Café Soberano amplia e moderniza sua fábrica para aumentar produção


Economia

José Venâncio de Resende0

Patrícia e Walter na nova área de empacotamento, em fase final

A empresa Café Soberano, que produz atualmente cerca de 35 mil quilos de café por mês, está na fase final de modernização de sua fábrica, em São João del-Rei. As obras começaram um ano atrás. O investimento, que se constitui de ampliação do prédio e aquisição de novas máquinas e equipamentos, vai permitir melhorar as condições de trabalho e aumentar a capacidade produtiva da fábrica.

A reportagem do JL foi recebida pelo proprietário do Café Soberano, Walter Luiz Baccarini, e pela gerente geral, Patrícia de Oliveira Baccarini, que falaram da história e das inovações na empresa. Com este investimento, eles esperam aumentar a produção em cerca de 10%, no final da reforma, e em mais 10% um ano depois.

A matéria-prima utilizada pelo Café Soberano é trazida de Varginha, tradicional região produtora no sul de Minas. A empresa consome em torno de 9.600 sacas anualmente. Trata-se de café cem por cento arábica e bebida dura (de melhor padrão para as torrefadoras). “O resto (cuidados na moagem e na torrefação) é com a fábrica”, resume Walter Baccarini.

A torrefação do Café Soberano define o seu padrão de qualidade e de pureza, que é controlado pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café). Ou seja, além do grão em si, a ABIC analisa o processo de torrefação (estrutura física e aspectos legal e trabalhista), explica Patrícia. Apesar das exigências rigorosas da ABIC, “foi muito bom para a empresa porque nos fez melhorar no geral, ter cuidado com a firma no seu todo”, complementa.

 

Histórico. Registros antigos de vendas do produto indicam que o Café Soberano teria surgido no início da década de 1930. Adquirida por Walter Baccarini em 1980, a empresa funcionou por bom tempo num espaço de pouco mais de 100 metros quadrados na Rua Paulo Freitas, ao lado da Igreja Presbiteriana.

O torrador, com capacidade para uma saca de café em grão, e o empacotamento (saquinhos pesados um a um na balança) eram manuais. A embalagem era de papel (fechada com grude). Mais tarde, foi adquirido um torrador com maior capacidade (dois sacos de café em grão) e introduzida a embalagem de plástico. Embalavam-se dois saquinhos de cada vez.

Na fase seguinte, a empresa passou a utilizar uma máquina de embalagem mais eficiente, embora a operação se limitasse a um saquinho de cada vez. Foi substituída por uma máquina de bobina, que empacotava, pesava e fechava o saquinho automaticamente. Em seguida, a empresa adquiriu mais uma máquina deste último tipo.

Em 1980, o Café Soberano tinha três funcionários. Atualmente, são 16 colaboradores, incluindo os membros da família. Além de São João del-Rei, a empresa comercializa seu produto nos municípios vizinhos, inclusive Barbacena, atuando numa área de 250 quilômetros.

 

Investimentos. Depois de cerca de oito anos funcionando na Colônia do Marçal, o Café Soberano iniciou em 2014 a nova fase de investimentos, que deve melhorar a eficiência da fábrica. “Antes da reforma, faltavam condições de trabalho, o que sobrecarregava os funcionários e prejudicava o atendimento”, explica Patrícia.

Nesta nova fase, à área construída de 500 metros quadrados foi acrescido um galpão de aproximadamente 300 metros quadrados. Além da ampliação do prédio, a empresa adquiriu máquinas mais modernas e mudou todo o equipamento. Foram comprados um torrador, um moinho e cinco silos para armazenamento. Também foi adquirida uma terceira máquina automatizada de empacotar, que permitirá mais que dobrar a produção.

 

Com isso, a torrefação passa de duas sacas para quatro sacas a cada 15 minutos; a capacidade de armazenagem vai de 3800 kg para 9000 kg de café torrado em grão; a capacidade de moagem aumenta de 400 kg por hora para 900 kg/hora; e o empacotamento, de 38 pacotes de 500 gramas por minuto passa para 83 pacotes de 500 gramas por minuto.  

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