Caminhos que levam a Santiago*

Primeiro texto de uma série de três sobre o Caminho de Santiago


Cultura

José Venâncio de Resende0

Catedral de Santiago de Compostela: fachada da Praça do Obradoiro em reforma.

Os Caminhos de Santiago tiveram início com a descoberta do túmulo do apóstolo em Compostela. O Caminho Primitivo entre Oviedo e Compostela (acredita-se que o nome tenha origem na expressão Campus Stellae ou Campo de Estrelas) terá sido um dos primeiros itinerários de peregrinação. Depois, surgiram inúmeros outros itinerários.

Entre 33 e 42 depois de Cristo, o apóstolo Santiago Maior teria vindo à Península Ibérica fazer pregação. Mas não foi bem-sucedido na missão e decidiu voltar para Jerusalém.

Ao passar por Saragoza, a Virgem del Pilar teria aparecido para ele e revelado que o futuro lhe seria promissor, inclusive com muitas peregrinações.

Em Jerusalém, Santiago sentiu-se desajustado, entrando em confronto com os novos seguidores de Cristo. Por volta de 42 d.C., Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, desencadeou intensa perseguição contra os chefes da Igreja. O rei mandou prender membros da Igreja, entre eles Santiago que foi decapitado e assim considerado o primeiro apóstolo mártir do cristianismo.

Dois dos seus seguidores, Teodoro e Atanásio, teriam levado o corpo do apóstolo num barco de transporte de mármore, de Jerusalém para Padrón, na Galiza. O corpo seria enterrado num cemitério na região onde o barco atracou, a cerca de 25 quilômetros de Padrón.

Caminho Primitivo

Por volta de 825-830, consolidava-se a crença de que o túmulo de Santiago se encontrava na Galiza. Um eremita chamado Pelayo, que vivia em São Félix de Lovio, teria avistado um conjunto de estrelas – daí o nome Compostela - num velho cemitério abandonado no Vale de Amea. No local, havia uma capela romana onde estariam depositados os restos mortais de Santiago.

Pelayo procurou o bispo Teodomiro, de Iria Flavia, que reagiu: “Estamos perante o corpo de Santiago”. Ao lado do sepulcro de Santiago, também seriam encontrados dois corpos, possivelmente dos seus seguidores Teodoro e Atanásio. As pesquisas arqueológicas revelaram efetivamente a existência de capela sepulcral, talvez do século IV ou V, com os sarcófagos. Na parte inferior (cripta), estavam guardados os corpos sob uma abóboda recoberta de mármore.

O bispo comunicou o achado ao rei Alfonso II, que em 829 proclamou Santiago patrono do seu reino e mandou construir uma igreja sobre a tumba. Em 834, peregrinou de Oviedo a Compostela para a consagração da primeira igreja dedicada a Santiago “sobre o corpo do Apóstolo”, inaugurando assim o “Caminho Primitivo”. Teodomiro também percorreu o Caminho de Santiago e se tornou o primeiro bispo da nova diocese de Compostela.

Mas isto só foi possível porque havia uma faixa de território livre da presença dos mouros (“infiéis”) que permitiria as primeiras peregrinações entre Oviedo e Compostela. Os mouros haviam dominado todo o território, hoje correspondente a Portugal e parte da Espanha, desde o norte da África até as Astúrias. Mas, ao perder terreno e serem empurrados mais para sul, os mouros liberaram um corredor abaixo das Astúrias.

Em 849, iniciavam-se as peregrinações a Compostela, segundo o livro Rerum Hispaniae Memorabilium Annales (1577), escrito pelo historiador e humanista flamengo Johannes Vasaens. Os “não-crentes” referem-se à existência anterior deste itinerário – “peregrinação pagã” – com inúmeras pessoas se deslocando ao “fim do mundo” (Finisterra). Por Compostela estar no itinerário para Finisterra, a Igreja teria “aproveitado” este fluxo de pessoas para colocar o túmulo de Santiago neste percurso.

