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As consequências do assalto à agência do Banco do Brasil em Resende Costa

13 de Abril de 2017, por Edésio Lara

Quando me preparava para escrever este texto, recebi através do Whatsapp a notícia de que a agência dos Correios de Resende Costa havia sido assaltada por dois homens armados e encapuzados. Isso em plana manhã ensolarada do dia 4 de abril. Imediatamente recorri ao Google e li notícias de assaltos em outras agências de outras cidades da região. Prados e Oliveira estão entre elas. Notei, também, o modus operandi dos assaltantes que é praticamente o mesmo: rendem os poucos e indefesos funcionários e aconselham os que estão no local a ficarem quietos e calados. Depois de recolher o que querem saem tranquilamente deixando para trás a certeza de que tudo fora bem planejado.

Esses assaltos têm sido comuns. Hoje sabemos que a EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT, que, outrora, fora um dos orgulhos dos brasileiros, encontra-se em situação difícil, isto é, quase falida, devido à ação de políticos, corrupção e má gestão. Mas, meu objetivo, aqui é outro. Quero comentar a situação da Agência do Banco do Brasil de nossa cidade. Há quase um ano, ela foi explodida por bandidos que atuaram tranquilamente, o que nos deixou perplexos. Eram quase 4h da madrugada de quinta-feira 26 de maio, feriado de Corpus Christi, quando os estrondos foram ouvidos em boa parte da cidade. Muitos acordaram assustados e quando a polícia chegou ao local (o quartel da PM fica a uma quadra da agência) a quadrilha já havia levado o que queria, deixando para trás a agência parcialmente destruída. Quanto os bandidos conseguiram levar dos caixas eletrônicos, ninguém sabe ao certo. No entanto, os tormentos, a insegurança e o desconforto que foram impostos aos clientes do banco, todos conhecemos muito bem.

Desde então, convivemos com a precariedade dos serviços do banco. Primeiro, foram meses de serviços internos, quando só conseguíamos, a duras penas, ter contato com os funcionários que pouco ou quase nada podiam fazer no espaço destruído. Dinheiro para saque, nem pensar. Fazer depósitos, muito menos. Pagar contas, saber o saldo da conta corrente ou poupança, de jeito nenhum. O povo ficou desnorteado, sem saber o que fazer, aonde ir, a quem recorrer. Então, sobrou para a agência dos Correios que, com número reduzidíssimo de funcionários – somente um atendente no caixa – precisou fazer às vezes do banco. Sobrou serviço, também, para a única casa lotérica da cidade e para alguns estabelecimentos comerciais que foram chamados a atender ao público.

O caos se instalou. Muitos passaram a resolver suas pendências em São João del-Rei ou outras cidades, o que, de certa forma, trouxe prejuízos para o comércio local. Os correntistas com menos recursos financeiros, os aposentados, os mais idosos e doentes, foram os mais atingidos. É bem verdade, que esses vêm sofrendo com o descaso do sistema bancário brasileiro há muito tempo. Os banqueiros não os querem em suas agências; preferem que fiquem em casa e resolvam tudo pela internet. Só que muitos não têm computadores, celulares mais modernos e, muito menos, acesso fácil à internet.

O BB teve prejuízos, isso é fato, porém, deve ter sido ressarcido através de seguradoras. Enquanto os correntistas, como dito acima, amargam os resultados da ação dos criminosos, os banqueiros, por sua vez, vivem às mil maravilhas, obtendo lucros exorbitantes, dia após dia. O discurso deles, intensificado no atual governo, é o de reduzir custos, transferir ou demitir funcionários, reduzir ou extinguir agências e postos de atendimento, sem se importar com a maioria dos clientes – os mais pobres, repito – que lhes enchem os cofres quando são obrigados a pagar juros altíssimos por empréstimos consignados, os dos cartões, financiamento de bens móveis, imóveis ou outros.

Esse tratamento dado ao povo de Resende Costa é praticamente o mesmo dispensado aos de cidades vizinhas como Lagoa Dourada e Entre Rios de Minas que “viram esse filme”, pois, também passaram pela mesma experiência. Será que o horário de funcionamento normal e dinheiro nos caixas eletrônicos ainda vão demorar a voltar ao normal? Não entendo tanta demora para resolver problemas que, a nosso ver, são bastante simples. Até quando conviveremos com esta situação?

Aproveito o momento para cumprimentar o José Márcio, o Zezé, pelos 30 anos de trabalho no BB. Qual de nós nunca precisou dos seus serviços? É possível que, no futuro, seja lembrado como o Zezé do Banco do Brasil, da mesma forma como chamamos o Sebastião Lima de Tião da Caixa. Ambos, sem dúvida, lembrados com carinho pelos bons serviços à comunidade.

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