Antônio de Paula Magalhães (vulgo “Antônio Pelado”)


Homenagem Especial

João Magalhães0

fotoAntônio Magalhães, o Antônio Pelado (foto - arquivo pessoal)

Meu irmão. Deixou esta vida em 22 de abril de 2022 aos 91 anos. Nasceu em 25 de janeiro de 1931. Antônio está na História de Resende Costa pelas características de personalidade e também pela participação na vida religiosa e na vida política da cidade.

Além de sua paixão pela vida rural – roças, criações e sobretudo carros de boi – destacou-se no comércio pela ajuda aos pobres, vendendo fiado, doando mantimentos, dando serviços aos necessitados e até ajudando na compra de moradia para eles.

Há muito tempo, quando ele, assiduamente, participava do grupo da terceira idade, deixou comigo, após uma palestra minha, num desses encontros, sobre o Estatuto do Idoso, um caderno de memórias autobiográficas.

Antes, a explicação do apelido, conhecido de todos aqui na cidade. Ele mesmo conta em suas memórias. “Na época que viajei de São Paulo para Resende Costa, pegando o ônibus em São João del-Rei, no banco em que eu sentava sentou-se junto comigo o senhor Antônio Rodrigues, vulgo Antônio Marisco, que soube que eu ia me casar e que eu ia trabalhar para sobreviver. Eu, respondendo-lhe, que não sabia o que ia fazer. Ele me propôs a vender o estoque do seu estabelecimento e alugaria a casa para mim. Nós combinamos e no dia que fomos passar o contrato, como nós estávamos esperando o tabelião, que era o senhor Joaquim Pinto Lara, vulgo Quinzinho, no botequinho do sô Dico, ele muito brincalhão, falou assim: ‘ó muito bonito! Va! sair um barbudo e entrar um pelado!’ Porque ele tinha barba muita comprida e eu sempre usei barba feita. E com isto, tomei o nome de Antônio Pelado.”

Quando serviu ao Exército, em São João del-Rei, Antônio foi ordenança do major Campos, que era casado com uma irmã do Gentil Vale. E lá, indo doar sangue, conheceu a enfermeira Lúcia de Jesus Resende, filha de José Pedro Resende e Maria Madalena, e com ela se casou.

Infelizmente, enviuvou 9 meses após o casamento, como mostra o resumo relatado por ele próprio: “No primeiro mês de casamento, ela engravidou e quando foi o dia do parto, foi preciso fazer o fórceps .... [que] cortou uma veia do colo do útero dela e não houve nada que parasse a hemorragia e ela veio a falecer, ficando o filho que pus o nome de Antônio Lúcio Magalhães. Ficando sem mãe, minha sogra e minhas cunhadas criaram ele, sendo a minha sogra Maria Madalena, as minhas cunhadas Aparecida e Rita”.

Posteriormente, casou-se com Irene do Perpétuo Socorro, filha do Juca da Samambaia (José Egídio Costa Maia), e formou com ela uma família numerosa. Os filhos, (os dez erres!): Roselani, Ronaldo, Rivaldo, Ronivaldo, Roseli, Reginaldo, Ronildo, Rinaldo, Rildo e Rosane.

Noras e genros:  Lucila (esposa do Antônio Lúcio), Romeu, Lúcia, Edite, Elisa, Jesus, Iris, Analice, Cristina, Cláudia e André.

Netos: Davidson, Anderson, Daniela (filhos do Antônio Lúcio), Cleiton, Cleidir, Cleisiane, Rodrigo, Gustavo, Elisângela, Ulisses, Diego, Eduardo, André, Ana Luísa, Márcio, Wilmer, Iuri, Igor, Larissa, Raiane, Nara, Milena e Gabriela.

 

Atuação religiosa. Irmandade do Rosário. Ele mesmo escreve [ipsis litteris. Apenas mexi um pouco na pontuação]: “Eu era irmão desta Irmandade; o presidente era um senhor por nome Francisco de Melo, vulgo Chico de Melo e, já estando muito velho, pediu-me se eu pudesse ficar no lugar dele como presidente. Como ele gostava muito de mim, eu aceitei. E quando ele passou a administração a meu comando, a igreja de Nossa Senhora do Rosário, estando muito estragada e não tendo dinheiro para a renovação dela, eu e meus companheiros de grande amizade com a população de Resende Costa resolvemos pedir aos sitiantes gados para fazermos uma praça. Pedi ao senhor José do Ciro. E ao senhor José Ilódia, que forneceu toda a madeira e ajudou no Curralinho dos Maias, que era sua residência. Ele também arrumou com seus amigos muitas cabeças de gado. O dinheiro da praça deu para arrumar todo conserto e ainda sobrou um pouco.”

 

Atuação política. Ele mesmo narra: “Quando fui candidato a vereador, fui eleito o segundo mais votado e fui vice-presidente da Câmara, no tempo do senhor Ocacyr Alves de Andrade [prefeito].

Depois que terminou sua gestão, ele anunciou um senhor novo, por nome Dilermando [para candidato a prefeito] e ele falou: aceito a candidatura somente se o senhor Antônio Magalhães aceitar como vice. Devido a ele ser pouco conhecido, perdemos a eleição na campanha que fizemos nas zonas rurais. O povo dizia assim: se fosse o Antônio Magalhães [para prefeito] nós votaríamos nele.” Em conversa comigo tempo atrás, o Dilermando confirmou-me isso. Ganhou na cidade, perdeu na zona rural. Se o Antônio fosse o prefeito e ele vice, a eleição deles seria vitoriosa.

Antônio de Paula Magalhães. Está na história de nosso município!

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