O “centrão”, com mais de 330 deputados (cerca de 65% do total), continuará como o grande protagonista do jogo político no Congresso Nacional, em especial na Câmara dos Deputados, qualquer que seja o novo presidente eleito no segundo turno. Trata-se de uma estimativa pois não inclui pequenos partidos, como PSC (6 deputados), Solidariedade e Patriota (4 cada), PROS (3) e PTB (1).
A novidade desta eleição é que o Partido Liberal (PL), com 99 deputados, tornou-se a principal sigla da próxima legislatura, a menos que haja alguma fusão entre partidos deste grupo. Os outros integrantes do centrão são: União Brasil (59 deputados), PP (47), Republicanos, MDB e PSD (42 deputados cada); uma lista que poderá ser alargada para incluir outros partidos, dependendo da conveniência política.
Os outros grupos partidários que vão compor o plenário da Câmara a partir de 2023 são: Federação Brasil Esperança, que apoia o candidato Luís Inácio Lula da Silva, com 79 deputados; Federação PSDB/Cidadania (18); PDT (17); PSB e Federação PSOL/Rede (14 deputados cada); Podemos (11); Avante (7) e outros partidos que completam as vagas da Câmara.
O termo “centrão” – agrupamento informal de partidos políticos de orientação conservadora (centro e centro-direita) que troca apoios ao governo por vantagens como emendas parlamentares, cargos públicos e outros tipos de clientelismo – surgiu na Assembleia Constituinte de 1987. O grupo era integrado pelos partidos PFL, PL, PDS, PDC, PTB e parte do antigo PMDB.
Na legislatura que se encerra no fim deste ano, o bloco alargado é formado por PP, PL, PSD, MDB, Republicanos, DEM, Solidariedade e PTB, somando mais de 200 deputados (cerca de 45% da Câmara dos Deputados). Mas costuma incluir partidos menores como PROS, PSC e Patriota.
PL
A grande novidade na atual eleição é a ascensão do PL, partido do presidente-candidato Jair Bolsonaro, que elegeu as maiores bancadas para a Câmara em São Paulo (21,68%), Minas Gerais (20,92%) e Rio de Janeiro (18,77%). O que poderá levar partidos como PP, Republicanos e União Brasil a se fundirem para superar o PL em tamanho e poder de barganha.
Assim, o novo presidente da República terá pela frente duras negociações com lideranças experientes, as chamadas “raposas”, de um grupo ampliado do centrão, que terá o controle sobre cargos estratégicos da Câmara e grande influência, senão o domínio, na elaboração do orçamento e na aprovação de projetos de lei.
Senado
No Senado, que representa os Estados, o centrão reúne cerca de 50 parlamentares (mais de 60% do total), com destaque para o MDB (13), PSD (11) PP e União Brasil (8 cada), PL (7), PTB (2) e Republicanos (1). Eventuais membros deste grupo, PROS e PSC conquistaram respectivamente 2 e 1 cadeiras.
Podemos (8 deputados), PT (7), PSDB (6), PDT (3), Cidadania, PSB e Rede (1 cada) complementam o novo plenário do Senado.
Vertentes
Em Minas Gerais, o PL elegeu 11 deputados federais, puxado pelo campeão nacional de votos, o vereador Nikolas Ferreira (1.49 milhão de votos). Em 2º lugar, aparece o PT (10 deputados), seguido pelo Avante (5).
Na microrregião das Vertentes, com sede em São João del-Rei, entre os mais votados estão Aécio Neves (PSDB), Dr. Frederico (Patriota), Diego Andrade (PSD), Domingos Sávio (PL) e Reginaldo Lopes (PT).