Em 2017, avanço nos setores supermercadistas, educacional e imobiliário


Economia

José Venâncio de Resende0

Eustáquio é dono da Venância Imóveis e membro do conselho fiscal do Sindcomércio.

O ano de 2017 em São João del-Rei foi marcado pela ampliação nos setores de supermercados (Bahmas, Bergão e Esquinão) e educacional, principalmente do Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves (UNIPTAN), e por seis lançamentos imobiliários. “Isto é um fato significativo”, diz João Afonso Farias, empresário do setor mobiliário e membro do conselho fiscal da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG).

João Afonso destaca ainda o crescimento do agronegócio, que pode ser verificado, por exemplo, pelo aumento na região do número de silos e da capacidade de armazenagem de grãos. “O que, aparentemente, retrocedeu são as vendas de bens duráveis, de valor elevado, como veículos, motos, móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.” Em compensação, houve aumento nas aquisições de bens de valor mais baixo, o que explica, por exemplo, a expansão dos supermercados.

Isto é reflexo do alargamento da base da pirâmide social, com a ampliação das classes C e D (de menores ganhos). No entanto, a percepção desse achatamento de renda das classes sociais é mais lento (ou menos brusco) na região de São João del-Rei do que em outras cidades e regiões do país, explica João Afonso.

É que a economia são-joanense é sustentada por três pilares: setor público (forte e estável); educação (crescimento gradual, com ampliação de vagas no setor privado); e o comércio (polo regional e grande gerador de empregos). Por isso, João Afonso acredita que, em 2018, a economia são-joanense deve continuar no mesmo ritmo, mesmo que a economia nacional cresça mais.

 

Lançamentos

O que pode favorecer a economia local em 2018 é o fato de ser ano eleitoral, na opinião de Eustáquio Coelho Resende, proprietário da Venância Imóveis e membro efetivo do conselho fiscal do Sindicato do Comércio de São João del-Rei (SindComércio). “Por ser um ano político, o setor pode ser beneficiado pela maior injeção de recursos no mercado”.

Para ele, o que salvou o setor imobiliário são-joanense, em 2017, foram os seis loteamentos lançados, além daqueles empreendimentos que aguardam aprovação da Prefeitura. Um exemplo é a Venância Imóveis, que trabalhou com o condomínio fechado Campana del Vento (lançado em março), em fase de implantação de infraestrutura, e o loteamento Jardins da Serra (lançado em agosto), ambos na Colônia do Marçal. No condomínio fechado, já foram vendidos 50% dos 312 lotes, enquanto no loteamento os negócios concretizados representam cerca de 80%. Os outros lançamentos são: Cidade Universitária, Vista da Serra, Novo Horizonte e Vilage Serra das Águas.

Segundo Eustáquio, houve forte queda nas vendas do mercado imobiliário, devido à retração dos financiamentos (diminuição do percentual financiado e dificuldades na liberação dos empréstimos). Assim, o valor de imóveis para venda caiu cerca de 18% e a queda no volume de vendas foi ainda maior (30%). Já o mercado de locação apresentou queda de 50% nos preços.

 

Turismo

Em 2017, a agência de viagens Tiradentes, de São João del-Rei, apresentou seu melhor desempenho no turismo de grupos, de acordo com a sócia-gerente Heliete Castro. A Tiradentes enviou 10 grupos ao exterior, dos quais quatro operados pela própria agência (reservas de todos os serviços, acompanhamento por equipe própria etc.).   

Os quatro grupos agenciados pela Tiradentes tiveram como destino Portugal, Itália, Califórnia e Orlando (os dois últimos locais, nos Estados Unidos). No caso dos outros grupos, a empresa agenciou os pacotes para grandes operadoras como CVC e Abreu.

No turismo nacional, a Tiradentes enviou seis grupos para Porto de Galinhas, Aracaju, Foz do Iguaçu, Gramado, Porto Seguro e Caldas Novas, que foram agenciados pelas grandes operadoras. “No caso de Gramado, nós acompanhamos o grupo embora a agenciadora tenha sido a Abreu.”

Além do turismo de grupos, Heliete considera que as vendas de passagens também apresentaram bom resultado. “Foi melhor do que 2016”.

Como 2018 é ano de Copa do Mundo, a empresária acredita que a grande demanda na alta temporada (junho a agosto) vai influir nas tarifas; ou seja, não haverá tarifas promocionais nesse período, encarecendo os pacotes. “O aéreo é que define o valor dos pacotes, se vão ficar mais caros ou mais baratos. Vejo uma certa dificuldade nesse período”.

Quanto aos grupos, a expectativa de Heliete é que haja demanda para os mesmo destinos de 2017. “Se não houver (demanda), a gente tem de buscar outros destinos.”

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