“O pleito ocorreu dentro da normalidade, não havendo incidentes que pudessem macular a vontade livre e soberana dos eleitores”

O juiz eleitoral da Comarca de Resende Costa, Donizetti Nogueira Ramos, avaliou as Eleições 2018 nos municípios que pertencem à 232ª Zona Eleitoral


Política

André Eustáquio0

Dr. Donizetti Nogueira Ramos, juiz eleitoral da Comarca de Resende Costa (Foto André Eustáquio)

As Eleições 2018 foram consideradas por muitos observadores e analistas políticos como uma das mais disputadas desde a redemocratização do Brasil em 1985. Surpresas aconteceram, como a vitória do empresário Romeu Zema (Novo) para o governo de Minas Gerais. Zema, um neófito na política, derrotou, por grande margem de votos, ninguém menos do que o atual senador pelo PSDB, Antonio Anastasia, que já governou o estado e muitos imaginavam que fosse ganhar as eleições no primeiro turno.  No âmbito nacional, o fenômeno Jair Bolsonaro (PSL) sacudiu o país e deixou atônitos os adversários e os analistas que procuravam respostas para a “onda verde-amarela” que inundou o Brasil de norte a sul.

Uma eleição polarizada e com forte apelo ideológico mexeu com os ânimos dos eleitores, sobretudo nas redes sociais. Chegou-se ao extremo de suscitar dúvidas em relação à lisura do respeitado e eficiente sistema eleitoral brasileiro. As fake news se propagaram como vírus nas redes sociais; houve até atentado ao então candidato e hoje presidente eleito Jair Bolsonaro.

O JL enviou por e-mail três perguntas ao juiz eleitoral da Comarca de Resende Costa, Donizetti Nogueira Ramos, com o objetivo de obter uma avaliação do magistrado das eleições deste ano. Doutor Donizetti é responsável pelo processo eleitoral nos municípios que pertencem à 232ª Zona Eleitoral: Resende Costa, Coronel Xavier Chaves, Ritápolis e São Tiago.

Qual a avaliação que o sr. faz das Eleições 2018 nos municípios que fazem parte da 232ª Zona Eleitoral? A avalição que fazemos das eleições deste ano dentro da circunscrição da 232ª Zona Eleitoral é extremamente positiva. O pleito ocorreu dentro da normalidade, não havendo incidentes que pudessem macular a vontade livre e soberana dos eleitores.

Nas eleições deste ano, houve questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas. No final, vimos, mais uma vez, uma apuração rápida e segura. O que o sr. diz sobre esses questionamentos e a segurança do sistema eleitoral no Brasil? O sistema eleitoral brasileiro é totalmente seguro. As urnas eletrônicas proporcionam uma votação eficaz e uma apuração rápida. A urna eletrônica é um equipamento seguro, não havendo nenhuma possibilidade de fraude. Ao contrário do que se fala, a urna eletrônica não é usada somente no Brasil, pois em mais de trinta países temos o voto através da urna eletrônica, podendo citar o Japão, Peru, México, França, etc. Trata-se de um terminal individual, sem nenhuma conexão com a internet, por isso não há como alguém de fora do processo eleitoral invadir seu sistema para alterar seu regular funcionamento. Temos que ter orgulho do processo eleitoral brasileiro, que está entre os mais avançados do mundo em termos de tecnologia.

Nestas eleições, a 232ª Zona Eleitoral tornou-se responsável também pelo processo eleitoral em Ritápolis e São Tiago, além de Resende Costa e Coronel Xavier Chaves. Como se deu essa primeira experiência de uma abrangência maior? As eleições deste ano deram mais trabalho para a nossa Zona Eleitoral, com a inclusão dos municípios de Ritápolis e São Tiago. Saímos de um universo de 12.035 eleitores para 25.438, o que demandou toda uma mudança de logística por parte do Cartório Eleitoral. Todavia, graças à competência dos servidores da Justiça Eleitoral e o grande apoio da equipe de colaboradores escalada para auxiliar nos dias das votações do primeiro e segundo turnos, não tivemos nenhum problema grave que comprometesse os trabalhos. Os poucos incidentes que ocorreram foram prontamente resolvidos, sem comprometer a lisura do pleito eleitoral.

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