Por volta de 867, o monge beneditino Usuardo, da Abadia de Saint Germain de Prés, em sua obra Martirológio, fixou o 25 de julho como a data de nascimento de Santiago para a vida eterna, por ser este o dia da sua execução. Ato repetido em 896 pelo monge Notker, da Abadia de Saint Gall, que propôs 25 de julho como a data para comemorar o dia de Santiago.

Em 872, o rei Alfonso III, da Galiza, visitou Compostela e pediu para se iniciar as obras da nova basílica.

Roubo das relíquias

A partir do início do século XI, Compostela passaria a ter a designação de Santiago de Compostela, de acordo com o Chronicon Iriense e o Chronicon de Sampiro. Porém, consta que apenas no final do século o papa Urbano II adicionaria o nome do apóstolo à cidade.

Em 1003, a reconstruída igreja de Compostela foi consagrada. Em 1075, por ordem do rei Alfonso VI e do bispo Diego Peláez, foi iniciada a ampliação da igreja pré-românica que resultaria na catedral românica. O rei também aboliu taxas de passagem aos peregrinos e fundou e protegeu vários albergues e estalagens.

Em 1093, Diego Gelmírez foi nomeado administrador de honra da Sé de Santiago de Compostela. Em seguida (1095), o papa Urbano II concedeu a transferência da dignidade episcopal da sede de Iria Flávia para Santiago de Compostela.

Também no final do século XI seria definido, em Santo Domingo de la Calzada (Burgos), o traçado do Caminho Francês de Santiago, partindo de Sant Jean Pied de Port.

No início do século XII, o livro Liber Sancti Jacobi traz o sermão Veneranda dies que descreve a vestimenta do peregrino e o seu significado: “manto com esclavina com conchas de vieira, bolsa de viagem de couro a tiracolo decorada com concha de vieira, chapéu de abas alargas para protecção do sol e da chuva com concha de vieira, um longo bordão para apoio e defesa do peregrino contra ataque de animais e tendo atada uma cabaça para levar uma quantidade de vinho ou de água que lhe davam nos mosteiros e hospitais. A concha de vieira é a intersigna peregrinorum que identificou e identifica os peregrinos do Caminho de Santiago”.

Em 1100, o bispo Diego Gelmírez tomou posse na sede de Santiago de Compostela. Em 1101, obteve a dignidade de arcebispo, ficando sob sua dependência os bispados de Guarda, Lamego e Idanha, em terras portuguesas, e de Salamanca e Zamora, no Reino de Leão. O papa também o nomeou Legado Pontificio para os Reinos de Leão e Galiza (incluindo as terras portuguesas). Entre outras conquistas, Gelmírez consolidou o patrimônio da igreja de Santiago de Compostela e a constituiu cabeça de uma nova sede eclesiástica.

Em 1102, o arcebispo de Santiago de Compostela – de posse da bula concedida pelo papa Pascoal II – fez uma visita às igrejas de Portugal que estavam sob a sua influência. A rivalidade de Diego Gelmírez com a diocese de Braga pela supremacia eclesiástica sobre a antiga província da Galiza levou-o a cometer o Pio Latrocinium das relíquias dos santos mais venerados entesouradas na sede de Braga. Assim, as relíquias de São Frutuoso, São Silvestre, São Cucufate e Santa Suzana foram levadas para a catedral de Santiago de Compostela. Dessa forma, Gelmírez procurava eliminar Braga da disputa pelo centro de peregrinação.

Em 1105, o arcebispo Diego Gelmírez consagrou os altares da nova Catedral.

Em 1107, a História Compostelana descrevia o itinerário de peregrinação seguido pelos franceses, denominado “Caminho Francês”. São locais de passagem: Port de Cize, Jaca, Pamplona, Puente la Reina, Estella, Logroño, Nájera, Santo Domingo de la Calzada, Villafranca de Montes de Oca, Burgos, Castrojeriz, Carrión de los Condes, Ledigos, Sahagún, León, Villadangos del Páramo, Astorga, Carabelos, Trabadelo, Puertos de Galicia, Triacastela Ferreiros e Santiago de Compostela.

