Alemão e Tiririca são candidatos a prefeito e vice-prefeito de Resende Costa da chapa do PSL


André Eustáquio/Vanuza Resende


Alemão e Tiririca (foto arquivo Anderson Belo)

O PSL (Partido Social Liberal) ganhou destaque no país nas eleições de 2018, especialmente pelo fato de a legenda abrigar o então candidato Jair Bolsonaro, eleito presidente da República. Em Resende Costa, o partido está sendo conhecido melhor graças à militância política do seu fundador no município, o candidato a prefeito Anderson Belo de Resende, o Alemão.

Aos 43 anos, o empresário do setor de vendas de máquinas e tratores, que traz em seu currículo profissional atuação no ramo do comércio em Fortaleza (CE), inicia-se na política da terra natal da sua família ao lado do companheiro de partido, Luiz Carlos da Silva, o Tiririca, candidato a vice-prefeito.

Alemão, que nos últimos anos ganhou visibilidade nas redes sociais através da publicação de vídeos nos quais relata sua opinião sobre a cidade, falou ao JL sobre a sua candidatura e apresenta propostas de governo aos eleitores de Resende Costa.

O senhor disputará sua primeira eleição pleiteando o mais alto cargo do Executivo Municipal. O que o motiva a ingressar na política? Saí de casa muito cedo e fui em busca de conhecimento e da minha independência financeira. Deus é testemunha de que, desde adolescente, sempre carreguei o sonho de ser prefeito de Resende Costa. Nos últimos anos, tudo que eu via de diferente e de inovador nas cidades e estados eu guardava em minha mente, pensando em Resende Costa e acreditando que meu sonho seria realizado. Aí eu poderia colocar em prática todos esses projetos. Minha motivação vem desde que me entendo por gente, de sempre pensar no próximo e poder ajudar de alguma maneira. Acredito que somos seres enviados por Deus, já pré-programados, ou seja, cada um tem sua missão. Acredito que, por isso, mesmo estando em último nas pesquisas, estou sempre acreditando e buscando meu sonho. Hoje sinto-me realizado amorosa e financeiramente. Daqui para frente quero fazer algo pelo povo. Candidato-me a prefeito de Resende Costa, dispondo-me a ser um funcionário do povo pelos próximos 4 anos.

O seu partido, o PSL, tornou-se conhecido por ser a legenda que elegeu o presidente Jair Bolsonaro em 2018. Isso contribuiu para a sua filiação no partido? Não só o PSL, mas outros partidos me atraíam pela ideologia de cada um. Acontece que nós seres humanos tendemos a nos aliar àquilo que nos faz bem e, principalmente, com quem nos dê valor. Antes de me filiar no PSL, tive contato com mais três partidos e nenhum me tratou com tanto respeito. O PSL ofereceu estar junto comigo e saciar as necessidades e os desejos do povo resende-costense pelos próximos anos.

O senhor é um admirador do presidente Bolsonaro? A palavra admiração eu só utilizo para minha esposa, meus pais, meus avós e meus amigos. Passo a todos os meus parceiros do PSL de Resende Costa que não podemos defender um político, seja ele prefeito ou presidente, como um time de futebol. Caso o presidente tenha boas atitudes, nós temos que apoiar; mas caso ele tenha atitudes ruins com o povo, nós temos que cobrá-lo.  Enfim, independentemente do presidente ser do meu partido, ou não, eu só irei apoiar suas boas atitudes.

A grande maioria dos candidatos tem como pilares de suas propostas de governo projetos para a saúde, a educação e a cultura. Quais são suas propostas para esses setores? Meu propósito é trazer para a nossa cidade o que há de mais moderno em tecnologia e modelos de gestão. Quero deixar as famílias tranquilas e confiantes de que, caso adoeçam, serão tratadas por profissionais eficientes, sem deixar faltar remédios ou recursos para seu tratamento. Apresentarei para apoio à educação o projeto “Galpão do Conhecimento”, que será fundamental para a motivação dos alunos. Implantaremos robótica nas escolas.  Quero resgatar nossas tradições, como, por exemplo, o Carnaval. Destaco ainda o apoio aos Congados e a toda nossa cultura. Quero também fazer renascerem novas culturas. Pretendo investir no teatro. Quero promover, junto com associações ligadas ao turismo, a nossa Mostra de Artesanato, de culinária, promovendo nossa cidade e o artesanato.

E para a zona rural do município? Adoro falar dos distritos, uma relíquia que guarda nossas origens. Sei da minha responsabilidade de cuidar dos povoados e investir neles. Tive uma grande preocupação com os distritos ao fazer meu plano de governo. Quero levar a essa gente o que há de melhor em pavimentação, telefonia, saúde, educação, transporte público e projetos para o agronegócio. Amo os leilões e as festas das roças. Quero ser o prefeito que mais participou e investiu nos distritos nos últimos anos.

Já há algum tempo, o senhor vem postando em suas contas nas redes sociais vídeos em que aparece denunciando o que julga serem problemas na cidade e/ou fazendo críticas à atual administração. O senhor pretende apresentar suas propostas aos eleitores utilizando-se, sobretudo, de vídeos e das redes sociais? Sim, fiz em média 25 vídeos e alguns surtiram efeito. Vejam o vídeo que eu fiz denunciando uma cratera na rua no bairro Riguinho; denunciei também o ônibus que não estava passando para levar os alunos na escola. Em menos de 24 horas, o ônibus voltou a circular e a rua foi arrumada na mesma semana. Denunciei também a falta de cinto de segurança para os alunos. Com meu vídeo dando sugestão de diminuir o canteiro central na rua padre Joaquim Carlos, a cidade ganhou muito espaço, fazendo com que o trânsito flua melhor. Também é fato que há décadas a prefeitura judiou dos funcionários públicos, tirando seus direitos a EPIs (equipamentos de proteção individual), assegurados por lei. E com minhas duras críticas, em alguns meses, eles deram o uniforme. Só não foi mais justo porque os funcionários não fizeram parte da escolha da cor e dos tipos de tecido. Tenho relatos de que algumas partes do uniforme são muito quentes. Irei utilizar todas as ferramentas disponíveis para a campanha eleitoral do PSL em Resende Costa.

