Em CXC, alunos de escola estadual são selecionados para projeto ambiental


Educação

José Venâncio de Resende0

Alunos Maria Clara da Silva Xavier e Lucas Augusto Aparecido Beraldo...

Pelo terceiro ano consecutivo, a cada semestre, dois alunos do 3º ano do ensino médio participam de formação inicial nas questões ambientais do município de Coronel Xavier Chaves, situado na microrreigão dos Campos das Vertentes com sede em São João del-Rei. Nem mesmo a pandemia interrompeu este processo no qual quatro alunos são selecionados anualmente por meio de uma prova que envolve conteúdos de ecologia, ciências ambientais e redação. Os escolhidos recebem uma bolsa de incentivo de meio salário mínimo.

O projeto, denominado “Consciência Ambiental”, é fruto de parceria entre a Prefeitura Municipal e a Escola Estadual Coronel Xavier Chaves (EECXC). A lei 1.194, de iniciativa da gestão Fuvio Olímpio de Oliveira Pinto, foi aprovada em 13 de dezembro de 2017 pela Câmara Municipal. “O objetivo do projeto é que jovens com potencial e ideias inovadoras possam contribuir para a conservação, proteção, preservação do meio ambiente, além da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, no intuito de formar uma população preocupada com a situação ambiental do município através de iniciativas de educação e sensibilização”, explica Viviane Assunção de Resende, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. 

O processo de seleção (inscrições e provas) é realizado exclusivamente pela EECXC sob a orientação da professora Maira Assis, ou seja, sem a interferência da prefeitura; e só participam alunos interessados e que tenham afinidades com as questões ambientais. “A prova de seleção leva em consideração conhecimentos específicos e, principalmente, a capacidade de interpretação, argumentos, embasamento teórico e persuasão do candidato, de forma que sejam selecionados alunos com senso crítico que de fato poderão oferecer ideias eficazes”, explica Viviane.

Os estudantes desenvolvem seus projetos com total autonomia, conta Viviane. “Os alunos já desenvolveram o projeto da estufa, que foi construída na Usina de Triagem e Compostagem de Lixo com o objetivo de aproveitar o composto orgânico produzido no local. Estão sendo produzidas mudas de plantas para jardinagem que são usadas na própria cidade e plantio de mudas de árvores nativas que futuramente serão transplantadas para áreas degradadas e para recuperação das margens dos rios que cortam o município. Os meninos já mapearam algumas áreas.”

Como parte da aprendizagem, os alunos fizeram visitas a algumas estufas para aprender como fazer adubação, identificar tipos de sementes etc. Também já saíram para coletar sementes de árvores nativas em algumas regiões do município, conta Viviane. “Apesar da pandemia, não paramos o projeto.”

Coleta seletiva 

“Todo ano tem campanha de coletiva seletiva”, diz a secretária municipal. A cada seis meses, é feita uma campanha sobre a coleta seletiva para melhorar cada vez mais o processo, “uma vez que as pessoas com o passar do tempo vão relaxando com relação à separação dos recicláveis. Os alunos, junto com os funcionários da Usina, percorrem todo o município distribuindo material e orientando quanto à separação correta dos lixos”. 

A Usina recebe alunos da Escola Municipal Sebastião Patrício Pinto, bem como de outros municípios, para entenderem o processo de separação de lixo e os resultados desse processo para o meio ambiente, relata Viviane. Por conta da pandemia, a atividade foi interrompida temporariamente. 

A escola municipal desenvolve, durante o ano, atividades relacionadas ao meio ambiente, que são apresentadas na Semana do Meio Ambiente na própria escola. “A educação ambiental deve ser iniciada desde cedo para que as crianças possam aprender e conscientizar sobre a importância de preservar o meio ambiente como um todo”, ensina Viviane. 

Na população em geral, “infelizmente, muitas pessoas querem resolver o seu problema pontual e acham que a prefeitura é a responsável pelas questões de lixo do município. Mas, se a população não fizer a sua parte separando o lixo, quem paga a conta no final é o meio ambiente”, alerta a secretária. 

As atividades de triagem estiveram paralisadas entre abril e julho “por questões de segurança dos próprios funcionários que manipulam o lixo”, mas voltaram ao normal em agosto passado, seguindo os protocolos de segurança repassados pelo governo.  Em épocas normais, a prefeitura envia para o aterro duas caçambas de lixo por mês. “Com a pandemia, passamos a mandar sete caçambas”, informa Viviane. 

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário