“Corrida Contra o Relógio” marca retorno das corridas de rua em Resende Costa


Esporte

Vanuza Resende0

Os atletas foram submetidos a aferição de temperatura e seguiram os protocolos de segurança durante a prova

No calendário esportivo deste ano, estavam previstas pelo menos oito corridas em Resende Costa. No entanto, foram realizadas apenas duas. Como seguimos em um momento em que, devido à pandemia de Covid-19, ainda não se permitem eventos de corrida de rua, diferente do que vinha ocorrendo até março de 2020, os organizadores das provas pensaram em novas soluções.

O autônomo Luiz Nei Resende, que sempre está à frente das corridas de ruas em Resende Costa, organizou mais uma prova, mas desta vez com regras bem diferentes. A “Corrida Contra o Relógio”, realizada entre os dias 10 e 12 de outubro último, reuniu vários atletas, ainda que sem nenhuma aglomeração. Luiz explica: “Montamos um protocolo a ser seguido para poder fazer a primeira corrida na região durante a pandemia. Tivemos a liberação do comitê da prefeitura de Resende Costa. Seguimos à risca os protocolos, respeitando o distanciamento, com largadas individuais, ou seja, um atleta a cada 5 minutos, uso de máscaras na arena de largada e chegada.” Ao todo, participaram 85 atletas ao longo dos três dias de prova, uma média de 28 corredores por dia. A organização foi reduzida e contou apenas com quatro pessoas.  

Luiz cita as principais mudanças para realização da prova: “Tivemos que reduzir o número de atletas, fizemos a medição de temperatura em todos eles e era obrigatório o uso de máscaras. Não tivemos premiação presencial no dia da prova para não haver aglomeração.” Os atletas percorreram o total de 9,3 km num percurso de estradas rurais e trilhas. O tempo de cada corredor foi cronometrado e os corredores mais bem colocados receberam o troféu em casa, após os dias das provas.  

O organizador e atleta também comenta sobre as dificuldades de realizar um evento esportivo em meio à pandemia. “Muitos atletas ficaram receosos de participar. Precisamos ainda, como eu falei, limitar o número de inscrições. Tivemos o trabalho de fazer o evento em três dias para não aglomerar os atletas e tivemos também que enviar a premiação posteriormente. Considero isso tudo como dificuldade para a realização da prova.”

O aposentado Edivaldo Gonzaga de Resende, 62 anos, foi um dos 85 participantes da prova. Para ele, apesar de valer a experiência de participar de uma prova seguindo todas as normas de segurança em meio a uma pandemia, o prazer não é o mesmo do vivenciado em outras competições, sem a necessidade de protocolos sanitários. “A corrida foi bem organizada, me senti seguro. Estavam todos de máscara e sem aglomeração. Mas eu estranhei bastante o tipo dessa prova, acho que foi sem aquela emoção de correr acompanhado de vários outros atletas. A gente corre e, quando estão todos cansados, já não há conversa, mas escutamos só o barulho das pisadas, aquele barulho gostoso. Quando corremos em grupo, apesar de estarmos sempre tentando ganhar, também passamos força aos nossos companheiros. Eu senti falta disso. Na chegada, geralmente recebemos e damos os parabéns, e desta vez não tivemos essa oportunidade. Foi bom porque corremos, mas faltou a emoção de uma corrida em tempos normais”, declara Edivaldo.

Luiz Nei acredita que, até sair uma vacina para prevenção à Covid-19, as corridas ainda serão realizadas seguindo protocolos de segurança. “Depois de mais de seis meses sem ter corridas, os atletas que participaram acharam o evento bastante seguro e muitos ficaram emocionados por voltarem a correr uma prova. Acredito que, até que surja uma vacina, teremos que nos adequar ao novo normal. E já estamos pensando em mais eventos assim”, conclui o maratonista.

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