A economia de Resende Costa é movida pelo comércio, sobretudo pelo artesanato e pelo turismo que é aquecido justamente por esse setor. Quais são seus planos para o turismo e o artesanato? Há 30 anos, eu levava retalhos para picar no Cajuru, no Curralinho dos Paulas e no Tabuado. Bati na porta de muitas casas em Resende Costa para vender fio e retalho. Na época, eu tinha 12 anos. Em 1999, eu estava dentro do primeiro caminhão de retalhos que chegou a Resende Costa, conduzido pelo meu pai, Dalmo Belo de Resende, de quem tenho muito orgulho. Eu fiz parte do nosso artesanato e acompanhei o seu crescimento. Daqui para frente, nós vamos implantar um bom plano de marketing para Resende Costa e para o turismo.

A sociedade brasileira vem assistindo a episódios preocupantes de agressão a instituições que sustentam a nossa democracia, como o Judiciário, o Legislativo e a imprensa. Se eleito, como o senhor pretende dialogar com os outros poderes e com a imprensa no município de Resende Costa? Tenho assistido a uma troca de farpas entre as instituições, como o Judiciário, o Legislativo, a imprensa e o governo. Todos eles, a meu ver, sustentam a democracia. Reconheço erros de todos os poderes. Tive uma boa educação familiar. Sou educado e respeitoso com quem me respeita. Não tenho passagem policial porque respeito as leis brasileiras e pretendo continuar respeitando e seguindo as ordens judiciais diante de qualquer situação. Apesar de os poderes Executivo e Legislativo terem diferentes obrigações, ambos têm o mesmo propósito de servir o povo. Nesse caso, pretendo ter um bom relacionamento com os vereadores. Afinal, quem ganha é o povo. Acompanho as dificuldades da Rádio Inconfidentes. Há alguns anos, já fiz postagens elogiando a nossa mídia. Sei o quanto é importante e glamouroso para nosso município apoiar o Jornal das Lajes, a Rádio Inconfidentes e outras mídias.

Nas eleições de 2016, Resende Costa teve um percentual de 2,71% de votos brancos; 6,04% nulos e 14,87% de abstenções na votação para prefeito. Há algum tempo, os brasileiros manifestam certa descrença com a política em virtude, sobretudo, do cenário político nacional. Como o senhor pretende conquistar o apoio daqueles eleitores que estão indecisos e ao mesmo tempo descrentes com a política? Meu recado a todas as pessoas que estão descrentes com a política é que eu também fico triste com tantos gestos de irresponsabilidade e de corrupção nas políticas nacional e municipal. Acredito que Deus nos colocou na terra para evoluirmos e temos que continuar tentando sempre. Acredito que o homem deve estar sempre no meio e quando você não vota, você está fora; é como se você tivesse desistido da raça humana. Não podemos simplesmente lavar nossas mãos, temos responsabilidades sociais. Precisamos continuar tentando, mesmo que pareça estar tudo perdido. Eu acredito em pessoas honestas porque sou honesto. Amigo eleitor, peço-lhe para nunca desistir da nossa política porque o futuro de nossas crianças depende de nós.

Como considera os servidores públicos, sabendo que sem eles não é possível administrar? Qual a relação que pretende ter com eles e como planeja formar a sua rede de secretariado? Por melhor e mais capacitado que seja o prefeito, é impossível governar sozinho. Converso com muitos amigos que trabalham na prefeitura e fico chateado com o descontentamento de muitos funcionários. Irei implantar um programa de motivação baseado no carinho, no respeito e, principalmente, no reconhecimento do trabalho executado. Considero-me um colecionador de amigos e na prefeitura não será diferente. Pretendo formar meu secretariado baseado na competência. Quero dar oportunidade a novos profissionais. Irei indicar pessoas que não irão medir esforços para oferecer um trabalho de qualidade ao povo. 

Em sua opinião, quais são os principais desafios a serem enfrentados pelo novo prefeito municipal de Resende Costa que será eleito no dia 15 de novembro? Acredito que a nossa receita irá cair nos próximos anos devido a essa pandemia. Depois dessa crise sanitária, irão instalar outras crises. Vejam que os preços dos alimentos estão aumentando desordenadamente. Acredito até em uma falta de mantimento no país. O próximo prefeito não poderá brincar com o dinheiro público, como estamos vendo acontecer, porque o povo poderá precisar de ajuda e o poder público terá que estar preparado. A administração feijão com arroz já não cabe mais. O prefeito terá que trabalhar dobrado na busca de geração de empregos e de renda para a cidade. Nosso carvão está acabando e poucos estão plantando eucalipto. Com isso, centenas de pessoas ficaram desempregadas. Isso me preocupa. As drogas invadem Resende Costa e, se o prefeito futuro não implantar ações de combate, em breve iremos conviver com cenas de violência, de roubo e morte seguindo parâmetros de milhares de cidades do Brasil.

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