Casa do Barão e pontes do centro histórico de São João del-Rei, em início de restauro

Obras do sobrado, das pontes do Rosário, Cadeia e Teatro e da passarela metálica da estação ferroviária vão custar R$ 1,491 milhão.


Cidades

José Venâncio de Resende0

Casa do Barão perto da igreja de São Francisco de Assis (foto: Orlando Barros).

Atualizado em 12.10.2019

A histórica, turística e universitária São João del-Rei é uma das 70 cidades do Campo das Vertentes/Zona da Mata incluídas no Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021, divulgado em agosto pelo Ministério do Turismo. Ao lado de cidades como Muriaé, Barbacena e Juiz de Fora, São João del-Rei foi classificada na Categoria B, numa escala de A a E (conforme o desempenho econômico do turismo nas cidades, como empregos gerados e estabelecimentos de hospedagem).

Um dos locais mais visitados de São João del-Rei é a igreja de São Francisco de Assis, localizada na Praça Frei Orlando, no centro histórico. Ali bem perto fica a Casa do Barão, construída no século 19, em fase inicial de restauração. O primeiro proprietário do sobrado foi Eduardo Ernesto Pereira da Silva, o único Barão de São João del-Rei que recebeu o título por decreto imperial em 3 de setembro de 1871. Por duas vezes, ele hospedou em seu sobrado o Imperador Dom Pedro II.

Parte dos mais expressivos conjuntos arquitetônicos coloniais de Minas Gerais, o sobrado está a poucos metros da Praça Frei Orlando, onde ficam a igreja de São Francisco de Assis, monumento barroco do século 18; a Casa de Bárbara Heliodora, onde funciona a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo; a Academia de Letras de São João del-Rei; a Biblioteca Municipal Baptista Caetano d`Almeida, primeira biblioteca pública de Minas Gerais; e uma das capelas dos Passos da Paixão, que retrata a via-sacra de Jesus Cristo.

A obra de restauro – aprovada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) - tem previsão de quatro meses e será executada pela Construtora Souza e Lage, da vizinha cidade de Ritápolis. O custo será de R$ 208 mil, com recursos do ICMS Cultural do governo de Minas. O projeto é do arquiteto José Baccarini, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Depois de pronto o restauro, a Casa do Barão será sede do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e do Museu Tomé Portes Del Rei, segundo Ruth Viegas, presidente do Conselho. Também terá salas para exposições diversas.

Pontes

Já o restauro e a reforma das pontes sobre o Córrego do Lenheiro, no centro histórico, começaram este mês pela Ponte do Rosário. São três pontes – da Cadeia, do Rosário e a ponte de ferro em frente ao Teatro Municipal, além da passarela metálica para pedestres que dá acesso à estação ferroviária da Maria Fumaça –, cujas obras custarão R$ 1,283 milhão. Os recursos são oriundos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Cidades Históricas, programa do governo federal.

Dois destes monumentos históricos a serem recuperados – as pontes da Cadeia e do Rosário, com arcos de pedra e óleo de baleia -, foram construídos no início do século 19. Os projetos foram aprovados pelo IPHAN que liberou o recurso.

O restauro será realizado pela Engetec Engenharia, de Iguapé (SP), que tem prazo de quatro meses para concluir as obras. Os custos da revitalização são: ponte do Teatro, R$ 413 mil; passarela, R$ 372 mil; ponte da Cadeia, R$ 261 mil; e ponte do Rosário, R$ 237 mil.

Prédio das Finanças

Encontra-se na reta final a nova pintura da fachada do prédio da Secretaria de Finanças, construído em 1920 no centro histórico e que tem como estilo a arquitetura eclética, com influência do neoclassicismo. A revitalização com paleta de cores segue o projeto do arquiteto José Baccarini, da Secretaria de Cultura e Turismo, em comum acordo com o Conselho do Patrimônio e com o IPHAN.

A edificação foi sede, a partir de 1927, da agência do Banco Almeida Magalhães, considerado o primeiro banco privado de Minas Gerais, fundado em 19 de março de 1860. No início do século 19, houve “uma intensa atividade comercial que propiciou o desenvolvimento do setor financeiro no município”, onde a própria Santa Casa de Misericórdia já operava, emprestando dinheiro a juros de 1% ao mês, sob fiança e hipoteca.

Já as obras do prédio imperial onde funciona a Prefeitura Municipal chegam à fase final, com o serviço de paisagismo dos jardins laterais (plantio de grama tipo imperial, quatro palmeiras Fênix, folhagem Ave do Paraíso e flores ornamentais ‘Sunpaties’), bem como o restauro de dois grandes lampiões nos jardins, com a mesma cor grafite utilizada nos pequenos lampiões da fachada da Prefeitura.

Outros cartões postais de São João del-Rei, recentemente restaurados, são o casarão de esquina (de 1886) e o antigo Hotel Colonial (de 1926) – onde funciona o novo Centro Comercial Vicente Carvalho – perto da Ponte da Cadeia, do outro lado do Córrego do Lenheiro.

Fonte: Superintendência de Imprensa da Prefeitura

 

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