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A Origem / Educação

10 de Janeiro de 2011, por Carina Bortolini

A Origem

No primeiro mês deste ano, indico dois excelentes lançamentos, um indicado ao Oscar 2010 e outro provável concorrente ao Oscar 2011. Bom proveito!

A ORIGEM (Inception, EUA/Inglaterra)
Gênero: Ficção Científica / Ação
Direção: Christopher Nolan
Tempo de duração: 148 min.
Ano: 2010


Alucinante. Esta trama de Christopher Nolan é complexa, os efeitos são estonteantes e o elenco, encabeçado por Leonardo DiCaprio, muito competente. Não é tarefa das mais fáceis explicar o roteiro: Cobb (DiCaprio) lidera uma equipe de especialistas em “invadir” o inconsciente das pessoas para fins escusos. Com o uso de poderosos sedativos e equipamentos desenvolvidos para tal fim, eles compartilham o sonho da vítima e descobrem segredos industriais e comerciais, utilizando técnicas avançadas para “construir” uma realidade psíquica que induza o inconsciente da pessoa a revelar o que desejam. Quando um poderoso cliente (Ken Watanabe) contrata a equipe para uma missão ousadíssima – implantar uma ideia na mente do herdeiro de um magnata -, Cobb convida uma jovem e talentosa arquiteta (Ellen Page, dos ótimos Juno e MeninaMá.com) para projetar a parte estética do sonho. Como se a missão já não fosse suficientemente intrincada, Cobb ainda tem que lidar com as armadilhas de seu próprio inconsciente, perturbado desde a traumática morte de sua esposa (Marion Cotillard). Parece complicado? E é mesmo. Mas é também absolutamente original e empolgante – mão cheia para um diretor como Nolan, que tem em sua ficha sucessos de público e crítica como Amnésia e os dois últimos Batman: como se trata se sonho, não há limites de tempo, espaço ou dimensões. Como sempre, DiCaprio sabe onde mete seu bedelho. Classificação: 14 anos.


EDUCAÇÃO (An Education, Inglaterra)
Gênero: Drama
Direção: Lone Scherfig
Tempo de duração: 95 min.
Ano: 2009


Indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz (a revelação Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado, Educação vem como um sopro de novidade no cinema de língua inglesa. O roteiro, baseado num livro de memórias autobiográficas de uma jornalista britânica, é filmado de forma irrepreensível pela dinamarquesa Lone Scherfig. Jenny (Mulligan) é uma aluna aplicada na qual são depositadas todas as expectativas e investimentos de seu pai (o fabuloso Alfred Molina), que almeja vê-la na aclamada Universidade de Oxford. Sua inteligência e perspicácia cativa professores e a direção da escola de elite em que estuda. Mas Jenny sonha mesmo é com o glamour intelectual da época em que vive (início da década de 60): concertos, leilões de obras de arte, clubes de jazz, livros raros e... Paris, é claro, e toda a cultura daquela cidade. Quem virá colocar de pernas pro ar sua rotina modorrenta de estudos e oferecer tudo e muito mais que ela sempre sonhara será o playboy David (Peter Sarsgaard), de hábitos luxuriosos e fonte de renda suspeita. Os pais de Jenny, a princípio receosos por David ter o dobro da idade da filha, se deixam seduzir facilmente por seu charme, dinheiro e suposta influência nos círculos intelectuais de Londres. Molina é um show à parte, conseguindo expressar com absurda sutileza obsessão, reticência, deslumbramento, pernosticismo, vergonha, arrependimento. Uma produção de primeira. Classificação: 14 anos.

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