As fortes chuvas de janeiro causaram transtornos em Resende Costa

Entre os dias 23 e 24 de janeiro, período em que Belo Horizonte registrou o maior volume de chuva de sua história, em Resende Costa choveu 80,6 mm


Cidades

André Eustáquio e Vitória Cristina0

Buraco causado pelas chuvas na cabeceira da Ponte Grande, na estrada que liga Resende Costa a São Tiago (Foto: redes sociais)

O mês de janeiro trouxe muita chuva para a região Sudeste do país, especialmente para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Parte da população desses dois estados sofreu com deslizamentos de terra, estradas obstruídas, alagamentos, desmoronamentos de encostas e de casas e mortes. Em Minas Gerais, segundo informações da Defesa Civil, mais de 40 mil pessoas ficaram desalojadas e cerca de oito mil desabrigadas. O Estado contabilizou 55 mortes provocadas pelas chuvas de janeiro.

Entre os dias 23 e 24 de janeiro, Belo Horizonte recebeu o maior volume de chuvas da sua história – em 110 anos, desde que se iniciaram as medições pluviométricas. Em 24 horas, o índice pluviométrico em BH registrou 171,8 mm. No entanto, não foi só a capital do estado que apresentou grandes volumes de chuva em janeiro. Em Resende Costa, no mesmo período, ou seja, nos dias 23 e 24 de janeiro, foi também registrado grande índice pluviométrico.

De acordo com o Registro Diário de Estação Pluviométrica da Copasa, que mede diariamente a quantidade de chuvas que cai na cidade, no dia 23 de janeiro choveu em Resende Costa 7,6mm e, no dia 24, 73,0mm.

 

Transtornos

As chuvas de janeiro causaram transtornos em Resende Costa. A quantidade de chuva que caiu entre os dias 23 e 24 aumentou substancialmente o volume de água do Córrego Vassouras, na Fazenda da Laje – um dos dois lugares onde a Copasa realiza a captação de água que abastece a cidade –, fazendo com que a balsa virasse. O incidente causou danos ao conjunto motobomba, queimando o equipamento. No entanto, a Copasa fez os reparos necessários e restabeleceu prontamente a captação de água no Córrego Vassouras.

Outros pontos do município também apresentaram problemas com as fortes chuvas. A Ponte Grande, situada na estrada que liga Resende Costa a São Tiago, próximo ao Povoado dos Pintos, ficou seriamente danificada, impedindo a circulação de veículos na via.

O JL conversou com o Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos, Ricardo José Resende, sobre os estragos decorrentes das chuvas de janeiro em Resende Costa. Ele disse que, como praticamente ocorreu em todo o estado, Resende Costa também sofreu com as chuvas. “Ainda estamos sofrendo, tivemos pontes arrancadas pela força da água, com os apoios desbarrancados, mata-burros e bueiros entupidos, locais com deslizamentos de terra interrompendo a passagem de veículos, tubulões que não aguentaram a quantidade de água, manilhamentos arrancados pela força da água causando erosões, entre outros problemas”, explicou Ricardo Resende.

Segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos de Resende Costa, a prefeitura está trabalhando para resolver e minimizar os estragos causados pelas chuvas de janeiro no município, especialmente na zona rural. “Estamos trabalhando incansavelmente para tentar minimizar os estragos, porém cada dia que passa a chuva continua e os estragos não param de aumentar. Primeiro começamos a dar a devida manutenção nos locais de maior acesso e estradas principais para diminuir o impacto na população. Assim que terminarmos, começaremos as manutenções em lugares nos quais a população conta com outras alternativas para chegar e sair de suas propriedades”, disse Ricardo.

“Pela minha experiência e conhecimento aqui na Secretaria de Obras, sim, já aconteceram outras chuvas fortes que também trouxeram grandes transtornos ao município. Mas as chuvas deste início de 2020 trouxeram transtornos maiores, pois causaram estragos em vários pontos. Resende Costa não é um município pequeno; temos aproximadamente 700 quilômetros de estrada de terra e, com 631,6 KM², fica muito difícil a manutenção rápida, uma vez que temos que contar com deslocamento de máquinas, material e equipe”, destacou Ricardo Resende.

Embora a cidade de Resende Costa esteja localizada no alto de um morro e não correr próximo à cidade nenhum rio ou córrego – o que de certa forma protege a população de inundações, como vimos recorrentemente acontecer em diversos municípios de Minas, até mesmo em cidades próximas, como São João del-Rei e Lagoa Dourada –, a prefeitura do município não deixa de se preocupar com as chuvas fortes, ficando em alerta. “Cada vez que chove, a terra vai ficando mais encharcada, aumentando os riscos de deslizamentos. Há também o risco de acontecerem enchentes destruindo as pontes que já estão liberadas para acesso, ou até mesmo os calçamentos não suportarem tanta água e acabarem se desfazendo”, alerta o secretário de Obras. 

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