Escola Estadual Assis Resende recebe premiação pelos bons resultados na OBMEP 2021

Com prêmios, entre medalhas e menções honrosas, estudantes, professor e instituição se destacaram na 16ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas


Vanuza Resende


Maria Clara com algumas de suas medalhas conquistadas na vida escolar. Em breve ela já terá em sua coleção a de Ouro pela OBMEP 2021. (Foto arquivo pessoal)

A OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) 2021 foi histórica para a Escola Estadual Assis Resende, que teve 10 alunos premiados, um professor e a própria instituição pelos bons resultados. A diretora da escola, Roseni Fernandes, comemorou a primeira vez que a instituição foi premiada em uma OBMEP. “Foi muito gratificante saber dessa premiação. Isso é resultado de muito estudo e dedicação por parte dos nossos alunos. Muitos alunos da nossa escola já ganharam medalhas e obtiveram ótimos resultados em olimpíadas em outros anos, mas a escola ainda não havia sido premiada também. Esse prêmio foi pelo número de alunos da nossa escola com bons resultados.”

Roseni acredita que a premiação é um estímulo para todos. “Isso é ótimo. É um estímulo e fruto de muita dedicação por parte de muitos alunos da escola. São alunos que se destacam em várias áreas do conhecimento. Acreditam na importância dos estudos e na superação de limites.”

 

Medalha de Ouro

A aluna Maria Clara de Assis, 17 anos, foi a ganhadora da medalha de ouro na OBMEP 2021, quando cursava o 2º ano do Ensino Médio. Filha da Alessandra e do Aristides, a estudante se inspirou no irmão e em primos, que também foram premiados na olímpiada. Detalhe: a primeira medalha de Maria Clara na prova foi justamente a de ouro. A jovem lembra como mudou a sua preparação de estudos para conseguir o feito. “Eu acreditava que para ganhar medalhas não era necessário estudar além do conteúdo da sala de aula. Sempre participei e vinha sempre a frustação por não conseguir ganhar a medalha. A partir de 2019, eu fiz a Olímpiada de Química e estudei além da sala de aula. Consegui ganhar uma medalha de bronze. Logo depois, veio a pandemia e eu comecei a estudar por conta própria. Esforcei-me muito, mas não esperava conquistar logo a de ouro.”

Com a medalha de ouro da OBMEP 2021 garantida, Maria Clara já soma 15 premiações. Muitas delas durante a pandemia, período em que a jovem começou a estudar e a se dedicar para as provas, em especial na área de exatas, e conquistou premiações em olimpíadas de astronomia, química e matemática. A estudante conta que seu interesse pelas competições aconteceu em um momento em que as universidades já aceitam as premiações em olimpíadas como forma de ingresso nos cursos. “Nas olimpíadas em que são necessárias as inscrições pela escola, eu contei com o apoio dos professores para ajudar. E eles me incentivaram sempre. Já em algumas, eu mesma podia me inscrever. O interessante é que há olimpíadas de todas as áreas, não só de exatas. Esses bons resultados podem ajudar a ingressar em uma instituição de ensino superior, por exemplo.”

Maria Clara revela sua rotina de estudos. “Eu sempre gostei muito de estudar, mas não estudava direito. Aí veio a Olimpíada de Química e, a partir dela, comecei a estudar visando às provas. No meu caso, o diferencial para conseguir medalha foi refazer as provas de anos anteriores. Eu sempre estudei em cima dos meus erros e isso me ajudou muito, até em outras olimpíadas. Você precisa ter um foco na área e, ao estudar para uma delas, acaba conseguindo incluir outras também.”

Ao ingressar no 3º ano do Ensino Médio, Maria Clara inicia o desafio de escolher a área que vai seguir após formada. “Ainda não sei para qual curso eu vou. Penso na área de exatas – matemática, física, química ou na biológica. Mas tudo vai depender da minha nota e dos meus estudos neste ano. Eu quero entrar na faculdade, porém ainda não defini a área nem a instituição para a qual irei.”

