Aventura, desafios e estabilidade profissional atraem jovens que optam pela carreira militar


André Eustáquio


fotoValéria Resende escolheu a carreira militar no Exército (Foto arquivo particular de Valéria Resende)

A busca por estabilidade financeira e profissional aliada à realização pessoal e vocacional tem levado inúmeros jovens a optar pela carreira militar, considerada uma das profissões mais bem sucedidas no Brasil. Após se formar em técnica em enfermagem, no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena (antiga escola agrícola), a resende-costense Valéria de Fátima Resende, 25 anos, decidiu ingressar-se nas Forças Armadas, iniciando em 2015 o Curso de Formação de Sargento do Exército. Valéria, que já possui experiência na área de enfermagem, tendo trabalhado, inclusive, no CTI do hospital Ibiapaba/Cebans em Barbacena, servirá seu país como 3º Sargento de Saúde do Exército, no Quartel do 2º Batalhão de Logística Leve, em Campinas (SP).

Nesta entrevista ao JL, Valéria Resende, filha de José Camilo de Resende e Celina Maria da Silva Resende, conta como sentiu o desejo de ser militar. Ela fala também sobre os desafios da formação e o sentimento de vitória por conquistar seu objetivo.

O que a levou a optar pela carreira militar? Quando comecei a estudar o curso técnico em enfermagem, descobri a possibilidade de trabalhar como Técnica em enfermagem nas áreas militares. Foi aí que tudo começou. O que fortaleceu mais a minha ideia foi, além de estar numa profissão reconhecida, eu também procurava estabilidade, plano de carreira, aperfeiçoamentos e cursos.

Como aconteceu essa escolha em sua vida? Quando eu me formei, comecei a estudar e prestar concursos militares, como Polícia Militar e EEAR (Escola Especialista da Aeronáutica). Já havia realizado vários concursos, mas nenhum concurso do Exército Brasileiro.

Por que escolheu o Exército? Foi no ano de 2014, quando minhas amigas do CTI do Hospital Ibiapaba/Cebans, em Barbacena, estavam fazendo a inscrição e me incentivaram a fazer também. Fiz pela primeira vez o concurso da EsSA (Escola de Sargentos das Armas) para 3º SGT de Saúde do Exército Brasileiro.

Como foi a sua formação militar? Prestei o concurso em 12 de outubro de 2014 e em janeiro de 2015 começaram a sair os resultados. Em fevereiro fui convocada para fazer os exames físicos e a inspeção de saúde. Em março passei por esta etapa, na qual também fui aprovada. Em 20 de abril eu já estava na cidade do Rio de Janeiro, no bairro Deodoro, no Quartel do 1º GAAAe (1º Grupo de Artilharia Antiaérea), onde passei quase oito meses para a realização da formação Básica do CFS (Curso de Formação de Sargento), tendo me formado em 10 de dezembro de 2015. Em 18 de janeiro de 2016, me apresentei na EsSlog (Escola de Sargento de Logística) na cidade do Rio de Janeiro, para realizar a segunda fase da formação, que foi a qualificação do 3º SGT de Saúde, onde passei quase 11 meses de formação e me formei em 25 de novembro de 2016.

Quais foram os principais desafios que você encontrou durante a formação? Os desafios foram muitos, o primeiro foi viver distante da família, apesar de já ter vivido seis anos em Barbacena. Outro desafio foi a formação em regime de internato. Às 22h de todos os domingos, já tínhamos que estar no quartel e só podíamos sair no final da tarde de sexta-feira. Aprendemos a conviver em grupo, fizemos novas amizades. A disciplina no militarismo também era novidade, pois não havia vivido antes esta experiência. Armamentos, tiros, exercícios em campos faziam parte do nosso dia a dia. A jornada de estudo até altas horas da madrugada também virou rotina, pois as melhores notas obterão a melhor classificação, o que influenciará na sua escolha da OM (Organização Militar), onde será seu futuro local de trabalho.

Como será a sua atuação no Exército? Atuarei como 3º SGT de Saúde do Exército Brasileiro na seção de saúde dos quarteis, em Posto Médico Militar e Hospitais Militares do Exército, onde prestarei serviço de saúde para militares do Exército e seus familiares e dependentes. Prestarei apoio de serviço de saúde junto a equipe médica, nos treinamentos de soldados que aos 18 anos se alistam nas forças armadas para o serviço militar obrigatório, apoio aos treinamentos físicos militares, aos treinamentos de tiro e também ações junto a comunidade como o Aciso (ação cívica social), procurando atender as comunidades carentes, força de pacificação, desastres naturais e ajuda humanitária.

Como é a formação de uma mulher nas Forças Armadas? Os desafios aumentam pelo fato de ser mulher? A formação para mulher consiste em fazer os mesmos treinamentos dos homens, o que dificulta é a parte física. Mesmo com algumas delimitações na parte física, nós mulheres conseguimos passar pela mesma formação que os homens e pelos mesmos treinamentos, como instruções no exercício de campo, rastejo, rapel, tiro de pistola e fuzil e também escala de serviço etc.

O que você diria a um jovem, especialmente a uma jovem que, como você, sente o desejo de se ingressar nas Forças Armadas para seguir a carreira militar? Diria que os desafios são grandes e as dificuldades também existem, mas nada se compara à sensação de poder se formar e saber que tudo que você enfrentou valeu a pena, pois conseguiu vencer um desafio. Para quem busca estabilidade profissional e plano de carreira, o Exército Brasileiro tem tudo a oferecer, além de ser uma instituição de credibilidade, reconhecida pelos brasileiros e estrangeiros, fazendo jus ao seu lema: “Braço Forte! Mão amiga!”. O Exército vem atuando com ajuda humanitária no Brasil e no exterior; e para o militar e sua família, o Exército oferece inúmeros benefícios.

Como você enxerga seu futuro profissional a partir de agora? Enxergo meu futuro profissional no Exército Brasileiro em constante crescimento, pois a instituição oferece diversos cursos e treinamentos e também boa estabilidade financeira.

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