Em 1124, o papa Calixto II – através da bula Potestatem ligandi (de 22 de junho) – aprovou em definitivo a nova província eclesiástica de Santiago de Compostela, apesar da oposição dos arcebispos de Braga e de Toledo. O arcebispo Diego Gelmírez começou a construção do claustro da catedral de Santiago de Compostela. Em 1211, o bispo Pedro Muñiz fez a consagração da catedral.

Em 1579, perante o ataque do pirata inglês Francis Drake, o bispo de Santiago de Compostela, Juan de SanClemente Torquemada, ocultou as relíquias de Santiago por detrás do altar-mor.

No século XVII, em 1658, a frontaria românica da Catedral de Santiago de Compostela, do lado da Praça do Obradoiro, foi revestida externamente por uma fachada em estilo barroco, por meio de obras dirigidas pelo cônego José de la Vega y Verdugo, introdutor do estilo barroco na Galiza. A construção da fachada barroca seria concluída em 1738.

Em 1851, acordo entre Roma e Madrid limitou a Arquidiocese de Santiago de Compostela às dioceses da Galiza.

Relíquias de Santiago

Em 1879, foram encontradas as relíquias de Santiago, através de escavações realizadas sob a direção de Antonio López Ferreiro e Lavin Cabello. Em 1884, o papa Leão XIII - através da bula Deus Omnipotens - confirmou a autenticidade das relíquias encontradas, pertencentes a Santiago e seus discúpulos Teodoro e Atanásio. Em 1885, foi decretado Ano Santo por causa da descoberta das relíquias que, no ano seguinte, seriam depositadas numa arca de prata e colocadas num espaço apropriado sob o altar-mór.

Em 1937, um decreto do governo espanhol reconheceu como patrono da Espanha o apóstolo Santiago e declarou 25 de julho como dia de festa nacional.

Também no século XX, em 1965, foi criado o “Diploma do Peregrino” e o “Cartão do Peregrino”, com os correspondentes carimbos. Mais tarde seriam substituídos, respectivamente, pelos atuais “Compostela” (certificado) e “Credencial do Peregrino” (salvo-conduto). Na Idade Média, era o pároco que certificava a partida do peregrino da sua paróquia, ao lhe fornecer um salvo-conduto.

No período de 1970-80, o trajeto do Caminho Francês foi sinalizado com setas amarelas, desde a França até Santiago de Compostela - recuperando vários trechos perdidos – numa iniciativa do pároco de Cebreiro, Elias Valiña Sampedro.

No Ano Santo de 1976, nasceu a Missa do Peregrino na catedral de Santiago de Compostela. Também foi inaugurado oficialmente o Museu das Peregrinações que no entanto seria aberto ao público apenas em 1996.

Em 1982, começou-se usar oficialmente o certificado (diploma) “Compostela”. Os Caminhos de Santiago também ganharam grande impulso com a peregrinação do papa João Paulo II.

Em 1985, o World Heritage Center da UNESCO reconheceu o centro histórico de Santiago de Compostela como Patrimônio da Humanidade. Alguns anos depois, em 1993, a UNESCO reconheceu o Caminho de Santiago em Espanha como Patrimônio da Humanidade.

Em 1987, a criação da Federação Espanhola de Associações de Amigos do Caminho de Santiago e da revista Peregrino deu impulso ao surgimento de Associações de Amigos por toda a Espanha e vários outros países.

Também em 1987, o Conselho Europeu, em Bruxelas, atribuiu ao Caminho de Santiago o título de “Itinerário Cultural Europeu”.

Caminho Português

Está incorporada na narrativa do Caminho Português a lenda sobre a passagem do corpo de Santiago por Matosinhos, cidade do litoral vizinha ao Porto. Os discípulos levavam o corpo do apóstolo, da Palestina onde morreu, para ser enterrado na Galiza, conforme o seu desejo.

A lenda de Cayo Carpo está associada ao nome da cidade e também ao fato de a concha da vieira ser o símbolo do Caminho de Santiago de Compostela.

Cayo Carpo era um romano pagão que se casou com uma gaiense no ano 44 e cuja festa de casamento estava sendo celebrada naquela praia, quando de repente avistaram uma nau a passar em alto mar.

