tratamentos. Bem, faremos isto na 2ª. parte, na próxima edição do JL.
 
Em tempo - agradeço as sugestões da enfermeira Larissa Rocha (Hospital) para o texto anterior (alcoolismo) e do Rosalvo, para este tema de hoje. Mas não desisto de escrever algo sobre as famosas "Pragas do Egito", que contaminam muitas pessoas e que têm cuidados simples em sua prevenção.

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