Roupas confortáveis, toalha na mão, garrafinha de água, máscara e álcool em gel. Em tempos de pandemia de coronavírus, novos elementos foram inseridos na rotina de quem frequenta as academias. Depois de mais de cinco meses fechadas, as academias de ginástica e musculação já estão reabertas em Resende Costa e nos municípios da microrregião do Campo das Vertentes.
A permissão veio em um momento de intensa pressão de empresários do setor. Atendendo a essa demanda, o governo do estado de Minas Gerais criou um protocolo de segurança especifico para que as academias de ginástica pudessem reabrir ainda na Onda Amarela do programa Minas Consciente. Inicialmente, a ideia era a de que esses estabelecimentos fossem reabertos somente dentro da Onda Verde, que prevê a liberação das atividades não essenciais consideradas de alto risco de contágio. O governador Romeu Zema falou sobre os impactos da reabertura. “São sete mil unidades (de academias) em todo o estado. Então, consideramos uma boa notícia essa possibilidade de reabertura segura. Mas vale lembrar que ainda não podemos baixar a guarda. Toda medida de segurança se faz necessária: o uso de máscara, o distanciamento, a higienização. Não vencemos a guerra, temos muitas batalhas pela frente. Conto com a postura zelosa do povo mineiro, que possibilitou que tivéssemos, hoje, a menor taxa de óbitos do Brasil”, declarou o governador no dia 18 de agosto último.
O proprietário da “Academia RE Studio”, em Resende Costa, Renan Inácio Resende, licenciado e bacharel em Educação Física, falou sobre o impacto econômico no setor durante os primeiros meses da pandemia. “Fiz demissão total dos empregados. Como o pagamento é mensal e não temos contrato anual, todas as mensalidades ficaram congeladas. Nós tínhamos cerca de 8 a 10 alunos por hora na academia. Quanto àqueles alunos a cujas casas nós fomos – com o serviço de personal, que é totalmente diferente de academia – conseguimos manter alguns, mas mesmo assim com treinos limitados devido à falta de equipamentos.”
Nesta fase de reabertura, as academias precisam seguir uma série de determinações para atender aos alunos. Renan esclarece que “as academias têm os protocolos mais rígidos para serem seguidos. Como, por exemplo, aferição de temperatura na entrada; tapete sanitizante; dispenser de álcool em gel; todos os alunos recebem na entrada toalha descartável e um borrifador com álcool 70; a higienização dos equipamentos tem que ser feita antes e após o uso; tempo de permanência de uma hora; o aluno só pode ir em seu horário marcado; a cada duas horas a academia tem que ser fechada para higienização; uso obrigatório de máscara; distância de dois metros dos equipamentos; foi proibido o revezamento de aparelhos; bebedouro apenas para encher garrafas; os armários devem permanecer lacrados”. Ainda de acordo com Renan, “é impossível atender à mesma quantidade de pessoas devido às restrições”. Por isso, o educador físico orienta para que as pessoas “continuem com as atividades físicas ao ar livre e mantenham hábitos saudáveis, lembrando-se da importância da prevenção à Covid-19.”
A médica de família e comunidade, professora dos cursos de medicina da Universidade Federal de São João del-Rei e do Centro Universitário Presidente Tancredo Neves (Uniptan), Tatiana Miranda, reforça algumas orientações. “Higienizar as mãos e os equipamentos todas as vezes em que utilizar os aparelhos. Evitar tocar o nariz, olhos e boca. Outro detalhe importante é evitar o uso de celular, por exemplo, nas academias. Além disso, todas as vezes em que as pessoas chegarem (em casa) vindo das academias, (importante) tomar banho e trocar a roupa”, orienta a professora.
Renan conclui dizendo que “as expectativas são as melhores possíveis, já que vamos voltar a promover saúde.”