O cavalo de Cayo Carpo, quase que desgovernado, entra no mar e vai em direção àquela embarcação sumindo na escuridão. Ao chegar à nau, Cayo Carpo descobre que está diante do corpo do apóstolo Tiago que estava sendo levado para a Galiza onde seria enterrado, precisamente no local onde hoje é a cidade de Santiago de Compostela.

Cayo Carpo então se converte imediatamente ao cristianismo e, ao voltar à praia, ele e o seu cavalo saem do mar cobertos de vieiras, matizados de conchas. E por isso aquela praia passou a ser conhecida como Matizado, depois Matizadinho, até o nome atual Matosinhos.

O “Caminho Português” começou a ganhar relevância a partir de 1102 com o Pio Latrocinium (roubo das relíquias de santos venerados de Braga) por parte do arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez. Com a perda de influência de Braga, surgia o primeiro caminho de sul para norte.

Na medida em que os mouros iam sendo empurrados mais para o sul, novos Caminhos iam surgindo, primeiro o de Guimarães e depois o de Coimbra, respectivamente novas capitais de Portugal.

Em 25 de outubro de 1147, a cidade de Lisboa foi retomada pelo rei D. Afonso Henriques, com a ajuda da II Cruzada (cruzados nórdicos) que se dirigia a Jerusalém oriunda do porto inglês de Dartmouth. Começavam então as peregrinações a partir de Lisboa, que teriam como polo difusor a igreja de Santiago de Lisboa.

A primeira referência documental à igreja de Santiago de Lisboa é de 1160 e foi citada na publicação História da Expansão Portuguesa no Mundo (Vol. I, 1937, pp 54).

A mesma lenda medieval, originária da peregrinação a Santiago de Compostela, apareceu entre os séculos XII e XIV em Tolouse (registrada no Codex Calixtinus ou Códice Calixtino, Santiago de Compostela, Arquivo da Catedral, s.n.) e Santo Domingo de la Calzada, ambos no Caminho Francês, e em Barcelos, no Caminho Português.

A lenda do galo, associada ao cruzeiro medieval, diz que os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, com o fato de não se ter descoberto o criminoso que o cometera.

Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou que ele se dirigisse a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa. Por isso, foi condenado à forca.

Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado que, nesse momento, se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”. Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim pelo não, ninguém tocou no galo.

O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O juiz correu à forca e viu, com espanto, o pobre homem de corda ao pescoço. Todavia, o nó lasso impedia o estrangulamento. Imediatamente solto foi mandado em paz. Passados anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor a Santiago e à Virgem Maria.

Esta lenda imortalizou-se na cultura lusitana através do famoso Galo de Barcelos, como símbolo do artesanato barcelense e como o mais importante ícone de identidade de Portugal no Mundo.

D. Afonso II foi o primeiro rei de Portugal a fazer peregrinação a Santiago de Compostela pelo Caminho Português, fato que ocorreu em 1220. Em 1244, foi a vez de o rei D. Sancho II trilhar o Caminho Português. Em 1502, o rei D. Manuel I fez a mesma peregrinação. Alguns séculos depois, em 1852, os reis D. Fernando e D. Maria II também peregrinaram a Santiago de Compostela.

Em 1337, no reinado de D. Afonso IV, a igreja de Santiago de Lisboa foi elevada à categoria de paróquia.

Já no século XV, em 1439, foram criadas as primeiras estalagens para dar apoio aos peregrinos, em alimentação e descanso, em todas as vilas e cidades, então muradas, de Portugal.

Em 1452, o papa Nicolau V reconheceu oficialmente a Ordem de Santiago em Portugal. Alguns séculos depois, em 1910, a Ordem seria extinta com a proclamação da República em Portugal.

Em 1755, a igreja de Santiago de Lisboa foi destruída pelo terremoto, ficando de pé apenas a capela de Nossa Senhora, a franca. As obras de reconstrução da igreja foram concluídas por volta de 1783.

