O Casal Gastrô Cláudio Ruas e Amana Castelo Branco, da Fazenda Pimenta, participou pela terceira vez do Fórum de Turismo nas Vertentes “Gerais no Mundo”, em Tiradentes (MG). A empresa do casal dividiu o espaço do estande de Resende Costa com a ASARC (Associação dos Artesãos de Resende Costa). Cláudio considerou um privilégio ter estado ao lado de artesãs de “um produto que é o símbolo de nossa cidade”.
Segundo Cláudio, trata-se de um evento muito importante para “todos os atores do mundo turístico da região, como gestores e empresários, no sentido de promover capacitação, troca de experiências através das palestras e oficinas e, também, de propiciar uma interação com os outros produtores e com as outras cidades. Foi um evento muito bem organizado, gratuito, mas infelizmente percebi a ausência de muita gente lá, inclusive de Resende Costa. Esse foi um ponto negativo e uma falta de interesse”.
Cláudio também achou que o movimento foi menor do que nos anos anteriores. Ainda assim, considera que foi um evento muito importante para o setor turístico na região – “a exposição dos produtos, o trabalho da nossa cidade, a troca de experiências, os contatos foram muito positivos”.
Festival de Gastronomia
O Casal Gastrô também participou no primeiro fim de semana (23 a 25 de agosto) do 27º Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes – os expositores fizeram rodízio. “Cidade cheia, com estimativa de um público de 60 mil pessoas nos dois finais de semana.”
Considerado um dos mais importantes do Brasil, o festival reuniu grandes chefs e cozinheiros em atrações gastronômicas, estandes de restaurantes, palestras e feira de produtores, além de jantares especiais, shows musicais e DJs. “Temos a honra de participar desde 2019 desse importante festival, representando nossa cidade e apresentando nossos produtos. Neste ano foi uma participação muito positiva. Como sempre, gente de vários estados do país e até do exterior (Polônia, Estados Unidos, Alemanha, Argentina), muita gente de Belo Horizonte, de São João del-Rei e de muitos outros cantos de Minas Gerais.”
Cláudio conta que fez “muitos contatos, boas vendas, possibilidade de divulgar a nossa marca, a nossa cidade. E esse ano ficamos felizes com a oportunidade de indicar o trabalho da Josiane e da Neia, quitandeiras do Povoado dos Pinto”. A curadoria do evento acatou a sugestão e as duas participaram do evento. “Foi muito legal, fizeram um grande sucesso com os biscoitos e outros produtos de muita qualidade. Foi até curioso porque, das seis barracas, duas eram do Povoado dos Pinto, o que é muito significativo para nós.”
A propósito, Cláudio acredita que “Resende Costa precisa comunicar mais” sobre os seus produtos turísticos. “Eu acho que falta uma conversa maior com municípios da região, especialmente Tiradentes, onde há um grande volume de turistas e de gente disposta a consumir nossos produtos. Não podemos perder essa oportunidade de mostrar em Tiradentes as nossas riquezas e aproveitar esse grande fluxo de turismo.” Ele sugere que o poder público invista mais, não apenas em mídias sociais, mas também em cartazes, flyers e outdoors, indo além do tradicional “boca a boca”.
Belo Horizonte
Outra participação do Casal Gastrô foi no festival do Centro de Referência do Queijo Artesanal, de Belo Horizonte. “Também foi uma ótima oportunidade. Um lugar muito importante inaugurado há pouco tempo - um espaço grande, muito bem feito, com museu, loja, café e uma escola de gastronomia que faz um trabalho social para alunos que não teriam condições de bancar uma escola.”
O espaço promove ações ao longo do ano, como este festival, explica Cláudio, “e, dentro do festival, uma palestra, um bate-papo nessa ´biblioteca humana´. Foi uma oportunidade de a gente abrir o livro da nossa vida, contar como foi a nossa história até então dentro do mundo do queijo. Tive a oportunidade de falar como começamos, a nossa mudança de vida - de trocar a vida de advogado na capital pela vida de produtor rural no interior, dos desafios, das dores e delícias dessa decisão, dessa vida nova, das dificuldades, das peculiaridades do processo; e trazer questões que precisamos discutir com a sociedade, que muitas vezes não tem conhecimento do que acontece por trás de uma produção de queijos”.
Cláudio participou do bate-papo ao lado de um chef de cozinha e do presidente do IEPHA (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). O IEPHA teve um papel importante no reconhecimento do modo de fazer queijo como bem imaterial do Estado: “uma série de políticas que decorrem desse reconhecimento implica diretamente na cultura do queijo, na forma de produzir, nas questões legais que envolvem o processo de produção de queijo artesanal”.
Cláudio disse ter esperança de que, em breve, o queijo minas artesanal seja reconhecido pela Unesco-ONU como Patrimônio da Humanidade, “um feito tremendo, pois seria o primeiro produto culinário do Brasil a ter este tipo de reconhecimento mundial. Uma ação muito interessante que tem sido feita pelos órgãos competentes do Estado, incluindo o IEPHA, que, se der tudo certo, vai ser muito importante”.