A expectativa de Maria Clara, neste momento, é receber a premiação em cerimônia nacional. “Eu me recordo apenas do Eduardo Assis ter ganhado medalha de ouro aqui em Resende Costa. Ele foi para a premiação no Rio de Janeiro e eu ficava imaginando se eu iria conseguir esse feito um dia. Consegui. Com o incentivo da escola que nos inscreveu, estão aí os resultados. Motivo de muita alegria.”

 

Professor premiado

Além dos alunos premiados e da Escola Assis Resende, o professor de matemática Rogério dos Santos, que está na escola há nove anos, também foi premiado, pela primeira vez, pelo fato de cinco de seus alunos terem conseguido a premiação. “Para mim foi uma surpresa porque a gente não estava contando com esse grande número de alunos premiados, ainda mais no período de pandemia, quando os alunos não tiveram aulas presenciais. Eu fiquei muito feliz com os resultados dos alunos, que foi o que fez com que eu também fosse condecorado.”

O professor comenta sobre o interesse dos alunos em participarem da Olímpiada.  “Tivemos uma grande procura pelos alunos para a inscrição. Criamos grupos de apoio, pois foi uma olimpíada atípica, com a primeira fase online pela primeira vez. Acredito que esse interesse tem ligação com o exemplo dos alunos que se formaram e ganharam medalhas em anos anteriores e colheram frutos na faculdade, com a Iniciação Cientifica. Essa questão do certificado, das medalhas, tudo isso é computado na universidade, independente da área que os alunos escolham seguir em um curso superior.”

Rogério também destaca a importância de o aluno acreditar e se dedicar aos estudos. “A medalha, na maioria das vezes, não acontece de primeira. Por isso é fundamental que o aluno não desista. É necessário persistência nos estudos, pois a olimpíada traz o conteúdo da sala de aula, com o raciocínio lógico. É importante estudar e não desistir. O que eu noto é que os alunos no primeiro momento não ganham nada, depois conseguem uma menção honrosa e, depois, conquistam a medalha.” 

O professor frisa que a premiação é um trabalho conjunto entre escola, colegas de profissão e familiares dos alunos. “Não é um trabalho meu, é um trabalho de muito tempo dos meus colegas também. Além, claro, do apoio da família dos alunos. Eu percebo que, além da força de vontade dos estudantes, eles têm um apoio familiar muito grande. O prêmio não é só meu, é de todo esse conjunto.” A diretora Roseni completa: “O professor Rogério é um profissional muito dedicado ao seu trabalho e a seus alunos. Ficamos muito felizes. Mas vale destacar que esse resultado é produto do trabalho de muitos outros professores da área de matemática e das outras áreas também. O conhecimento vai sendo produzido aos poucos e de forma cumulativa. O mérito é de todos.”

 

Alunos premiados

Além da Maria Clara, outros nove alunos da E. E. Assis Resende receberam a premiação na OBMEP 2021: Giovanna Gama Cerboncini e Bárbara Lana de Resende conquistaram medalhas de bronze. Menção Honrosa: Carlos Daniel Francisco de Assis, Camilly Vitória Lara, Maria Gabriela Resende Chaves, Mara Cristina de Assis, Matheus Henrique Magalhães, Nathalia Cristina Pinto Dias e Vanessa Aparecida Ribeiro. 

“Gostaria de parabenizar os alunos premiados e todos que participaram dessa olimpíada. Esses alunos acreditam na força da educação e se destacam porque estabelecem metas e correm atrás dos resultados. Sinto-me bastante orgulhosa. Gostaria de ressaltar também a importância da família desses alunos na conquista. São pais muito presentes na vida dos filhos e comemoram com eles cada uma dessas vitórias”, elogia a diretora Roseni Fernandes.

Em Resende Costa, a Escola Municipal Paula Assis também teve alunos premiados. Ana Clara de Assis M. Chaves conquistou medalha de bronze e as alunas Laura Resende Assis, Lorena Gomes Martiniano de Pádua e Maria Eduarda Silva Oliveira obtiveram menção honrosa.

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