Em novembro de 1998, foi constituída em Ponte de Lima a Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago. Tinha como objetivos promover a identificação e caracterização monográfica, bem como a sinalização com setas amarelas, do trecho Porto-Valença; acrescentar setas azuis, e posteriormente marcos de pedra, de direção contrária indicando Fátima; promover a desobstrução e limpeza do Caminho; attender os peregrinos que solicitem o seu apoio; publicar um guia circunstanciado do Caminho Português entre Porto e Santiago; propor a classificação do trecho nacional do Caminho como Patrimônio Cultural Português e, em parceria com a Associação Galega dos Amigos do Caminho Português, como Itinerário Cultural Europeu; e criar quatro albergues entre Porto e Valença.

Em 2004, foi fundada a Associação Espaço Jacobeus, com sede em Braga e de âmbito nacional e internacional. Agregada à "Archicofradia Universal del Apóstol Santiago" (sediada em Santiago de Compostela), reúne pessoas que buscam partilhar a sua experiência da peregrinação. Além disso, dedica-se à preparação de peregrinos e à promoção dos itinerários do Caminho Português de Santiago.

Apenas em 2006, foi demarcado o trecho do Caminho Português de Santiago entre Lisboa e Porto. Dessa forma, o trecho do Caminho Central Português que parte de Lisboa passa por Santarém e Coimbra antes de chegar ao Porto. Em território português, o trajeto inclui Matosinhos, Maia, Vilarinho, São Pedro de Rates, Barcelos, Ponte de Lima, Rubiães e Valença. Na Galiza (Espanha), atravessa Tuy, Poriño, Mós, Redondela, Pontevedra, Caldas de Reis, Pontecessures e Padrón, antes de alcançar Santiago.

Existe a alternativa do Caminho da Costa, que difere do Caminho Central a partir da cidade do Porto. É utilizado por peregrinos de diferentes nacionalidades e origens.

Em 16 de maio de 2012, foi fundada a Liga dos Amigos da Igreja de Santiago de Lisboa (LAIS). Embora exista na igreja de Santiago de Lisboa a indicação de que “Aqui começa o Caminho!”, não há consenso sobre isso. Grande parte das Associações de Peregrinos não reconhece a existência de um “ponto de início” do Caminho de Santiago, até porque para muitos “o caminho começa à porta de cada um”.

Em 7 de abril de 2014, a LAIS foi extinta e a Associação Portuguesa dos Amigos do Apóstolo Santiago (APAAS) foi fundada na mesma data. Em 1 de julho, a APAAS abriu o Centro de Acolhimento de Peregrinos de Santiago na sede da Juventude de Galicia – Centro Galego de Lisboa.

Em 7 de abril de 2015, a APAAS abriu um Balcão de Apoio aos Peregrinos de Santiago na igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. Também no ano passado, a APAAS tornou-se membro da Federação Espanhola de Associações de Amigos do Caminho de Santiago.

Em julho deste ano, deram-se os primeiros passos para o Caminho Português de Santiago desde o Algarve.

Credencial

A Credencial do Peregrino é o antigo “salvo-conduto medieval”, que permite aceder aos albergues de peregrinos e solicitar o “Compostela” (certificado ou diploma) no final da peregrinação. Ao chegar a Santiago, o peregrino apresenta a Credencial carimbada pelos locais por onde passou e recebe o Compostela.

Entidades como a APAAS e Associação de Peregrinos Via Lusitana, com sede em Lisboa, disponibilizam a Credencial do Peregrino. Mas todas as associações que fornecem a Credencial são reconhecidas pela Oficina do Peregrino de Santiago de Compostela.

*Relato de Emídio Almeida, da APAAS – Associação Portuguesa dos Amigos de Apóstolo Santiago; informações dos sites APAAS Portugal (https://apaasportugal.wordpress.com/historia-de-santiago/historia-da-igreja-de-santiago/), O Porto encanta (e outras viagens) por Rita Branco (http://www.oportoencanta.com/2013/05/os-peregrinos-de-santiago-e-os-caminhos.html), Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago (http://www.caminhodesantiago.com.br/guia_portugues.htm), Município de Barcelos (http://www.cm-barcelos.pt/visitar-barcelos/barcelos/lenda-do-galo); e colaboração de Lúcio Lourenço. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

  

 

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